Pular para o conteúdo
MUNDO

Comício final de Gabriel Boric reúne 40 mil em Santiago

Comício final de Gabriel Boric reúne 40 mil em Santiago

No dia 16, último dia para reuniões públicas, a campanha de Gabriel Boric promoveu um grande comício de encerramento, reunindo cerca de 40 mil pessoas no Parque Almagro, em Santiago, um dos parques mais importantes e visitados na capital chilena. Foi uma grande demonstração de força, reunindo quatro vez mais pessoas que o comício final de seu adversário, José Antonio Kast.

A eleição segue bastante polarizada entre a extrema direita e a nova esquerda chilena e cada voto conta. Todas as pesquisas mostram uma leve vantagem para Gabriel Boric, como a da consultora Cosa Nostra, que apontou 46% para Boric contra 40% para Kast. No entanto, esta vantagem não é garantia de vitória, diante do número de indecisos e da campanha suja da extrema direita contra Boric nas redes sociais e do apoio de candidatos direitistas e ligado ao governo Piñera. Por isso, nos últimos dias, a campanha de Boric promoveu atos e comícios em diversas regiões, disputando voto a voto.

Há muito em jogo no Chile neste domingo. Kast é muito semelhante ao Bolsonaro em seu programa que combina a defesa do pinochetismo, o fundamentalismo religioso, as privatizações, a perda de direitos, o racismo contra migrantes e indígenas, o ataque às mulheres e às LGBT. Ele se esforça para explicar o desespero social chileno, a pobreza dos aposentados e o desemprego da juventude pela presença da migração e do narcotráfico. Defende então uma “ordem” militarizada e neoliberal.

Boric foi da geração estudantil dos protestos de 2011 que chacoalharam o Chile em defesa da educação pública e contra o endividamento da juventude. Boric expressa em seu programa parte das bandeiras que foram levantadas nas ruas desde então e especialmente no levante de 2019 e nas lutas das mulheres e dos povos originários. “No más AFP” é seu carro chefe, o que significa combater o sistema de aposentadoria privada que faz os idosos chilenos trabalharem até morrer e permaneçam na miséria reféns das administradoras dos fundos de pensão. O aumento do salário mínimo e o combate ao neoliberalismo são condição para ter dignidade.

A vitória de Boric hoje é condição para seguir avançando por direitos pelas mãos das mobilizações, as de antes e as que virão. Adelante Chile, #votauno

 

Com informações de Deborah Cavalcante, secretaria internacional do PSOL