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BRASIL

Sem a análise da realidade, não chegaremos a lugar nenhum

Uma resposta ao texto: Três formas de confundir a vanguarda (1)

Gloria Trogo e Henrique Canary*
Foto: Mídia Ninja

Frequentemente, as polêmicas são marcadas pelo ataque mútuo, pela estigmatização de posições e pela ideia destrutiva de que o maior inimigo é aquele que está mais próximo. Ao contrário do que parece muitas vezes, encher os textos polêmicos com citações deslocadas, nem sempre serve para “aumentar o nível” do debate. Muitas vezes, serve apenas para retirar o debate do terreno em que ele deve se dar: a realidade concreta.

Há alguns anos, existe um debate intenso entre as organizações da esquerda revolucionária brasileira. Ocorreram mudanças bruscas na realidade, e com isso vieram novas polêmicas, tensões e interpretações distintas. Isso é normal e saudável. O problema é que, assombrados pela marginalidade, por pressões dos aparatos eleitorais e sindicais, e pela autoproclamação, é muito comum que os debates tenham baixíssimo nível político.

Frequentemente, as polêmicas são marcadas pelo ataque mútuo, pela estigmatização de posições e pela ideia destrutiva de que o maior inimigo é aquele que está mais próximo. Ao contrário do que parece muitas vezes, encher os textos polêmicos com citações deslocadas, nem sempre serve para “aumentar o nível” do debate. Muitas vezes, serve apenas para retirar o debate do terreno em que ele deve se dar: a realidade concreta. Ao invés de “elevar o nível”, tal método transforma as discussões em repetições escolásticas e dogmáticas, em mais do mesmo. Ao se depararem com esse método por parte de muitas organizações, os melhores e mais valorosos ativistas desanimam e se afastam. Trata-se, portanto, de um método destrutivo e sectário.

Infelizmente, na recém finalizada etapa de debates do congresso do Psol, não foram poucas as vezes que a Resistência foi acusada de coisas absurdas, como ter negociado cargos num suposto futuro governo petista; ser liquidacionista do Psol, defender o reformismo, entre ataques grotescos. No longo e recente texto: Três formas de confundir a vanguarda, o Movimento de Esquerda Socialista, tendência interna do Psol, desenvolve a ideia de que o partido está diante de uma disjuntiva histórica, e que neste processo, nós, da Resistência, representaríamos o perigo da adesão ao lulismo, enquanto o MES representaria a defesa de um patrimônio estratégico. Vejamos se isso é assim. 

Brasil: análise concreta da situação concreta

Apesar das considerações metodológicas iniciais, o texto desconsidera completamente as condições concretas da luta de classes no Brasil. O texto do MES é capaz de citar a dura e extensa polêmica de Lenin contra o dirigente húngaro Bela Kun em 1919, mas não é capaz de analisar a situação concreta do Brasil de 2021. A palavra pandemia é citada apenas uma vez, com o objetivo de fazer uma crítica supostamente democrática ao Psol por realizar seu Congresso neste ano. Não poderia haver exemplo mais ilustrativo da lógica que permeia o artigo: o afastamento da realidade.

Não é o número de datas de um calendário de luta que divide os revolucionários dos reformistas, e pasmem, nem mesmo a análise da correlação de forças entre as classes. A ideia de que os traidores sempre querem esperar e os revolucionários querem avançar indefinidamente é uma simplificação infantil. 

A análise das condições de vida da classe trabalhadora deve estar no centro de qualquer avaliação marxista do Brasil, foram 549 mil mortos; 14,8 milhões de pessoas desempregadas; 33,3 milhões de pessoas desocupadas ou subocupadas; um retrocesso de três décadas na participação das mulheres no mercado de trabalho; um número recorde de letalidade policial; novos patamares de precarização do trabalho, e um longo ‘etc’. são parte da realidade objetiva da classe trabalhadora brasileira hoje. É impossível fazer política – ao menos uma política revolucionária – sem compreender esta realidade.

A subjetividade da classe trabalhadora também merece atenção: a ruptura crescente com o governo Bolsonaro é sem dúvida um dos fatores positivos mais relevantes. Felizmente, há uma maioria social contra Bolsonaro, que se formou ao longo da trágica experiência da pandemia, mas o bolsonarismo ainda preserva influência em um considerável setor de massas, ainda que minoritário. A expressiva quantidade de jovens que se identificam como negras e negros; que se reconhecem como pessoas LGBTQIA+ e como feministas também compõe essa subjetividade positiva. Porém, é inegável que o racismo, o machismo e a LGBTQIA+fobia violentam e dividem as forças da classe trabalhadora todos os dias. A experiência pela esquerda com o reformismo petista foi interrompida pelo golpe parlamentar da direita de 2016. Inúmeras políticas públicas desses governos, que nós marxistas criticamos pela esquerda, foram duramente atacadas pela extrema-direita. A terrível crise social e a política genocida de Bolsonaro na pandemia impõem um rebaixamento de expectativas. Sobreviver é uma missão diária da nossa classe. 

É nesse contexto que precisamos enquadrar as estratégias e táticas para o período. A derrubada do governo Bolsonaro é uma necessidade urgente, mas os caminhos para chegar até ela são um pouco mais complexos do que uma disputa da tática parlamentar no Congresso Nacional; ou ainda quantos dias devem transcorrer entre um ato e outro em julho de 2021. Não é o número de datas de um calendário de luta que divide os revolucionários dos reformistas, e pasmem, nem mesmo a análise da correlação de forças entre as classes. A ideia de que os traidores sempre querem esperar e os revolucionários querem avançar indefinidamente é uma simplificação infantil. 

Lula: porque os companheiros do MES não explicam qual é sua visão sobre o antipetismo?

Um dos pontos chaves das polêmicas entre o MES e a Resistência é a interpretação do golpe, da Lava Jato, do antipetismo, da prisão de Lula e agora da retomada dos seus direitos políticos. Mas este aspecto central para a interpretação do Brasil contemporâneo não está desenvolvido no texto. 

Alguns anos atrás, e não muitos, os camaradas do MES apostavam mais em Moro do que em Lula. Enquanto força “progressista”, por assim dizer. Para eles, a Lava Jato tinha aspirações republicanas e progressistas, e a demonização do PT poderia abrir espaço para a esquerda socialista

Na parte teórica citam que não podemos transpor mecanicamente para a atual realidade brasileira conceitos clássicos da teoria marxista, como, por exemplo, o de bonapartismo. O que seria essa transposição ? Seria, por um acaso, a nossa interpretação de que a Lava Jato foi uma operação jurídico-policial de nítida estratégica bonapartista? Para nós isso ficou evidente, não por comparações a-históricas por meio de categorias abstratas, mas pelo próprio desenvolvimento do projeto golpista, desenvolvimento esse que o MES se nega a reconhecer.

Alguns anos atrás, e não muitos, os camaradas do MES apostavam mais em Moro do que em Lula. Enquanto força “progressista”, por assim dizer. Para eles, a Lava Jato tinha aspirações republicanas e progressistas, e a demonização do PT poderia abrir espaço para a esquerda socialista. No auge da popularidade de Moro, chegavam a afirmar que a vitória do juiz numa possível disputa presidencial seria “uma vitória distorcida das massas”. É fatidicamente famosa a postagem de Luciana Genro com seu “Viva a Lava Jato!”. É difícil entender como este esquema se sustenta depois da eleição de Bolsonaro, mas, no entanto, fica bem fácil compreender porque esses temas não são tratados no texto dos camaradas. 

O MES apostou, junto com uma parte da esquerda e com figuras de partidos burgueses, como Ciro Gomes, que o antipetismo poderia ser um terreno fértil para ideias da esquerda socialista. Esse flerte com os verde-amarelinhos, calcado numa avaliação objetivista da realidade, resultou em uma política oportunista e deu errado. Sem entender porque isso ocorreu, é impossível acertar na política para derrotar o governo e bolsonarismo (neofascismo).

O antipetismo nasceu reacionário, gestou o neofascismo, é uma ideologia de direita, com forte base na burguesia e em setores da classe média anti-povo trabalhador e anti-esquerda. Este fato inquestionável também é parte da interrupção da experiência da classe trabalhadora e também da vanguarda com o petismo e o lulismo. Hoje o ativismo amplo e os setores mais conscientes das massas estão fazendo uma conta muito simples, precisamos de unidade para derrotar o governo Bolsonaro, tanto nas lutas como nas eleições. E este caminho para nós não significa diluição, nem adesismo. O caminho para construção do Psol, passa por nosso partido se colocar, assim como fez no golpe, do lado certo da história.

A Frente Única: história e atualidade

Há exatos 100 anos, aproximadamente 600 delegados se reuniam em Moscou, no III Congresso da III Internacional. O Congresso ocorreu entre junho e julho de 1921 e aprovou, depois de uma intensa luta política, as Teses pela Unidade da Frente Proletária, ou Teses sobre a Frente Única. O nome “teoria ofensiva” não surgiu nos textos da Resistência, mas nas teses formuladas naquele Congresso. É difícil fazer um paralelo com aquele tempo, em que os revolucionários se contavam na escada de milhões, tinham tomado o poder na Rússia quatro anos antes, vencido a guerra civil, formado a URSS e fundado a III Internacional. Justamente por isso, não compartilhamos da febre auto proclamatória que acomete algumas correntes que acreditam ser o partido bolchevique em pequena escala.

Para Lenin e Trotski, a unidade nunca foi sinônimo de capitulação. A definição tinha um sólido caráter de classe. Para os revolucionários da III Internacional, a social democracia, a saber, as direções burocráticas e traidoras, deveriam ser parte da unidade, justamente por serem, em muitos países europeus, os dirigentes majoritários da classe.

Estudamos o brilhante trabalho de John Riddel, intitulado “Às Massas”, publicado recentemente, e que traz as intervenções detalhadas de todos os informes do III Congresso da IC. Para Lenin e Trotski, a unidade nunca foi sinônimo de capitulação. A definição tinha um sólido caráter de classe. Para os revolucionários da III Internacional, a social democracia, a saber, as direções burocráticas e traidoras, deveriam ser parte da unidade, justamente por serem, em muitos países europeus, os dirigentes majoritários da classe. Um detalhe importante é que mesmo nos países em que os comunistas eram maioria a tática da Frente Única foi aplicada.

Infelizmente as respostas para a melhor política para derrubada do Governo Bolsonaro e qual a melhor tática eleitoral para o Psol em 2022 não podem ser encontradas nos anais dos congressos da III ou nos escritos de Lenin e Trotski. Essas respostas devem ser buscadas no Brasil atual, mas com quais referências?

Para nós a Tese da Frente Única é sim uma referência, porque mesmo em condições muito melhores na disputa política, sendo direção de um Estado operário e tendo peso social e político de massas, a direção da Internacional não se furtou à unidade da classe quando a ofensiva capitalista se impôs. A social democracia (os reformistas da época) não eram melhores do que os reformistas do século XXI, eles tinham, em boa parte, apoiado seus Estados burgueses na Primeira Guerra Mundial, traído a Revolução Alemã, participado do brutal assassinato de Rosa Luxemburgo e Karl Liebknecht, demostrado o caráter contra revolucionário do seu programa. O critério de Lenin e Trotsky não era o passado, e nem as diferenças estratégicas colocadas: diante de uma situação reacionária, de refluxo da maré revolucionária, a unidade deveria ser entre todos os partidos, movimentos e organizações da classe trabalhadora. 

Frente Única, Frente Eleitoral e participação em um possível Governo Petista

Frente única e Frente Eleitoral não são a mesma coisa, são táticas distintas. Não há na literatura marxista nenhum manual de como utilizá-las – e se houvesse este não seria propriamente marxista. Podem ser usadas juntas, podem ser separadas, depende de condições concretas. A visão que busca opor terminantemente a unidade prática para lutar à unidade eleitoral é dogmática e se baseia unicamente em frases soltas e ideias dispersas dos clássicos, jamais aprofundadas ou desenvolvidas a fundo. As correntes que tomam essas citações como uma tábua de mandamentos acabam transformando o marxismo, de um método de análise da realidade, em um método de análise de textos. Ou seja, deturpam sua própria essência. Na verdade, a prática política dos partidos da III Internacional demonstra como essas duas táticas (Frente Única e Frente Eleitoral) estavam em permanente diálogo e interação entre si. Mas a análise da realidade não é o forte do texto dos companheiros do MES.

O que sim é nítido na teoria marxista é que o problema de quem ou qual partido deve governar não é algo a ser subestimado pelos revolucionários. A Frente Única não é uma tática apenas para a luta sindical ou econômica, ela é uma tática de defesa da classe e também uma tática para o poder. Não por acaso o tema do governo operário, ou a tática do governo operário e camponês, é parte das teses da frente única. 

O questionamento do MES à Frente Única se deu no terreno prático da política brasileira, ao buscar romper o Comitê Fora Bolsonaro para construir o grupo Povo Na Rua, algo que só pode ser explicado pela busca de espaço e protagonismo político.

O questionamento do MES à Frente Única se deu no terreno prático da política brasileira, ao buscar romper o Comitê Fora Bolsonaro para construir o grupo Povo Na Rua, algo que só pode ser explicado pela busca de espaço e protagonismo político. Depois disso, já houve outra ruptura e alguns setores construíram a Frente Povo na Rua. Para nós, a existência de um Comitê que reúne a Frente Povo Sem Medo, a Frente Brasil Popular, a Coalizão Negra por Direitos, os movimentos indígenas e várias outras organizações populares é uma das maiores conquistas da luta política recente. É esta unidade que explica o sucesso das principais mobilizações pelo Fora Bolsonaro que ocorreram até hoje, que levaram centenas de milhares de pessoas às ruas em quatro grandes atos nacionais. 

A melhor tática para o Psol nas próximas eleições não pode ser um debate deslocado da análise da luta de classes no Brasil. Para o MES tudo é tático, menos uma frente com o PT. Já defenderam apoio à Marina Silva (REDE), a Baleia Rossi (MDB), flertaram com Ciro Gomes (PDT), fizeram alianças amplas na candidatura à Prefeitura de Porto Alegre e receberam dinheiro da Gerdau (com a justificativa de que os bolcheviques recebiam dinheiro do industrial liberal Morozov, valha-me Deus). Sem dúvida, são uma corrente bem flexível no campo eleitoral. Por que agora há uma rejeição tão grande em defender uma Frente de Esquerda para derrotar Bolsonaro? Este tema tem relação direta com a caracterização do antipetismo. Os camaradas seguem apostando na batalha por um antipetismo de esquerda.

Para nós, o Psol deve ser parte de uma batalha pela Frente de Esquerda e apresentar desde agora um programa anticapitalista para esta unidade. Esta é a melhor política para construir a derrota da estratégia da Frente Ampla, e trazer para primeiro plano o debate do caráter de classe da aliança que deve ser feita para governar o Brasil. 

O texto propositalmente mistura o debate sobre a Frente de Esquerda e a participação em Governos de conciliação de classes, coisas absolutamente distintas. Nossa posição é nítida e está sendo aplicada desde hoje. Não compomos nenhuma prefeitura municipal do PT, nem defendemos que o Psol o faça. Aliás cabe registrar que nossa corrente não tem nenhum cargo na prefeitura do Psol em Belem do Pará, ao contrário do MES que sempre adotou uma posição de ampla flexibilidade na relação com o Estado burguês. De antemão podemos afirmar com tranqüilidade que não participaremos de um possível Governo Lula e nem defendemos que o PSOL o faça. Em seu texto, os companheiros levantam um fantasma de uma possível participação da Resistência em um governo petista. De onde tiraram isso? De algum texto da Resistência? De nossa prática política? É evidente que se trata de uma manobra polêmica, e das mais desonestas.

Para nós o cálculo eleitoral apresentado como tática para o Psol no texto dos companheiros não serve para posicionar corretamente o partido. A fórmula proposta pelo MES é de semi-neutralidade: “Se Bolsonaro vai forte para as eleições, devemos apoiar qualquer candidato que possa derrotá-lo. Se Bolsonaro vai fraco, devemos apresentar um programa anticapitalista que dê respostas aos problemas concretos do povo, afirmando um polo e nos diferenciando do oportunismo”. Que tipo de jogo perigoso é esse? Quando será feita essa avaliação (se Bolsonaro está forte ou fraco)? Às vésperas do primeiro turno? Do segundo? Não tem lógica. O Psol deve se posicionar no Congresso pela melhor política para derrotar o neofascismo, que é a luta por uma Frente de Esquerda na luta e nas eleições.

Uma Frente de Esquerda nas eleições funcionaria como um verdadeiro catalisador da aspiração popular majoritária de derrotar Bolsonaro. Essa Frente seria vista por uma enorme parcela da população como a antítese do fascismo no poder. Empolgaria e organizaria os setores mais valorosos, mais conscientes e combativos de nossa classe. Ao invés de construir o Psol por dentro desse movimento tremendamente progressivo, capaz de projetar o Psol ainda mais nacionalmente, de colocar nossa militância em diálogo com a militância petista, de colocar o Psol no centro do debate nacional – ao invés de tudo isso, os companheiros preferem se isolar com uma candidatura própria que estaria de fato fora do grande debate político nacional, ou buscar uma unidade com gente como Ciro Gomes, com a justificativa de “apoiar qualquer candidato” “se Bolsonaro vem forte”.

Política leninista não é citar telegramas de Lenin para Bela Kun porque isso qualquer pessoa consegue fazer. Política leninista é a análise concreta da situação concreta, a análise das forças vivas e reais da sociedade, não a análise de textos supostamente sagrados. 

É irônico o fato de que uma corrente que manteve (e em certa medida ainda mantém) uma política oportunista em relação a um dos fenômenos mais trágicos da recente história brasileira, a Lava Jato e o sentido das mobilizações reacionárias pelo impeachment de Dilma, critique a Resistência por uma suposta capitulação ao petismo. 

Queremos lembrar aos companheiros que o PT não são mais governo. Aliás, foram derrubado já há 5 anos com um golpe aplicado por esse movimento dos verde-amarelinhos antipetistas, com os quais o MES tanto tenta dialogar.

Queremos lembrar aos companheiros que o PT não são mais governo. Aliás, foram derrubado já há 5 anos com um golpe aplicado por esse movimento dos verde-amarelinhos antipetistas, com os quais o MES tanto tenta dialogar. Fazer política como se o PT fosse governo é fazer política para uma realidade ultrapassada, e portanto não é leninismo. 

Hoje qualquer pessoa razoável que se oponha a Bolsonaro olha a realidade (não os textos sagrados) e se pergunta: como derrubá-lo? Que força pode assumir essa dianteira? Evidentemente que a resposta das massas é Lula e o PT, e isso não depende do nosso desejo. Ao negar isso, a proposta do MES acaba por, na prática, entregar toda essa parcela da população para os braços da direção do PT, sem dar qualquer batalha pelo enorme e extremamente progressivo espaço político que se abrirá. 

De nossa parte, queremos disputar esse espaço. Isso passa por combater a proposta da direção do PT de Frente Ampla, impondo nas lutas e nas eleições a unidade de todos os partidos de esquerda e todas organizações dos explorados e oprimidos da classe trabalhadora. Aliás, é curioso como exatamente nesse ponto (“Frente Ampla”), a proposta do MES se assemelha à proposta da direção do PT. Mas isso não surpreende. O oportunismo é o resultado lógico e a outra face do objetivismo, do dogmatismo e do sectarismo. 

*Membros da coordenação nacional da Resistência/PSOL

NOTAS

(1) https://movimentorevista.com.br/2021/07/tres-formas-de-confundir-a-vanguarda-um-debate-com-a-resistencia-psol/

Marcado como:
frente única