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BRASIL

Após ato em Redenção, Fortaleza terá protesto nesta quarta, 09, por Justiça por Moïse

da redação*
Grupo de mobilização Justiça por Moïse

O Ceará terá um novo ato em memória de Moïse Mugenyi Kabagambe, 24, jovem congolês assassinado em um quiosque na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro (RJ). O protesto será realizado nesta quarta-feira, 09, na Praça do Ferreira, em Fortaleza, a partir das 16h, e é organizado por entidades do movimento negro, como o MNU e a Coalizão Negra por Direitos, coletivos de Direitos Humanos, sindicatos, entidades e partidos de esquerda.

O ato é o segundo a ser realizado no Ceará. No sábado, 05, quando ocorreram cerca de 30 protestos no Brasil e no exterior, o ato no estado ocorreu na cidade de Redenção, promovido pela Associações dos Estudantes de Países Africanos, em frente à Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (Unilab). O ato na cidade, a 55km de Fortaleza, contou com muitos estudantes da Unilab, de diversas nações africanas, e também representações do DCE da universidade e de entidades como OAB, Rede de Mulheres Negras, MNU, ANDES, ADUFC, além de partidos de esquerda, como o PSOL, e da Mandata Nossa Cara, de Fortaleza.

O ato foi muito potente, com palavras de ordem e indignação diante do assassinato. “Acredito que se o Moïse não fosse um negro, principalmente, se não fosse um africano, nem chegava uma paulada naquele momento. Mas o Moïse levou muita paulada e ninguém foi contra ele. Para eles não temos valor, por ser negro, por ser africano. Um gato, um cão, tem mais valor que um africano?”, questionou Eduardo, presidente da Associação dos Estudantes Angolanos da Unilab.

“Viemos de Fortaleza e estamos aqui para dizer que Vidas Negras Importam. A Justiça nesse caso, para a gente, é condição. Não vamos mais aceitar violência e racismo”, disse Zuleide Queiroz, professora da URCA e militante da Resistência Feminista e do PSOL.

O ato foi em frente ao monumento Negra Nua, construído na metade do século passado, que mostra uma mulher negra que comemora sua liberdade. A obra fica na entrada da cidade, em frente ao prédio da Unilab. A cidade foi escolhida para sediar a universidade, criada em 2009, por ser o primeiro município do Brasil a abolir a escravidão, em 25 de março de 1884, quatro anos antes da assinatura da Lei Áurea.

*Colaborou Bruno Rodrigues, de Fortaleza (CE)