Poucos dias após o assassinato de Dom Phillips e Bruno Pereira, no Vale do Javari, no Amazonas, e do massacre de indígenas Guarani Kaiowas, no Mato Grosso do Sul, o Brasil assiste a mais uma provocação contra os que defendem o meio ambiente.
Neste fim de semana, uma estátua de Chico Mendes, situada na praça dos povos da Floresta na cidade de Rio Branco (AC), foi depredada e vandalizada.
Chico Mendes foi seringueiro, sindicalista e uma das mais importantes lideranças ambientais da história do país. À frente de vários sindicatos e lideranças locais, Chico Mendes lutou contra o desmatamento da floresta, impedindo a atuação de madeireiros nos anos 70 e 80. Em 1988, acabou sendo assassinado a mando de um grileiro local.
A luta e a memória de Chico Mendes tornaram-se símbolos de resistência em defesa do meio ambiente e dos povos da floresta. Seu nome tornou-se sinônimo da luta contra a grilagem, o agronegócio, o desmatamento e a exploração predatória das florestas.
O ataque ocorrido neste fim de semana, portanto, deve ser enxergado como um ataque simbólico contra todos os que defendem a preservação ambiental. Angela Mendes, filha do líder seringueiro, usou suas redes sociais para protestar contra esse ataque: “Espero que o poder público investigue e tome as providências contra essa depredação não só ao patrimônio público, mas histórico e cultural de nosso País, estamos falando da imagem simbólica do Patrono do Meio Ambiente Brasileiro. Não tomar nenhuma medida confirma a disposição do atual governo de continuar agindo para o apagamento do símbolo maior do Estado do Acre. Em mim dói ver o tratamento que esse governo dispensa à todo legado e à trajetória de meu pai.”
Angela também lançou a tag #BotemAEstatuaDoChicoDeVolta para dar visibilidade ao caso e para pressionar as autoridades para que os responsáveis sejam investigados e a estátua seja recolocada em seu devido lugar.
A Polícia Civil do Acre informou em uma nota emitida no último sábado, 2, que abriu um processo de investigação, contudo, a estátua segue no chão.
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