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MUNDO

Desmond Tutu, um dançarino combatente

Diogo Xavier, de Recife, PE

No dia 26 de dezembro, aos 90 anos, faleceu o Arcebispo da Igreja Anglicana, Desmond Tutu. O ganhador do Prêmio Nobel de 1984 lutou contra o apartheid e contra o preconceito em todas as suas formas até os últimas dias de sua vida.

Desmond Tutu tem uma grande importância para a teologia, primeiramente sobre a Teologia Negra, pois, contrariando parte das denominações que justificavam pela fé o racismo, ele colocava que Deus jamais poderia apoiar um sistema de opressão e desigualdade. O arcebispo também foi uma voz contra o preconceito LGBT, tendo como uma de suas famosas frases “Eu não adoraria um Deu que é homofóbico.”

Na África do Sul, durante o apartheid, Desmond Tutu usou sua influência para organizar diversos protestos em locais públicos, chamar a responsabilidade de lideranças de outros países e proteger pessoas que seriam presas ou mortas pelo regime. Colaborou no processo de redemocratização e foi uma figura importante para a libertação e posterior eleição de Nelson Mandela.

Desmond Tutu está dançando, no altar de uma igreja. Ao seu lado, dois homens de terno. Ele usa uma túnica roxa. Todos são negros.

Aliado a tudo isso Desmond Tutu era conhecido por ser um bispo que dançava. Sua alegria era uma marca sempre presente, mesmo nos momentos onde era voz de resistência contra piores atrocidades. Segundo ele, a dança era uma forma de expressar a resistência do seu povo. A Energia Madiba, como dizia Mandela. Essa alegria, junto a sua força para combater o racismo e todas as formas de opressão fizeram de Desmond Tutu um emblema na luta por um mundo mais justo.