Neste dia 07 de setembro, dia de independência do Brasil, temos um enorme desafio: ocupar as ruas para derrotar as provocações golpistas de Bolsonaro e avançar na luta pela interrupção do seu governo.
A data foi incorporada como dia de mobilização pela Campanha Nacional Fora Bolsonaro, que intensificou a sua convocatória nas últimas semanas. O 07 de setembro é construído tradicionalmente pelo Grito dos Excluídos, uma articulação entre diferentes organizações populares, da esquerda e ligadas à Igreja. Em 2021, por sua vez, o 07 de setembro ganhou ainda mais importância diante das disputas políticas em curso, uma vez que Bolsonaro e sua base querem usar a data para demonstrar força e começar desde agora a sua campanha pela reeleição.
Bolsonaro sabe que está isolado politicamente e desgastado perante o povo brasileiro. O legado do seu governo, além do desastre econômico, com alta nos preços dos combustíveis, gás, energia, alimentos, inflação e desemprego, já está marcado pela tragédia da pandemia, que vitimou quase 600 mil brasileiros por responsabilidade de um governo omisso, corrupto e conivente com a disseminação do vírus. A isso, soma-se a evidente ameaça que a retomada dos direitos políticos de Lula trazem a sua reeleição.
Diante da catástrofe política, econômica e social, Bolsonaro busca retomar a iniciativa das ruas mobilizando sua base de extrema-direita e inflamando os ânimos de setores das forças armadas, com destaque para as polícias militares. Seu objetivo é intimidar as forças da oposição, atacar as instituições da democracia brasileira, incluindo o poder judiciário e legislativo, e construir um cenário de instabilidade para ampliar sua narrativa e estratégia golpista, ameaçando o uso das forças militares para restabelecer a “ordem”. Bolsonaro busca construir uma narrativa onde o seu governo vive refém dos outros poderes da república, que o impedem de governar e ameaçam permanentemente seus aliados e sua família.
Ainda que essa narrativa tenha impacto entre a sua base, entre a maioria da população, o que prima é o repúdio a Bolsonaro e seu governo. Precisamos traduzir essa indignação em força real para derrotar as pretensões golpistas da extrema-direita, derrotar Bolsonaro e construir um governo da esquerda, com um programa para a maioria e apoiado na mobilização popular.
É por isso que no dia 07 de setembro devemos superar o medo e ocupar as ruas. É fato que Bolsonaro quer aprofundar a instabilidade política e social no país. É fato que seus partidários atuarão como provocadores e buscarão intimidar a oposição. Mas não podemos recuar neste momento. Se é verdade que os aliados de Bolsonaro, incluindo frações importantes do agronegócio financiaram caravanas para encher as ruas de Brasília e São Paulo, nós, por outro lado, somos a maioria na sociedade e temos condições de demonstrar que o povo brasileiro não aguenta mais a manutenção deste presidente omisso e genocida.
Neste 07 de setembro devemos ter coragem e responsabilidade. Ao lado da UNE, da classe trabalhadora, das LGBTIA+, do movimento negro, indígena, feminista e da juventude, devemos ocupar as ruas! Organizados e sem cair em provocações, deixando claro que é possível derrubar Bolsonaro pela força da nossa mobilização, e esse deve ser um compromisso do conjunto das organizações populares e figuras de grande audiência da esquerda. Devemos nos inspirar na coragem e no exemplo dos povos originários, que estão acampados em Brasília há quase um mês, em uma luta incansável pelos seus direitos à vida e à terra. Os povos originários e oprimidos, todos aqueles e aquelas que não foram beneficiados pela emancipação formal de 07 de setembro de 1822, deverão ocupar um lugar de destaque no projeto de reconstrução de um país para a maioria. E derrotar Bolsonaro é o primeiro passo para avançarmos neste objetivo.
Por vida, pão, direitos, democracia e educação! Fora Bolsonaro!
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