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MOVIMENTO

Greve dos metroviários de Belo Horizonte chega ao sexto dia, contra a privatização, por direitos e empregos

Pablo Henrique, Diretor do SindimetroMG, e Iza Lourença, Diretora do SindImetroMG e Vereadora PSOL/BH
Sindimetro-MG

Desde o dia 23 de dezembro os metroviários de Belo Horizonte permanecem em greve. A greve é motivada pela resolução nº 206, do Conselho do Programa de Parcerias de Investimentos, publicada no dia 13, que veda a transferência de empregados lotados na Superintendência de Trens Urbanos de Belo Horizonte (STU-BH) a outras unidades da CBTU, em caso de privatização da estrutura. Tal norma está gerando incerteza aos 1.600 funcionários metroferroviários de como tal transferência irá acontecer e quais direitos coletivos serão mantidos.

Nos dias 23 e 24 de dezembro a paralisação foi de 100% dos trabalhadores e, a partir do dia 25, por decisão liminar do Tribunal Regional do Trabalho de Minas Gerais (TRT-MG), o metrô está funcionando em escala mínima.

No dia 23 de dezembro houve uma audiência pública, realizada pela Secretaria de Estado de Infraestrutura e Mobilidade (Seinfra), na qual houve uma grande participação dos metroviários em greve, que criticaram a privatização do metrô de BH e reivindicaram negociações no sentido de se discutir a garantia do emprego de todas e todos os trabalhadores que fazem parte da categoria metroferroviária de BH caso a privatização se concretize. O decreto da privatização está previsto para ser publicado em março de 2022.

Os metroviários continuam em greve e farão uma assembleia para avaliar os rumos do movimento no dia 28 de dezembro.

Solicitamos a todas as entidades sindicais e dos movimentos sociais uma moção de apoio à greve dos metroviários de Belo Horizonte, conforme modelo.

Entenda o caso

A Câmara dos Deputados aprovou no dia 27 de setembro de 2021 o projeto de lei 15/2021 que prevê a privatização da Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU), empresa que administra o metrô de Belo Horizonte. Segundo o PL aprovado, a privatização será acompanhada por aporte de R$ 2,8 bilhões para melhorias na estrutura do metro da capital mineira. O governo estadual se comprometeu a adicionar R$ 400 milhões.

É bom destacar que não estão garantidas as melhorias ao metrô que estão sendo prometidas com a privatização, até o momento esta propaganda vem funcionando como forma de chantagem e de disputar o apoio da população, que há anos anseia pela expansão do metrô com tarifas subsidiadas. A promessa de expansão e melhorias do metrô de BH existe há décadas, e agora se apresenta mais uma, como forma de se garantir a venda de uma estatal pública ao setor privado.

Desde que se iniciou o processo da chamada desestatização do metrô de BH, em 2019, a sociedade vem sentindo os malefícios dessa política. A passagem do metrô que era praticada durante anos por R$ 1,80, passou para os atuais R$ 4,50. Com o aumento da tarifa, o metrô, que atendia a 200 mil usuários por dia, passou a atender 80 mil. Outra consequência desse processo é o sucateamento da empresa que vem sendo acelerado, conforme denúncia dos funcionários.

Atualmente, o metrô de BH liga o Bairro Eldorado, na cidade de Contagem, pertencente à Região Metropolitana de BH, à Região de Venda Nova, em BH. A proposta de expansão é construir um segundo itinerário, o da Região do Barreiro ao Calafate, bairro da Região Oeste da capital.

 


Moção de apoio à greve dos metroviários de BH
O (nome do sindicato e sigla) declara o seu apoio à greve dos trabalhadores e das trabalhadoras metroferroviários de Belo Horizonte, que desde o dia 23 de dezembro do corrente, paralisaram o seu trabalho em defesa de seus empregos e contra a privatização da CBTU.
O governo federal juntamente com o governo do estado de Minas Gerais empreende uma política de privatização do metrô da capital. Visam transformar o que é hoje uma prestação de serviço público de mobilidade urbana para a população em um serviço rentável para empresários do setor. Com essa política, além do prejuízo da população que já sofre com a alta das tarifas do metrô e de seu sucateamento, os metroviários da capital estão ameaçados em perderem os seus empregos, que o conquistaram por meio de concurso público.
Nesse sentido, somos contra a privatização do metrô de BH e defendemos a abertura de negociações com os grevistas a fim de se chegar a uma proposta satisfatória aos mesmos.
Assinatura
Cidade e data.
 
Encaminhar a moção para os e-mails:
CBTU: [email protected], [email protected]
Paulo Guedes, Ministro da Economia: [email protected]
Seinfra: [email protected]

Com cópia para:

SindimetroMG: [email protected]
Pablo Henrique, Diretor SindimetroMG: [email protected]