A greve dos Trabalhadores em Educação da Rede Municipal de Belo Horizonte, enfrentou um dos seus momentos mais triste na manhã do dia 25 de março. Enquanto faziam uma manifestação pacífica defronte a prefeitura da cidade, a Tropa de Choque da Guarda Municipal, a mando do prefeito Alexandre Kalil/PSD, agrediu todos os manifestantes com cacetetes, empurrões, bomba de efeito moral e tiros de bala de borracha, na tentativa de fazer com que estes saíssem da calçada onde faziam a manifestação. Foi uma ação desproporcional ao número de manifestantes (cerca de 30) e uma agressão covarde.
A manifestação dos grevistas era para chamar a atenção da população para a pauta da greve, que é o pagamento do reajuste do piso na carreira da educação e defesa da carreira. Para saber sobre a greve acesse o link.
Esta manifestação foi realizada no momento em que o então prefeito da capital mineira estava fazendo seu pronunciamento de renúncia do cargo, a fim de concorrer ao governo do estado de Minas Gerais.
Na agressão, o Professor Wanderson Rocha, do Comando da Greve, recebeu um golpe de cacetete e desmaiou no chão da calçada, ficando com ferimento na cabeça. Foi socorrido pela guarda municipal e levado para o Hospital João XXIII, no qual teve os primeiros atendimentos e fez tomografia. Horas depois do atendimento ele foi encaminhado a Delegacia da Polícia Civil, onde ficou detido por horas, sob a alegação que iria prestar depoimento. Centenas de trabalhadores em educação que estavam na assembleia saíram em passeata até o local onde se encontrava para exigir a liberação do companheiro, o que foi realizado em pouco tempo. A Professora Maria Laura de Abreu Rosa também foi ao hospital, vitimada pela agressão. Todos no momento passam bem.
O jornalista do SindRede e também diretor do Sindicato dos Jornalistas de Minas Gerais, Diego David, recebeu um tiro de bala de borracha na altura da cabeça, enquanto fazia a gravação da violência da guarda, só não foi atingido porque a bala acertou o celular, ficando a marca desse tiro registrada no aparelho.
Os Trabalhadores em Educação já tinham recebido esse tratamento da parte do prefeito Kalil no dia 23 de abril de 2018, quando da greve das trabalhadoras da Educação Infantil. Nessa ocasião, os grevistas receberam jatos d’água, bombas de efeito moral, cacetetes e houve duas prisões de lideranças. Á época se dizia que esse era o “carinho que Kalil iria dedicar à educação”, em alusão a sua campanha eleitoral para prefeito em que dizia que seria esse o seu tratamento para com a educação. Sobre essa greve ocorrida em 2018, vejam o link.
À tarde do dia 25, houve a assembleia dos grevistas, com a participação de mais de duas mil pessoas. A assembleia se iniciou com um ato político contra a agressão sofrida pelos grevistas, pela defesa da greve e por negociações. Estiveram presentes as Vereadoras Iza Lourença do PSOL, Duda Salabert do PDT, o Vereador Wilsinho da Tabu pelo PP, representantes dos Vereadores petistas Macaé Evaristo e Pedro Patrus, além da CSP-CONLUTAS, FENAMETRO, Federação dos Metalúrgicos de MG, SindimetroMG, SINDUTE Subsede de Contagem e estadual, SINPRO, PSOL, PSTU, MRT, UBES, Rebeldia, COMPA, Rede Emancipa, Instituto Helena Greco de Direitos Humanos e Cidadania. Após o ato a categoria definiu por unanimidade a continuidade da greve.
Para segunda-feira (28), às 9h, será realizado um ato político em defesa das greves em curso no estado: SindRede (trabalhadores em educação de BH), SindUTE (trabalhadores em educação da Rede Estadual) e metroviários. Na terça-feira, às 14h, haverá nova assembleia dos trabalhadores em educação do município para discutir os rumos do movimento.
O SindRede está recebendo várias manifestações de apoio de sindicatos de várias partes do Brasil, em repúdio à violência sofrida pelos grevistas e em apoio às reivindicações da greve. Caso outras entidades sindicais ou dos movimentos sociais queiram prestar solidariedade, encaminhe moção para o e-mail: [email protected]
Veja mais:
Reportagem do G1 sobre as agressões na porta da PBH
*membros do Comando de Greve da Educação
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