Durante o início da sessão desta quarta-feira, 20, negacionistas invadiram o plenário da Câmara de Vereadores de Porto Alegre, em manifestação contra a aprovação do passaporte vacinal na cidade, que começou a valer nesta segunda-feira, 18, em todo o estado.

Munidos de cartazes contra a vacina e comparando o passaporte vacinal ao nazismo, o grupo tumultuou a sessão tentando agredir vereadores e vereadoras da oposição e da base governista.

A mesa diretora, presidida pelo vereador Idenir Cecchim, ordenou a suspensão da sessão e a retirada das pessoas das galerias. A confusão seguiu nos corredores da Casa, pois o grupo se negou a sair da Câmara.

Pelo menos um símbolo nazista foi encontrado com o grupo. De acordo com o vereador Matheus Gomes (PSOL), o que ocorreu “foi apologia explícita ao nazismo dentro de uma instituição democrática, isso é muito grave. É o que vimos nas ruas em manifestações antidemocráticas, essas pessoas devem ir presas imediatamente. Nós fomos obrigados a agir para defender a democracia em Porto Alegre”. É o terceiro caso recente no Rio Grande do Sul – Em Pelotas, uma estudante universitária comemorou o aniversário com um bolo com a foto de Hitler, e, na capital, há um debate sobre a retirada de símbolos decorativos em um parque, pintados nos anos 1940, que remeteriam às formas da suástica nazista.

A exigência de comprovante de vacinação está sendo exigida em determinados locais de usos coletivo, com risco de contaminação, como equipamentos de cultura, esporte e lazer, bares e restaurantes. A Câmara dos Vereadores discute o tema.

Mais cedo, manifestantes contrários ao passaporte haviam protestado em frente à Assembleia Legislativa do RS, e também do lado de dentro, em uma audiência pública convocada por um deputado do PSL sobre o passaporte vacinal. As ações negacionistas ocorrem enquanto o país lamenta a marca dos 600 mil mortes pela covid, e se emociona com familiares das vítimas compartilhando a dor das perdas em depoimentos da CPI da Covid.

Em vários locais do mundo, a extrema direita, que foi contrária à vacinação e ao distanciamento, agora se volta contra medidas simples, como a proibição de acesso de pessoas não vacinadas em determinados locais e eventos e o uso de máscaras. Na Itália, que adotou o passaporte vacinal também nesta segunda-feira, 18, a semana anterior foi marcada por atos violentos, como a invasão da sede de uma central sindical e a tentativa de invasão da sede do governo, no dia 09, por militantes fascistas.