O processo de prévias realizado pela Chapa 2 para as eleições do Sindicato dos Metroviários de São Paulo-SP, escolheu a companheira Camila Lisboa para concorrer à presidência da entidade. Camila, que atualmente ocupa uma das três vagas de coordenadora-geral do sindicato, recebeu 51,5% dos votantes. Para a vice-presidência foi escolhido o companheiro Narciso, operador de trem e, assim como Camila, militante socialista da categoria.
Os últimos dias foram marcados por uma intensa campanha em apoio ao nome da metroviária em cada estação do metrô. O resultado foram assinaturas de mais de 600 apoiadores e apoiadoras, fruto de uma atuação militante firme em defesa do metrô, que a credenciou como um dos nomes mais reivindicados pela categoria, e do significado de ter uma mulher e feminista à frente do sindicato.
Ao todo, o processo de prévias para montagem da Chapa 2 envolveu quase 1500 trabalhadores na base, sendo reconhecido pelos participantes como bastante democrático e transparente, além de concretizar uma primeira vitória para a categoria que, pela primeira vez, poderá ter uma mulher na presidência do sindicato.
Agora somos todos Chapa 2, com Camila presidente e Narciso vice
A próxima batalha, entre os dias 28/08 e 02/09, quando a categoria escolherá a próxima direção do sindicato, será eleger a Chapa 2. A chapa reúne vários coletivos, como o Chega de sufoco, do qual Camila faz parte, além dos mais destacados lutadores da categoria que foram linha de frente na defesa do metrô contra a ofensiva privatista do PSDB, que lutaram pela manutenção da sede do sindicato e que, mesmo na pandemia, seguiram combatendo por condições de trabalho seguras e dignas para os trabalhadores. Como Camila afirmou em suas redes sociais: “Agora somos todos Chapa 2, com Camila presidente e Narciso vice. Por um sindicato forte, unido, combativo e independente.”
Uma trajetória de luta em defesa do metrô, da categoria metroviária e do sindicato
Camila Lisboa começou sua trajetória ainda no movimento estudantil da UNICAMP, onde formou-se em Ciências Sociais. Depois de formada, atuou como professora na rede estadual de São Paulo até prestar concurso para o Metrô, em 2012, e logo que assumiu a vaga de Agente de Estação, filiou-se ao sindicato.
Camila foi parte dos 42 trabalhadores demitidos na greve de 2014 que, depois de uma intensa campanha democrática, foram readmitidos. Nas eleições do sindicato para a gestão de 2019, Camila concorreu como Coordenadora Geral, tarefa que cumpre desde então.
Ao longo destes últimos anos, foram muitas lutas. Uma das mais importantes foi a em defesa da sede do sindicato, ameaçada de ser tomada pelo governo de João Dória-PSDB. O sindicato, com Camila na linha de frente, também tem lutado contra a ofensiva privatista sobre o metrô, denunciando as consequências dessa medida, e por condições seguras de trabalho e por vacina, ao longo da pandemia.
Camila também tem se dedicado à investigação científica e acadêmica acerca das lutas da classe trabalhadora, tendo recentemente publicado um livro, pela Usina Editorial, nascido de seu mestrado em Sociologia cursado na USP, cujo tema é a percepção dos usuários do Metrô acerca das greves de seus trabalhadores.
Reconhecida na base e referência em todas as lutas da categoria e da cidade, o nome de Camila para a presidência do sindicato veio ganhando força, ainda mais porque poderá ser a primeira vez que o sindicato será presidido por uma mulher.
Como Camila mesmo define: “Acredito que a postura que tive de incentivar a luta e ir pra greve quando necessário, mas também demonstrar capacidade de negociação e articulação política externa é o que tem feito muita gente apoiar esse projeto. Minha presença constante na base também tem feito muita gente apoiar essa ideia. Não se trata de um projeto e nem de mérito individual. Expressei o perfil de luta de um coletivo de pessoas, lutadores e lutadoras reconhecidas pela categoria.”
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