A alta dos preços dos alimentos e dos combustíveis, o sacrifício diário para saldar as contas de água e luz ou o absurdo que se paga para comprar um botijão de gás são os temas que mais atormentam os brasileiros. De fato, sob a política econômica do governo Bolsonaro-Paulo Guedes, o dia a dia tornou-se um tormento para a maioria do povo trabalhador.
Segundo o DIEESE, de Norte a Sul do País, os itens da cesta básica, tais como óleo de soja, feijão ou leite, já consomem 61% do salário mínimo, portanto, mais da metade do seu valor. Um verdadeiro absurdo.
Sem dúvidas, o gás de cozinha está entre os piores vilões. Em razão da política conhecida como PPI – Preço de Paridade de Importação, praticada por Bolsonaro e Paulo Guedes, o gás de cozinha subiu pelo menos R$ 45 nos últimos 3 anos. Na verdade, segundo a Agência Nacional do Petróleo, com o PPI o gás sofreu nada menos que 17 reajustes, de março de 2020 até abril deste ano. Assim, a média atual do valor de um botijão de gás nas capitais é de R$ 115, podendo ir a R$ 140 em alguns locais, o que corresponde a cerca de 10% do salário mínimo.
Também tornou-se comum na porta das casas lotéricas, ver mães de família com boletos vencidos de água e luz na mão, pedindo ajuda para quitá-los. Ou seja, quem vive com um salário gasta boa parte praticamente para prover sua despensa, sendo obrigado a controlar o orçamento doméstico na ponta do lápis, para conter gastos com saúde, educação, lazer, chegando a ter que escolher entre comer ou ter água e luz.
Salário mínimo diminui pela primeira vez nas últimas décadas
Bolsonaro pode terminar seu mandato com mais uma marca desastrosa. Segundo o IBGE, em quase três décadas de implementação do Real, nunca o salário mínimo diminuiu. Basta comparar com os governos anteriores:
Assim, além dos mais de 600 mil mortos na pandemia, do menor orçamento destinado ao meio ambiente neste século, etc, Bolsonaro também poderá ser o presidente em cujo governo o salário mínimo teve o menor valor desde a implementação do Plano Real e chegou a perder poder de compra.
Ninguém aguenta mais! Fora Guedes e Bolsonaro
Para fazer certa demagogia e escamotear sua culpa pela atual política de preços dos combustíveis, Bolsonaro até foi para suas redes apelar aos acionistas da Petrobrás: “vocês não podem mais aumentar o preço dos combustíveis”. Contudo, é justamente Bolsonaro o maior culpado por essa situação toda. É ele quem nomeia o presidente da estatal e é ele quem tem poderes para revogar o PPI. Mas Bolsonaro não faz nada disso, porque é comprometido com os acionistas privados da empresa que lucram com o sofrimento e o desespero do povo brasileiro. Outro artifício comum para se esquivar dos reais problemas do país é apelar para espantalhos como o “comunismo”, as medidas de distanciamento social na pandemia ou o STF.
Enquanto o povo sofre, Bolsonaro esbanja gastos estratosféricos com cartão corporativo. Segundo o Portal da Transparência, Bolsonaro gastou nada menos que R$ 3 milhões nos três primeiros meses do ano, sendo R$ 2 milhões só em março. Também gasta bilhões com o orçamento secreto e verbas para parlamentares, em emendas que garantirão seus palanques nos estados.
Parte da luta que a esquerda deve travar esse ano para derrubar Bolsonaro e sua política econômica, passa por combater as narrativas bolsonaristas que tentam impedir que os trabalhadores percebam que a fome e o desemprego, a alta dos preços dos alimentos e do gás são culpa do governo. Que são o resultado de uma política econômica que penaliza os mais pobres, em benefício dos grandes empresários, e que seguirá ainda mais brutal, caso Bolsonaro seja reeleito, quando nem mesmo medidas emergenciais, como o Auxílio Brasil serão mantidas. A fome, o desemprego e a carestia são grandes motivos para construir uma forte campanha, com mobilização e comitês, para garantir a eleição de Lula em outubro e impedir as ameaças golpistas.
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EDITORIAL DE 16 DE MARÇO DE 2022
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