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Leitura “aparada”, mentiras cabeludas! (17 falsidades de Jair “já era” na ONU)

Chico Alencar

Chico Alencar é professor de História graduado pela UFF, mestre em Educação pela FGV e doutorando na UFRJ. Tem 30 anos de experiência na política institucional, já tendo sido Deputado Federal por quatro legislaturas. Ganhou nove vezes o prêmio de “Melhor Deputado” do site Congresso em Foco e foi escolhido por jornalistas o parlamentar mais atuante do Brasil. Chico Alencar foi eleito em 2022 com 115.023 votos pelo PSOL-RJ para mais um mandato de Deputado Federal.

Bolsonaro leu, com a dificuldade habitual, o discurso que o Itamaraty, sob “nova” direção, preparou. Na ONU, “tom moderado” soletrado e conteúdo agressivamente mentiroso. Parecia se referir a outro país, não ao que ele, eleito há 3 anos sob o número 17, ainda preside.

Em meio a delírios de autocrata, em permanente autoelogio e como se estivesse em campanha, Bolsonaro “tatibitou” que:

1 – tirou o país da “beira do socialismo”- fato que nunca aconteceu e sistema que ele sequer sabe o que é;

2 – acabou com a corrupção – corrompendo a verdade dos fatos óbvios (sua “familícia” que o diga; na CPI, de preferência);

3 – saneou todas as empresas públicas – o Centrão faz isso com seu reconhecido know how;

4 – apoiou a vacinação em massa, em larguíssimo alcance – ele que, irresponsável, alardeia que não se vacinou e atrasou, criminosamente, a compra dos imunizantes;

5 – defendeu o tratamento precoce e a não obrigatoriedade das medidas de proteção, colocando-se contra o passaporte sanitário – em confronto direto com o bom senso e as recomendações da OMS (órgão da ONU);

6 – colocou as medidas de isolamento, “determinadas por governadores e prefeitos”, como causa da inflação – o que agride os conceitos básicos da economia;

7 – apresentou o país como futuro campeão do “emprego verde” – que o campeão do atraso e dos retrocessos também desconhece;

8 – garantiu que o desmatamento na Amazônia caiu 36% em agosto, em relação ao mesmo mês do ano passado – o Instituto Imazon assegura que foi o maior da última década;

9 – relembrou que o Brasil é signatário da Convenção Internacional Contra o Racismo – ele que mede o peso de quilombolas por “arrobas” e não reconheceu um centímetro de suas terras;

10 – fez juras à “família tradicional” – negando o afeto não heteronormativo, expressões amorosas com a qual ele, LGBTfóbico de carteirinha e piadas prontas, sempre lida mal;

11 – elogiou sua “política (?) indigenista”, dizendo que os povos originários já têm terras demais – ele que defende o marco temporal e quer os nativos nos trilhos “evoluídos” e únicos da economia do agro;

12 – prometeu para este ano um crescimento de 5% do PIB – contrariando todas as projeções e não se referindo às do ano que vem;

13 – repudiou o terrorismo “em todas as suas formas” – não mencionando o mais perverso, o “oficial”, que ele pratica e resulta em tantas mortes, ameaças, devastação ambiental e desemprego crônico;

14 – reiterou juras à Constituição e a Deus – Carta Magna que desrespeita seguidamente e Ente de fé cujo nome usa e abusa em vão;

15 –  registrou a participação do Brasil nas missões de Paz da ONU – logo ele, que defende o armamentismo e a “diplomacia” do tiro ao alvo e da truculência, “revival” da Guerra Fria;

16 – teceu loas ao leilão de privatizações – desprezando a soberania nacional e reforçando o ultraneoliberalismo do seu Posto Ipiranga sem combustível (que desagrada até setores liberais);

17 – classificou as manifestações a seu favor, no 7 de Setembro, como “as maiores da História” – rasgando a História e os atos de recepção dos pracinhas da FEB que lutaram na 2a Guerra, do “Petróleo é nosso”, pelas “Reformas de Base”, das (vá lá) “Marchas da Família com Deus” (da direita e pelo golpe de 64), pelas “Diretas Já”, do “Lula lá”, as “Paradas LGBTQI+ e as contra seu próprio (des)governo, no 1º semestre desse ano.

Vamos mostrar, dia 2 de outubro, sábado, o que é manifestação de massa consciente e organizada, em defesa da verdade na política (02/10 é data de nascimento de Mahatma Gandhi) e da democracia!!!

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Bolsonaro / ONU