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OPRESSÕES

Estátua de Marielle Franco será inaugurada nesta quarta, 27, no Rio de Janeiro

Monumento será instalado no Julho das Pretas e no aniversário de Marielle

da redação*

Nesta quarta-feira, dia 27 de julho, das 17h às 20h, ocorrerá a inauguração da estátua Marielle Franco, no Buraco do Lume, na Praça Mário Lago, no centro do Rio de Janeiro, lugar onde Marielle ia toda sexta-feira prestar contas de sua atuação enquanto vereadora, com o PSOL, em cima de um caixote. Nesta quarta, dois dias depois do Dia Internacional da Mulher Negra Latino-americana e Caribenha, a parlamentar completaria 43 anos de vida.

O projeto da estátua foi levado adiante pelo Instituto Marielle Franco, e contou com o apoio de 600 doações, em uma ação pela internet. A estátua foi feita em tamanho real, com 1,75m, e foi esculpida pelo artista Edgard Duvivier, responsável por inúmeras estátuas na cidade do Rio de Janeiro e em diversas partes do mundo, como as de Lima Barreto, os Irmãos Rebouças, Garrincha, Jairzinho, Clarice Lispector (Leme), Nilton Santos (Engenhão); Zagallo, Pelé, Mujica, e a de Stuart Edgar Angel Jones (Av. Pasteur). Duvivier também produziu estatuetas (foto), com tamanho reduzido, que ajudaram a custear a obra principal.

A homenagem terá início com uma aula pública com intelectuais negras, a partir das 17h, com o tema “A memória é a semente para novos futuros: legado, justiça e reparação”. Em seguida, às 19h, ocorrerá uma batalha de poesia, com o Slam Justiça por Marielle.

Familiares de Marielle e sua companheira, Mônica Benício, no atelier do artista

A memória como semente para novos futuros

Na convocatória, o Instituto, idealizado e mantido pela família de Marielle, relaciona a homenagem com o movimento que nos últimos anos, tem questionado e derrubado estátuas de colonizadores, escravocratas e torturadores no mundo inteiro. “Defender a memória de Marielle e de mulheres negras é gerar referências para as novas gerações e lutar por justiça e reparação”, afirma o texto no site criado para o evento. A estátua é muito importante para a disputa pela memória histórica, disputa que é feita também pelo bolsonarismo e pela extrema direita, que atacam a memória de Marielle, com fake news e vandalizando homenagens como a placa com seu nome na Cinelândia e um mural em São Paulo. Pelo mesmo motivo, parlamentares bolsonaristas e do Partido Novo se esforçam para impedir qualquer homenagem à Marielle, como recentemente em Belo Horizonte, quando a Câmara manteve o impedimento da mudança de nome de um centro de saúde, que passaria a se chamar Marielle Franco, por proposta da vereadora Iza Lourença (PSOL).

“Eu sonho com o dia que a gente vai poder falar da história de mulheres negras enquanto elas estiverem vivas, e eu espero que a Mari não só represente isso, mas também deixe esse sentimento nas pessoas que, quando passarem pela estátua, sintam a força dela”, afirma Anielle Franco, irmã de Marielle, em entrevista ao G1.

 

*Com informações e texto do Instituto Marielle Franco.