Segundo o Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF), o número de brasileiros residentes em Portugal é de 204.694, já o Itamaraty calcula que o número esteja por volta de 300 mil, e Pedro Góis, sociólogo, professor e investigador do Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra, fala em mais de 500 mil brasileiros, já que os que têm nacionalidade europeia e aqueles sem o cartão de residência não são contabilizados nestes dados.
Há, igualmente, um recorde de inscritos para votar para presidente. São 80.866 eleitores aptos a exercerem seu direito. Mais de 40 mil só em Lisboa, o que coloca a cidade como maior colégio eleitoral fora do Brasil, superando Miami e Boston nos EUA.
Brasileiros também engrossam as fileiras militantes dos movimentos sociais e da esquerda em diversas cidades. Dessa vez, partidos (Partido dos Trabalhadores-PT, Partido Socialismo e Liberdade-PSOL e Partido Comunista do Brasil-PCdoB), coletivos e ativistas se juntaram para organizar o Comitê Lula Presidente Portugal, que tem realizado festas, encontros, panfletagens, colagens de cartazes e atos políticos em apoio à campanha Lula Presidente. O principal objetivo do Comitê é disputar o voto deste significativo eleitorado para ajudar a derrotar o neofascista Jair Bolsonaro.
A extrema-direita é um fenômeno com dinâmica internacional. Ultrarreacionários já ganharam eleições ou figuram entre os principais candidatos em diversos países de vários continentes, e são assustadoramente naturalizados. Na Europa é parte da realidade de todos os países, com maior ou menor peso. Mesmo onde seus candidatos são derrotados, permanecem seus movimentos, uma expressão “em baixo”, na estrutura, o que é ainda mais grave e questiona o próprio termo “fenômeno”, que remete a algo passageiro, efêmero. É um tema fundamental do nosso tempo e um grande desafio para a esquerda, que está, de forma cada vez mais urgente, chamada a unir forças.
Nesse sentido o Comitê, que realizará dois comícios em setembro, o primeiro em Lisboa e outro no Porto, não quer apenas a participação de organizações e militantes brasileiros, mas estende o convite às organizações da esquerda portuguesa e aos movimentos sociais. O Bloco de Esquerda, por exemplo, já tem a presença garantida. Derrotar Bolsonaro nessas eleições é uma tarefa prática da luta contra a extrema direita em nível internacional, além de uma importante ação internacionalista de classe.
No Brasil, derrotar as medidas do golpe de 2016, revogar o teto dos gastos e a reforma trabalhista, dar um basta à destruição da Amazônia e seus povos promovida e incentivada pelo governo e sua base de apoio, enfrentar o racismo estrutural, de Estado, que mata a juventude negra, a misoginia arraigada dos últimos anos, a LGBTQIA+fobia que faz do Brasil o país em que mais se mata travestis e pessoas trans, reverter o desesperador número de 30 milhões de brasileiros que passam fome, fazer justiça por Marielle Franco, Anderson Gomes e todos aqueles que tombaram pela violência política, são tarefas inadiáveis, sob pena do país consolidar um nível extraordinário de destruição, retrocesso e derrota.
Derrotar Bolsonaro é a tarefa das tarefas para começar a tirar o país do buraco profundo em que está. Lula, no histórico comício de Belo Horizonte, capital mineira, em um inspirado discurso falou que o Brasil precisa de uma segunda independência. Às vésperas do 7 de setembro, aos 200 anos da independência – vejam só – nada é mais atual do que a afirmação de Lula. Resolver problemas imediatos e históricos é hoje uma combinação urgente e evidente.
Por isso, não renunciaremos a nenhum voto. Temos quatro semanas para fazer a maioria destes 80.866 apertarem 13 nas urnas. Nossa próxima tarefa é encher a praça do Rossio, em Lisboa, no dia 10 de setembro às 17h, e fazer um belo comício em apoio a Lula Presidente e em defesa da democracia brasileira. Vamos com esperança, vamos com mobilização, vamos com garra, vamos com Lula! Venceremos!
#vote13
#lulala
#psolcomlula
#forabolsonaro
Evento Comício Lula Presidente – Lisboa
*Texto publicado no site de Semear o Futuro.
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