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BRASIL

Sob governo Bolsonaro, fome bate novo recorde e atinge 33 milhões de pessoas

Atualmente, mais da metade da população lida com algum nível de insegurança alimentar

da redação

Protesto em São Paulo, promovido pelo MTST

Enquanto Bolsonaro passeia de jet ski pelo litoral do país, tira férias no interior paulista e se esbalda nos gastos para lá de abusivos no cartão coorporativo, a fome bate novo recorde no Brasil e, atualmente, atinge 33,1 milhões de pessoas.

É o que atesta a pesquisa Vigisan (II Inquérito Nacional Sobre Segurança Alimentar no Contexto da Pandemia Covid-19 no Brasil), feita pelo Instituto Vox Populi a pedido da Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional (Rede Penssan) – parceria das organizações Ação da Cidadania, ActionAid Brasil, Fundação Friedrich Ebert Brasil, Ibirapitanga, Oxfam Brasil e Sesc. Divulgada nesta quarta-feira, 08, a pesquisa foi realizada entre os meses de novembro de 2021 e abril de 2022.

Em 2020, quando a primeira pesquisa desse tipo foi realizada, os dados estimavam que 19 milhões de pessoas passavam fome, assim, é possível afirmar que a fome subiu de 9,1% da população brasileira para 15,5%. Ou seja, na prática, são 14 milhões de novos brasileiros em situação de fome em menos de dois anos, sobretudo das regiões Norte e Nordeste.

A pesquisa trabalha com quatro critérios, ou escalas de definição: insegurança alimentar grave (na qual estão incluídos 15,5% da população), moderada, leve e segurança alimentar. Assim, os números da fome podem ser alargados para 125,2 milhões de brasileiros que, hoje, de alguma forma, passam por algum grau de insegurança alimentar ou passam fome diretamente. O que corresponde a nada menos que 57% da população.

A pesquisa em questão também revela o aspecto racial, regional e de gênero da fome: 65% das famílias chefiadas por mulheres pretas e pardas, a maioria delas nas regiões Norte e Nordeste do Brasil, são as mais atingidas pela fome e lidam cotidianamente com algum nível de dificuldade de acesso à alimentação.

Não por acaso, se multiplicaram pelo país cenas inaceitáveis como a de pessoas fazendo filas para comprar ossos com restos de carne em frigoríficos ou revirando o lixo para conseguir algo para comer.

Por outro lado, a pesquisa também estima que 4 em cada 10 residências têm acesso a alimentação plena, o que significa dizer que uma somente uma parcela pequena da população de fato tem acesso regular a alimentação de qualidade e em quantidade nutricional necessária, sem, todavia, abrir mão de acessar outras necessidades essenciais.

A culpa é do Bolsonaro

Desde que Bolsonaro foi eleito, a fome cresceu 60%. De fato, ela é o desdobramento natural de toda a política econômica ultra-liberal do governo federal, que só pode impactar de forma dramática na vida do povo brasileiro, em um país já historicamente marcado pela desigualdade.

Além da inflação dos alimentos que, em boa medida, é o desdobramento da política de preços de combustíveis praticada em nosso país, além da falta de apoio à agricultura familiar, em proveito do agronegócio; o desemprego, que atinge quase 12 milhões de brasileiros; e a ausência de políticas públicas sérias de combate à fome.

De fato, nos últimos anos vimos importantes programas como o PNAE – Programa Nacional de Alimentação Escolar e o PAA – Programa de Agricultura Familiar sendo demolidos. Nesse mesmo sentido, Bolsonaro simplesmente dissolveu o Conselho Nacional de Segurança Alimentar, em 2019. 

Derrotar Bolsonaro, acabar com a desigualdade e eliminar a fome

Bolsonaro representa o genocídio, a miséria e a morte. É urgente acabar com seu governo para dar lugar a uma política econômica que privilegie a agricultura familiar e não os barões da latifúndio; que retome programas de transferência de renda e a assistência social; que revise a política tributária vigente, ou seja, que desonere a população mais pobre e implemente uma política de taxação das grandes fortunas, grandes heranças e bens suntuários. Sem enfrentar os privilégios dos mais ricos, para quem Bolsonaro governa, não será possível enfrentar a fome.

 

DOWNLOAD DA PESQUISA (PDF)

Relatorio-II-VIGISAN-2022

Marcado como:
Bolsonaro / fome / miséria