Em tempos de Resistência, semear a Rebelião
Carta de fusão da Coletiva Ecossocialista Rebelião com a Resistência, corrente interna do PSOL
Publicado em: 5 de setembro de 2021
No último período, a pandemia de COVID-19 escancarou ainda mais a desigualdade brutal a que a maioria da população está submetida. De um lado, a maioria das mortes do mundo concentra-se nos países periféricos e entre a população não-branca que sofrem as consequências do aumento da fome e da recessão econômica, de outro, a maioria absoluta das vacinas disponíveis está concentrada nos países ricos e vimos um aumento do número de bilionários, aumentando ainda mais o abismo social que já existia antes.
No Brasil, o país agoniza com o projeto de Bolsonaro que destrói o meio ambiente, vende o patrimônio público e ameaça as poucas garantias democráticas que foram conquistadas nas últimas décadas.
Nesse contexto, mais do que nunca, a rebelião é uma necessidade, ultrapassa o momento social e se torna um pulso entre vida e morte. Torna-se nossa única maneira de estar no mundo: rebelando-se. E, no atual momento histórico, o desafio de construir uma organização que defenda a independência de classe através de um programa ecossocialista é uma tarefa das mais ousadas.
Estamos confrontados com uma crise civilizatória. A soma de todas as crises decorrentes do sistema capitalista acirra cada vez mais a sobrevivência da classe trabalhadora mundial e, nesse cenário, a catástrofe ecológica não é de menor importância ou sequer um adendo a mais uma crise cíclica capitalista.
Nesse contexto, a história nos mostra que os avanços organizativos dos partidos revolucionários sempre foram fruto de rupturas e fusões, de uma ferrenha luta política, do combate à burocracia e dos desvios oportunistas, que produzem experiências concretas com as quais as organizações se defrontam.
Frente aos imensos desafios que estão colocados para os trabalhadores e para a construção de organizações revolucionárias no próximo período, optamos por apostar na construção de uma esquerda forte e unificada, e por isso decidimos agregar nossa Rebeldia à Resistência.
Entendemos que foi a organização que melhor se posicionou após o golpe, que teve uma política ousada para a esquerda, lutando para que o PSOL possa ser uma ferramenta útil à reorganização da classe trabalhadora, em especial, animando a integração do MTST, um dos principais movimentos sociais do país no último período, ao partido. No terreno eleitoral, em São Paulo, através da Bancada Feminista e seu projeto coletivo, construído por organizações que escolheram romper com o sectarismo e construir uma candidatura plural e em aliança colocamos o programa do feminismo para a maioria e seguem na batalha para a construção de um mandato parlamentar revolucionário, um apoio para as lutas de nossa classe.
A partir deste momento deixamos de ser a Coletiva Ecossocialista Rebelião para nos tornarmos também Resistência. Nos somamos à luta pela construção de uma esquerda unificada, que esteja a altura do desafio de combater a extrema-direita representada pelo bolsonarismo e seu projeto neofascista na atual conjuntura, de intolerância religiosa, racismo, lgbtfobia, machismo e todas as formas de opressão e exploração contra a classe trabalhadora. Mas também, queremos construir uma esquerda que supere os projetos de conciliação de classe, perpetrados pelo PT no último período e avance na construção de um projeto socialista para o Brasil, que dê centralidade à crise ecológica que nos assola, entendendo de uma vez por todas que, ou caminhamos pelos marcos de um programa ecossocialista, ou não teremos um planeta B para fazer a revolução.
Nós iremos combater o fascismo, seja o fantasiado com a farda do bolsonarismo ou com o terno da direita tradicional. Para isso se faz necessária uma esquerda unificada, ao redor de um projeto comum de mudança social, que tenha as mulheres, negres, indígenas e LGBTs à frente, na construção de uma sociedade ecossocialista!
Em tempos de Bolsonarismo, há urgência em estar vivo!
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