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OPRESSÕES

Nota sobre os ataques de militantes do PCB contra uma militante da Resistência

Resistência/PSOL Rio de Janeiro

A Resistência vem por meio desta nota repudiar os ataques misóginos promovidos por militantes do PCB no Twitter contra uma militante da nossa organização.

No dia 11 de outubro uma militante da Resistência/PSOL publicou em seu perfil pessoal um tuíte sobre o debate acerca da fundação do PCB e a continuidade histórica do antigo PCB. Cabe ressaltar que não temos uma posição fechada sobre esse tema. Não nos interessa debater aqui se o PCB foi fundado em 1922 ou na década de 1990, mas sim o método utilizado por seus militantes para tratar a questão.

Depois de ter feito a postagem em seu perfil pessoal, uma militante do PCB de São Paulo reproduziu a postagem em suas redes acompanhada da frase “cala a boca mocreia”, ampliando a repercussão da postagem e estimulando uma reação desproporcional e “em massa” de vários militantes do PCB ao tuíte com ataques pessoais e misóginos, chamando a militante de “burra”, “hipócrita”, “desonesta”, “agente do capitalismo”, etc. Muitos desses insultos foram proferidos por militantes homens, enquanto isso as mulheres respondiam com frases do tipo “merece sororidade? Não!”, uma alusão a um feminismo que parece só servir quando a outra possui acordo total com suas posições.

Em outra publicação referente ao PCB, uma picareta foi enviada para a militante da Resistência, em alusão ao assassinato de Trotsky. Devido aos inúmeros ataques foi necessário fechar a conta do twitter e, mesmo assim, não cessaram os insultos.

Para a Resistência, é inaceitável e deseducador para a militância o uso de métodos stalinistas como ataques morais, ofensas machistas e linchamentos virtuais como parte do debate político. Na política existem os debates mais ácidos e espinhosos. Por maiores ou menores que sejam as diferenças, estas devem ser tratadas no âmbito político e nunca degenerar-se em tentativas de desmoralizações de militantes. Acreditamos firmemente que não vale tudo nas disputas políticas e que há limites que não devem ser ultrapassados entre nós.

Como parte do método que defendemos, as companheiras da Resistência procuraram as companheiras do PCB para compreender essa posição inaceitável entre militantes de esquerda, cobrando um posicionamento público para cessar e superar esses ataques. No movimento feminista estamos juntas numa frente única que, desde o #elenao, vem sendo um dos principais espaços de resistência contra o bolsonarismo. E assim queremos seguir! Mas para isso é determinante o respeito às diferenças políticas e a valorização do que nos unifica neste momento. Assim, esperamos uma posição pública do PCB.

09 de novembro de 2021

Resistência/PSOL Rio de Janeiro