Parece que as tensões voltam a se agudizar no estreito de Taiwan. Nos cinco dias que se seguiram ao Dia Nacional da China, em 1 de outubro [de 2021], em que se comemora a fundação da República Popular da China (RPC), cerca de 150 aviões de guerra do Exército Popular de Libertação (EPL) foram deslocados para a Zona de Identificação da Defesa Aérea de Taiwan (ZIDA). A ZIDA não representa o espaço aéreo de Taiwan. A ZIDA de um país é o espaço aéreo em que os aviões costumam ser identificados para fins de segurança. Taiwan mobilizou caças de combate para interceptar os aviões chineses, manobra de rotina em resposta às incursões aéreas do país vizinho, mas os pilotos chineses se limitaram a insultá-los pelo rádio.
As incursões aéreas chinesas na ZIDA de Taiwan se tornaram mais frequentes nos últimos anos, repetindo-se, em certas ocasiões, quase todos os dias. Em particular, as últimas incursões superaram por três vezes consecutivas os recordes anteriores, com mais de cinquenta aviões empregados ao mesmo tempo em 4 de outubro. Os voos de reconhecimento também parecem servir para enviar um sinal sobre a flexibilidade das capacidades militares chinesas, dado que ocorreram tanto de dia como de noite, indicando que a China pode atacar em qualquer momento. Especialistas militares declararam que os voos de reconhecimento são agora tão frequentes que não somente podem ser interpretados como uma advertência a Taiwan, mas que servem de alguma forma para o treinamento de seus pilotos.
O incidente é um episódio ilustrativo do estado atual das relações entre Taiwan e a China no estreito, ou seja, que as ameaças militares que apresenta a China contra Taiwan aumentam, especialmente com motivo de comemorações nacionais. Após as incursões, Hu Xijin, editor-chefe do tabloide estatal Global Times, gabou-se no Twitter que “o desfile militar chinês deste ano teve como cenário o estreito de Taiwan, em vez da Praça Tiananmen”, referindo-se à parada militar anual que é realizada na China no Dia Nacional. Mas, enquanto isso, a vida continua normalmente em Taiwan, que vive há décadas sob a ameaça de uma invasão chinesa. Provavelmente seja correto que, muitas vezes, as ameaças chinesas parecem mais rotineiras e monótonas do que qualquer outra coisa. Apesar das manchetes sobre o incidente na imprensa internacional, em geral, houve pouco pânico em Taiwan.
Presa entre o fogo cruzada de ameaças militares
O momento escolhido para as incursões aéreas chinesas pode indicar que se trata de uma resposta a uma série de atos. Além do fato óbvio que o Dia Nacional da China é celebrado no dia 1º de outubro, Taiwan celebra sua própria data de fundação no dia 10 de outubro, em que também houve uma incursão aérea chinesa. Efetivamente, o presidente chinês, Xi Jinping, pronunciou um discurso no dia 9 de outubro, horas antes que a presidenta taiwanesa, Tsai Ing-wen, se pronunciasse à nação com motivo do 10 de outubro. Muitos meios de imprensa internacionais acreditaram ter visto no discurso de Xi uma certa moderação, já que não ameaçou utilizar a força militar contra Taiwan, como vem fazendo em seus discursos dos últimos anos. No entanto, um desses órgãos de imprensa observa que Xi não precisa realmente dizer em voz alta o que cala, tendo-se em conta a onda de ameaças militares; isso pode ser o caso de “falar manso e brandir um grande cassetete”.
No final de semana seguinte ao Dia Nacional da China, dois grupos de combate da marinha americana, que incluem porta-aviões, levaram a cabo exercícios conjuntos com um grupo de combate britânico e um navio japonês. Passado o final de semana, o grupo de combate do Reino Unido cruzou o estreito de Lução (entre Taiwan e as Filipinas) para realizar exercícios conjuntos com a marinha de Singapura. Essa pode ter sido outra razão para as incursões aéreas. Esses exercícios, que estavam programados para os dias imediatamente posteriores ao Dia Nacional da China, ilustram o padrão da escalada do toma-lá-dá-cá entre, por um lado, os EUA e as potências ocidentais e, por outro, a China. Dado que as tensões entre os EUA e a China se agravaram, ambas partes escalaram as ameaças militares recíprocas, não somente em forma de voos de reconhecimento, mas também em forma de exercícios navais ou a realização de operações de livre navegação nas águas em disputa.
As precauções adicionais das potências ocidentais sobre a China são ressaltadas pela recente criação da aliança AUKUS (acrônimo para Austrália, Reino Unido e Estados Unidos) para o deslocamento de submarinos de propulsão nuclear, na qual os EUA aceitaram compartilhar com a Austrália tecnologia secreta em matéria de submarinos nucleares, que até agora somente havia sido compartilhada com o Reino Unido. No entanto, ampliando o panorama, nenhuma das partes percebe a si própria como agressora, mas considera que atua em resposta às ações do outro lado. A escalada, por outro lado, aumenta a possibilidade de que se produzam acidentes que poderiam causar a perda de vidas humanas ou evoluir de maneira que agravem as tensões regionais como um todo.
É improvável que o conflito entre os EUA e a China exploda de uma hora para outra, mas um incidente propício para isso, como o que poderia ocorrer durante um voo de reconhecimento, poderia dar lugar a uma onda de fervor nacionalista que, de fato, incrementaria a possibilidade de uma guerra. E, dado que as tensões começaram durante a presidência de Trump e se mantêm sob Biden, as ameaças militares chinesas contra Taiwan não somente se dirigem a ela, devido à reivindicação territorial chinesa sobre a ilha, mas também contra os EUA. Assim, Taiwan está condenada a ficar presa no fogo cruzado entre as duas superpotências, algo que dá uma ideia de seu destino a longo prazo.
Uma relação clientelista frágil com os EUA
Taiwan conheceu décadas de terror branco durante o regime autoritário do Kuomintang (KMT), com as ditaduras sucessivas de Chiang Kai-shek e seu filho, Chiang Ching-kuo. O KMT retirou-se para Taiwan após sua derrota frente ao Partido Comunista Chinês (PCCh) na guerra civil. Há quem acredite que na ilha não havia habitantes antes que o KMT lá se instalasse, mas isso não é correto. Além dos 2 % de população indígena, ao redor de 88 % da população é de etnia han, descendente de anteriores ondas migratórias da China para Taiwan.
A última vez em que o mesmo regime político controlava tanto Taiwan como a China continental foi em 1895, quando Taiwan foi cedida ao império japonês, inaugurando o período colonial nipônico, que durou cinquenta anos. A dinastia chinesa Qing não controlava a totalidade de Taiwan, a tendo incorporado a seu território ao final do século XIX e Taiwan não era considerada como uma propriedade particularmente importante.
No entanto, historicamente, Taiwan se encaixa perfeitamente no padrão das ditaduras de direita respaldadas pelos EUA para combater o comunismo. Esse já não é mais o caso, pois o país tem atualmente um governo do Partido Democrático Progressista (PDP), um partido de centro-esquerda surgido do movimento democrático taiwanês. A presidente atual, Tsai Ing-wen, é uma tecnocrata progressista do ponto de vista social e competente, ainda que neoliberal, que encabeçou uma resposta à covid-19 que em nenhum momento exigiu um confinamento pleno enquanto durou a pandemia.
Taiwan não é reconhecida como país pela maioria das mais de duas centenas de estados do mundo e somente 15 países mantêm relações diplomáticas formais com ela. Deixou de reconhecida por parte da comunidade internacional por pressões do governo da República Popular da China, que obteve o reconhecimento internacional em detrimento de Taiwan.
No entanto, os EUA têm sido historicamente os grandes garantidores da segurança da ilha frente a uma possível invasão. A posição oficial dos EUA sobre Taiwan é a de que não têm nenhuma posição, fenômeno que se denomina ambiguidade estratégica, justificada por manter a China em alerta, pois não pode prever o nível de apoio dos EUA a Taiwan em caso de uma invasão. Essa postura também permite a EUA evitar qualquer compromisso com Taiwan mais além de certo ponto, colocando-a em uma relação de subordinação.
De qualquer forma, os EUA são os provedores de armamento para Taiwan e os exercícios do exército estado-unidense na região servem para indicar à China sua relação com Taiwan. Ao contrário de outros países da região que se formaram como clientela dos EUA após a Segunda Guerra Mundial, em Taiwan não há bases militares americanas devido à falta de relações diplomáticas oficiais entre os dois países, ainda que a relação histórica geral com os EUA seja similar à de outros países da Asia que abrigam bases em seu território, como a Coreia do Sul, o Japão e as Filipinas. A China declarou que consideraria a instalação de bases estado-unidenses em Taiwan como um ato de guerra. Recentemente, os EUA tornaram pública a informação de que forças especiais estadunidenses tinham estado em Taiwan para treinar as tropas da ilha. Trata-se de um fato amplamente conhecido em Taiwan e que a China não podia ignorar, mas os EUA decidiram dar-lhe publicidade depois das incursões aéreas chinesas, como uma advertência.
Ao mesmo tempo, os EUA deixaram claro que se Taiwan declarasse sua independência formal, perderia o apoio estadunidense. Nesse caso, a situação seria invertida: Taiwan seria acusada de provocação nas relações com a China e, então, os EUA deixariam de respaldá-la. Os EUA chegaram até a sabotar as eleições taiwanesas, inclusive as bem recentes: uma ligação telefônica da Casa Blanca ao Financial Times tratou de sabotar a candidatura de Tsai Ing-wen à presidência, manifestando a falta de confiança em Tsai para manter relações estáveis com a China.
De fato, o PDP de Tsai foi historicamente o partido da independência taiwanesa, mas retrocedeu em sua posição por medo de incomodar os EUA. Apesar de que o KMT tenha desembarcado em Taiwan depois de sua derrota militar pelo PCCh, desde então foi abandonando suas ambições de derrubar o regime do PCCh e, em vez disso, aspira à unificação de Taiwan e da China, independentemente da vontade do povo taiwanês. Enquanto isso, as sondagens de opinião refletem um aumento constante do sentimento identitário taiwanês em detrimento do chinês, e somente 1 % da população defende a unificação imediata com a China.
O temor à invasão é exagerado, mas ela não deve ser descartada
Manchetes alarmistas, após as incursões aéreas chinesas, dão a entender algumas vezes que tais incidentes poderiam dar lugar à explosão súbita de uma guerra. Esse não é o caso, ainda que não se deva descartar a possibilidade de um conflito mais limitado. Uma invasão de Taiwan por parte da China seria difícil de administrar. Mesmo que a China queira dar a impressão de que poderia tomar a ilha em qualquer momento, isso não pode ser considerado mais como uma forma de guerra psicológica, com a esperança de desmoralizar Taiwan e limitar as possibilidades de resistência. O EPL teve que lutar historicamente contra sua falta de “capacidade de transporte marítimo estratégico” para montar uma invasão, ou seja, sua incapacidade de transportar tropas suficientes para superar as defesas militares taiwanesas e organizar uma ocupação permanente. A ciência militar moderna favorece o defensor, o que significa que as possíveis baixas da China chegariam a dezenas de milhares ou mesmo a centenas de milhares. Algumas previsões situam uma hipotética invasão de Taiwan como a maior invasão naval desde o desembarque da Normandia.
A proposta militar de Taiwan também prevê que, teoricamente, muitos homens entre a população saibam utilizar armas de fogo. Em caso de uma invasão, isso poderia supor anos de resistência armada. Se isso se combina com o número de baixas registradas durante a invasão é duvidoso que o PCCh pudesse minimizar o golpe a sua legitimidade política a partir de uma invasão. Pensemos nos impactos internos que experimentaram os EUA durante as guerras do Afeganistão e do Iraque. Uma invasão chinesa em Taiwan teria indefectivelmente efeitos muito mais amplos e significaria a perda de um maior número de vidas humanas.
Outro fator dissuasório é a profunda integração entre as economias taiwanesa e chinesa. Taiwan produz mais da metade dos semicondutores do mundo, o que significa que a China também se baseia na fabricação taiwanesa de semicondutores para suas próprias cadeias de suprimentos. A China procuraria preservar a infraestrutura taiwanesa e evitar a perda de vidas humanas, dado o know-how sofisticado que se necessita para a fabricação de microchips. Uma invasão colocaria provavelmente ambas as economias em crise, já que ambas estão profundamente interligadas. Cabe destacar que a economia chinesa estava desacelerando antes de que começasse a pandemia de covid-19. Isso geraria igualmente ondas de choque globais, que afetariam o mundo inteiro, mais além da região. Francamente, a China não está interessada em invadir Taiwan, tanto pela inevitável perda de vidas humanas como pelo impacto económico. No entanto, são considerações nacionalistas as que pressionam para seguir com a escalada. Em particular, o presidente chinês Xi Jinping pode pensar que a recuperação de Taiwan supõe o cumprimento de um mandato histórico, esperando poder colocar em suas realizações algum êxito como a criação da RPC no caso de Mao ou as reformas econômicas no de Deng.
Da mesma forma, outro motivo de preocupação é o de que Xi tenha abolido a limitação de mandatos para o exercício do cargo de presidente. Isso parece apontar a que busca abrir caminho a uma presidência vitalícia, novamente como o primeiro líder chinês que goza de tanto poder ilimitado desde Mao e Deng. No entanto, Xi ainda não chegou à meta e uma maneira de expandir seu poder poderia passar por fabricar uma crise que desse lugar a um estado de emergência que lhe permitisse impor-se plenamente. Um meio para isso consistiria em preparar uma invasão de Taiwan, sem se importar com o custo humano, ainda que haja aqueles que consideram que Xi já apostou muito nos temas de Hong Kong e Xinjiang para ampliar seu poder. Sem dúvida, se uma invasão a Taiwan supõe um risco para Xi, isso se deve em parte a que poderia provocar um revés importante para sua liderança.
No entanto, nesse interim, também é certo que altos chefes militares, tanto dos EUA como da China, insistiram na necessidade de empreender uma ação imediata. Para os dirigentes militares dos EUA, como o almirante Philip Davidson, chefe do comando indo-pacífico, ou seu sucessor, o almirante John Aquilino, isso é um sinal de que a China irá invadir Taiwan de forma iminente. Para seus homólogos chineses, isso indica que Taiwan será perdida para sempre sem uma ação rápida ou que a presença militar estadunidense na zona não é mais que um tigre de papel (1). Em particular, os complexos industrial-militares de ambos os países tratam de justificar sua existência e seus crescentes orçamentos, quaisquer que sejam os riscos para o mundo inteiro.
Intervir em um debate definido pela direita
Quanto a Taiwan, é difícil para a esquerda intervir em um debate que já foi definido pela direita política. O governo Trump pediu frequentemente o aumento do apoio a Taiwan em sua confrontação com a China, e inclusive empreendeu ações que colocam Taiwan em uma situação incômoda, como as visitas diplomáticas anunciadas com muito pouca antecedência e sobre as que Taiwan não tinha conhecimento e que requeriam exceções especais no protocolo anticovid-19, mas que Taiwan se viu obrigada a simplesmente aceitar para manter suas relações com os EUA.
Apesar de que em Taiwan haja pessoas que aplaudam tais ações, o fato de que o governo Trump tivesse se apressado em anunciar medidas como respostas às iniciativas chinesas dirigidas contra os EUA ilustra como Taiwan pode ser utilizada como una cunha em seu enfrentamento com a China. Esse é o corolário de como Taiwan contempla, às vezes, as ameaças militares da China, apesar de que pode ser que o objetivo real sejam os EUA. A China trataria de mostrar suas capacidades militares frente aos EUA no caso de que começasse uma guerra entre ambas as superpotências.
Ao mesmo tempo, isso supõe um obstáculo para a esquerda abrir um espaço em Taiwan, na medida em que muitas vezes são os falcões da direita os que mais têm levantado a voz publicamente em apoio a Taiwan. Esse não é somente o caso dos EUA, mas também o do Japão, a outra grande potência regional. Nesse país, o Partido Liberal Democrático, que governa, é de direita, apesar de seu nome, e também reforçou suas relações com Taiwan, tendo em vista suas predisposições contra a China. Apesar de que o apoio a Taiwan já forme parte do consenso bipartidário na classe política estadunidense, nem sempre se há essa percepção em Taiwan. Em particular, a recordação da prioridade que deram os Democratas às relações com a China durante as presidências de Clinton e Obama, que viam Taiwan como um “criador de casos” na política internacional, segue impregnando a visão que se têm dos Democratas americanos em Taiwan.
Em geral, e mais além da simples política eleitoral, a esquerda em Taiwan é percebida como sendo suave com a China e inclusive idealizá-la. Isso se deve em grande medida a razões históricas. Por exemplo, é verdade que muitas das pessoas de esquerda taiwanesas, liquidadas pelo KMT durante o terror branco, defendiam de fato a unificação política entre Taiwan e a China, vendo na China maoísta a pátria socialista à que deveria retornar Taiwan.
As posturas favoráveis à unificação não foram compartilhadas por todas as pessoas de esquerda taiwanesas. Su Beng, o chamado avô da independência de Taiwan, que morreu em 2019 com 100 anos, foi de esquerda toda a sua vida. A obra magna de Su, que ocupa quatro volumes, contém uma das primeiras histórias de Taiwan escritas a partir de uma perspectiva independentista. Su Beng operou como espião em Shangai e chegou a ser comandante militar do PCCh antes de com ele romper e voltar a Taiwan, onde tentou, sem êxito, assassinar Chiang Kai-shek, após o que teve fugir para o Japão, onde escreveu a história de Taiwan.
A teoria social de esquerda, na linha de David Harvey, Naomi Klein e outras, tem influência entre ativistas e nas universidades. No entanto, a idealização atual da China por parte de alguns teóricos da esquerda ocidental segue sendo um obstáculo para a esquerda em Taiwan, ao determinar a percepção da esquerda internacional.
Efetivamente, a falta de solidariedade por parte da esquerda internacional nas questões relacionadas à soberania de Taiwan obstaculiza amplamente o desenvolvimento de uma esquerda mais forte. Houve esforços por articular o que poderia ser uma perspectiva independentista de esquerda depois do Movimento Girassol, que consistiu na ocupação durante quase um mês do edifício da assembleia legislativa taiwanesa por parte de ativistas estudantis.
Mas é difícil escapar da política eleitoral quando o KMT segue sendo uma força ativa na política taiwanesa, que pode ganhar eleições e tratar de conduzir Taiwan à unificação com a China, mesmo que isso signifique enfraquecer as instituições democráticas. Essa ameaça alimenta esforços para formar partidos políticos independentes à margem do bipartidarismo dominante e para avançar em direção a uma frente única com o PDP, que, apesar de ter surgido do movimento democrático taiwanês e que atualmente seja dirigido pela figura relativamente progressista de Tsai, tornou-se mais conservador com a passagem dos anos.
E isso segue sendo um obstáculo na hora de favorecer uma orientação política de Taiwan que vá mais além de ser um simples contrapeso nas disputas entre as duas superpotências, EUA e China. Parece que as tensões entre ambas estão aqui para permanecer e, ainda que as recentes incursões áreas não suponham para nada o início de hostilidades, o único que se prevê é a continuação do agravamento das tensões na região.
04/11/2021
* Brian Hioe é jornalista independente e tradutor, nascido em Nova York, tendo dupla nacionalidade taiwanesa e americana.
Traduzido de Izquierdaweb. O artigo original foi publicado em Spectre Journal.
Notas
1 Nota da tradução: Referência ao slogan de Mao nos anos 1960, quando dizia que “o imperialismo é um tigre de papel”.
Comentários