O Coletivo Feminista Classista Marielle Franco, realizará entre os dias 22 de novembro e 9 de dezembro o curso de formação Mulheres Negras Escritoras. O objetivo é conhecer a vida e obra de escritoras e intelectuais negras e suas contribuições na luta antirracista. O que é ser uma intelectual no Brasil? Quantas escritoras negras e indígenas você já estudou na formação escolar e universitária? Ser intelectual negra e indígena é enfrentar a discriminação e o preconceito, vivenciar experiências de invisibilidade, marcas do racismo estrutural e do genocídio intelectual.
Uma das maiores escritoras e intelectual negra, responsável pela construção do Movimento Negro Unificado (MNU), por muito tempo ficou esquecida e invisível aos olhos da academia. Lélia Gonzalez uma das intelectuais de mais expressividade do movimento negro no Brasil do século XX, foi rememorada durante uma visita da intelectual e ativista Ângela Davis. Em seu discurso, Davis questionou o porque estudá-la e não estudar Lélia Gonzalez? Angela Davis abriu-nos os olhos para a necessidade de conhecer os escritos dessa intelectual e conhecer o processo de formação da sociedade racial brasileira. Lélia Gonzalez merece ser estudada, pois seus escritos apresentam formulações sobre “filosofia e ciências sociais”, uma intelectual completa que buscou conhecer a língua erudita do “latim ao banto, passando pelo que ela chama de “pretuguês”, uma espécie de africanização ou criolização do idioma falado no Brasil” (RIOS, Flavia, LIMA Márcia, pg 9).
Estudar Lélia é uma necessidade de toda mulher negra, que busca compreender as relações entre gênero e raça. “Filósofa, antropóloga, professora, militante do movimento negro e feminista precursora, Lélia Gonzalez atuou na luta contra o racismo estrutural”.
Esse curso busca fomentar leitores a conhecer escritoras e intelectuais negras, conhecer as produções de Lélia Gonzalez, Carolina Maria de Jesus e Conceição Evaristo contribuirá no processo de formação da identidade da mulher negra, na desmistificação da escrita, na valorização das produções artísticas das mulheres negras. Tomar contato com os escritos dessas intelectuais é compreender o processo da formação da sociedade racial brasileira e entender as lutas diárias contra o racismo estrutural.
O curso será por plataforma online, os encontros acontecerão em módulos, cada módulo terá duração de três dias a quatro dias. As palestras serão ministradas por convidadas e parceiras do Coletivo Marielle Franco. As inscrições podem ser realizadas pelo link linklist.bio/https_forms.gle_gnECL46pzJMthwgHA
CRONOGRAMA
22/11 – Movimento negro – Contribuições de Lélia Gonzalez – Ohana de Alencar Pageú (CE)
22/11 –A luta do movimento negro em Londrina – Fiama Heloísa – (Londrina)
23/11 – Por um feminismo afro-latino-americano – Ohana de Alencar Pageú (CE)
24/11 – Quem é Lélia Gonzalez – Brenda Marques (PI)
29/11 – Vida e obra de Conceição Evaristo – Nana Martins –
30/11 – Insubmissas Lágrimas: A Escrevivência poética de Conceição Evaristo. Análise do Livro – Nana Martins
01/12 – Quem é Carolina Maria de Jesus – Amanda Crispim
06/12 – Quarto de despejo: Diário de uma favelada – Amanda Crispim
08/12 – A palavra testemunhal de Carolina Maria de Jesus – Maria Madaglena Magnabosco
07/12 – Oficina de Poesia – Nana Martins
09/12 – Oficina Livre de Poesia – Clarisse da Costa – Análise sobre necessidade da mulher expressar o que sente através da poesia e usar a escrita como resistência ao preconceito.
*Militante da Resistência/PSOL
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