A militância bolsonarista promoveu nos últimos dias uma campanha de assédio ao jornalista Pablo Kossa, que escreveu um texto sobre o fracasso das manifestações golpistas do dia 7 de setembro (Leia aqui) no site Mais Goiás. Após a repercussão do artigo, ele teve contas em redes sociais desativadas por meio de ataques e até sua família foi alvo de ofensas.
Pablo é um jornalista conhecido na cidade de Goiânia. Além de colunista do Mais Goiás, ele tem um canal no Youtube e atua em outros veículos. No texto, ele não incita a violência nem comete nenhum crime. Ao contrário de bolsonaristas como Daniel Silveira, Sara Winter e Roberto Jefferson, que usam uma suposta “liberdade de expressão” para impor o medo por meio de ameaças de agressão física.
Tudo indica que o assédio é orquestrado. A conta do Instagram de Pablo Kossa e do Mais Goiás caíram devido a um grande número de denúncias à plataforma. Além disso, vários comentários ofensivos foram mandados até mesmo para a filha e para a mãe do jornalista.
Essa prática não é novidade. Jean Willis teve que sair do Brasil após ameaças de morte. Os criminosos até mesmo sabiam a placa de carro do então deputado federal. Sua vaga no Congresso ficou com David Miranda (PSOL/RJ), que também foi vítima de um ataque semelhante.
Esta forma miliciana de agir já atingiu professores, políticos e jornalistas em todo o Brasil. Alguns tiveram que mudar de residência e outros perderam a fonte de renda. Os ataques começam na internet, mas têm consequências na vida real. Os grupos bolsonaristas já chegaram a vazar informações confidenciais de suas vítimas, como CPF e endereço. Com isto, elas ficaram expostas a roubo de cartão de crédito e outros golpes. As milícias digitais também espalham calúnias que podem prejudicar a vida pessoal e profissional.
Toda a solidariedade à Pablo Kossa!
A atitude criminosa do bolsonarismo já é conhecida. Mas a união e a solidariedade de quem resiste ao fascismo também é. Pablo Kossa não se acovardou e expôs o que está acontecendo. A Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) já denunciou o assédio e vários profissionais da mídia já prestaram solidariedade.
Ajude também, divulgando o texto do Pablo Kossa e o vídeo de denúncia dos ataques. Eles tentaram calar sua voz, nós vamos fazer ele falar mais alto.
O fascismo quer o comando do STF para atacar as pessoas sem impunidade
Bolsonaro fracassou em sua tentativa de golpe no dia 7 de setembro. Mas os ataques a Pablo Kossa e outras pessoas mostram que o bolsonarismo não vai parar. Na verdade, pode até ficar mais violento. Por isso que os fascistas querem o afastamento de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). Se isto acontecer, o presidente genocida vai poder indicar seus paus mandados para Supremo e garantir uma Justiça a seu favor.
O STF tem tomado decisões que punem as atividades violentas dos fascistas. Se a justiça for controlada pelo governo, as milícias digitais e reais vão poder agir com impunidade. Se hoje eles já jogam baixo, imagine com o Supremo do lado deles?
Não se trata de ter ilusões em uma instituição. Muito menos de simpatia pessoal por Alexandre de Mores. Impedir que Bolsonaro controle o Supremo é defender as nossas liberdade democráticas. É impedir que grupos violentos tenham liberdade para agir. Nossas vidas estão em jogo.
*Jornalista e militante da Resistência/PSOL.
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