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BRASIL

Derrotar Bolsonaro, Esperançar o Futuro

Coordenação Nacional do Afronte!
Jovem fala com um megafone em uma manifestação. Ela é negra, tem os cabelos presos e usa máscara PF2. Usa camisa do afronte e brincos amarelos. Ao fundo uma faixa vermelha. Ela tem um punho erguido, que se destaca com o ceu azul de fundo.
Arquivo EOL

Manifestação Fora Bolsonaro em Belém (PA), em junho de 2021

2022, o ano de tirar Bolsonaro do poder

São quase quatro anos de devastação do nosso país, comandada pela extrema-direita brasileira. Fome, desemprego, 650 mil mortos pela Covid, aumento do preço dos alimentos, cortes e mais cortes nos serviços públicos, escândalos de corrupção, queimadas no pantanal e amazônia, aumento do genocídio do povo negro e indígena. Esse é o balanço do governo Bolsonaro, o pior, desde a redemocratização. Derrotar o genocida é nossa principal tarefa, tirá-lo do poder é condição para que possamos interromper o projeto de destruição do Brasil. 

Desde o início desse governo, a juventude brasileira esteve a frente das principais lutas que deram eco ao Fora Bolsonaro: Tsunami da Educação, diversas mobilizações contra o genocídio da juventude negra, os atos construídos no ano passado pela Campanha Nacional Fora Bolsonaro. Somos aqueles que “não fogem da raia a troco de nada” e, desde a ascensão da extrema-direita, sabemos que nossa tarefa histórica é protagonizar a luta pela sua derrocada.

As mobilizações ao longo desses últimos três anos, por um lado, foram insuficientes para derrubar o presidente pela via das ruas, mas por outro, foram fundamentais para chegarmos nesse ano com o governo mais enfraquecido e com mais possibilidades de ser derrotado. No entanto, se enganam aqueles que acham que a derrota já está dada, Bolsonaro se enfraqueceu, mas continua com sua base de apoio, teve crescimento nas últimas pesquisas e, sem dúvida, vai se utilizar da máquina do estado e das fake news para tentar inverter esse jogo.

Além disso, precisamos também ter em mente que Bolsonaro é apenas uma figura que representa um projeto muito maior. O bolsonarismo como expressão brasileira do neofascismo continuará presente mesmo com Bolsonaro perdendo as eleições.

Nesse sentido, é fundamental não abaixarmos a guarda e prepararmos um grande movimento que combine a luta nas ruas com a disputa eleitoral. Pois o voto contra Bolsonaro será de suma importância para retirá-lo do poder, mas não será suficiente, será preciso mobilização para concretizar a derrota do bolsonarismo e seu projeto.

A saída deve ser pela esquerda

Sabemos que Lula é hoje o melhor nome para encampar esse movimento que culmine na derrota eleitoral da extrema-direita. Não à toa, a juventude que sonha com um outro presente e um novo futuro, vê em Lula parte dessa esperança. 

Mas, para termos direito a uma vida diferente, não basta somente tirar Bolsonaro do poder, é preciso também romper com seu projeto econômico neoliberal, ao qual foi encampado junto com a direita e o centrão. Por isso, levantar um programa de esquerda é fundamental. Um programa que vá a fundo em transformações estruturais para dar respostas a pautas centrais e históricas da juventude brasileira, que só podem ser atendidas enfrentando os interesses dos mais ricos e de suas representações políticas.

Precisamos lutar para que Lula seja responsável com a esperança que carrega. O Lula que diz que o aborto deveria ser direito de todas as mulheres e não apenas de uma minoria, e que se encontra com os movimentos sociais, estudantil, indígena, de mulheres, sem terra, sem teto não pode ser o mesmo Lula que fala sobre conciliar os interesses dos sem terra e do agronegócio, do trabalhador e do patrão e que quer ter Geraldo Alckmin como vice.

Para ser consequente com um programa de esquerda, é preciso ser consequente também com as alianças. Se aliar com a direita, sem dúvida, coloca em cheque a possibilidade de reconstrução do Brasil a partir de medidas para o povo.

Nós do Afronte! estaremos na linha de frente do movimento para derrotar Bolsonaro, construiremos cada mobilização e disputaremos cada voto, temos consciência de que Jair Bolsonaro é nosso algoz e que merece a lata de lixo da história. Mas, não deixaremos de ser aqueles que querem esperançar o futuro e que, desde agora, passando pelas eleições e depois, irá disputar suas ideias e lutar pelas pautas da juventude.

Todes às ruas no dia 9 de abril

As lutas em 2022 se iniciaram com os atos “Justiça por Moise” e com o 8 de março, dia internacional das mulheres. Foi pensando na continuidade desse calendário que a Campanha Nacional Fora Bolsonaro convocou um novo ato para amanhã, 9 de Abril, trazendo o debate sobre a crise social e econômica que o Brasil está enfrentando e, as entidades estudantis, também estão trazendo para o chamado a pauta em relação aos escândalos de corrupção no Ministério da Educação.

Segundo o DIEESE o preço dos alimentos básicos aumentaram em todas as capitais, chegando a custar R$ 715,65 na cidade de São Paulo. Além disso, outros itens como gás de cozinha e gasolina sofreram um aumento expressivo. O aumento da especulação imobiliária e dos aluguéis está arrastando os trabalhadores pobres para morar nas periferias e nas favelas, áreas que são as principais atingidas com as chuvas e deslizamentos. Tal cenário contribui para o agravamento das desigualdades sociais, aumento da fome e da pobreza, principalmente entre os setores mais precarizados da classe trabalhadora que vivem uma piora da sua condição social.

Esse cenário foi propício para que diversas mobilizações acontecessem no último período. Greves do funcionalismo público, em especial na educação, greve dos garis no Rio de Janeiro, Breque dos Apps no dia 1 de abril e, a juventude, vem protagonizando o descontentamento com a precarização do transporte público em diversas cidades e também a luta em defesa da permanência estudantil com a volta das aulas presenciais nas universidades.

Agora, o dia 9, vai ser fundamental para a unificação desses processos e para dar continuidade a um calendário de mobilização que com certeza precisará ocupar todo esse ano. Todes às ruas!