Uma manhã de luta pelo Fora Bolsonaro na Vila Cruzeiro

Roberto “Che” Mansilla, do Rio de Janeiro (RJ)*

Na manhã desse sábado (10) ocorreu mais uma importante iniciativa de partidos políticos, coletivos e militantes sociais: o ato “Vacina no braço, comida no Prato e Fora Bolsonaro”, na Vila Cruzeiro, no Complexo de Favelas da Penha.

Assim como foi feito há quinze dias, na Vila da Penha, os organizadores novamente elencaram outro território do subúrbio como forma pedagógica de dialogar com a população trabalhadora daquela localidade, mostrando a ela a importância de associar a maior tragédia humana e social de nossa geração – que é a pandemia – ao Bolsonaro genocida e o porquê da necessidade imediata do Fora Bolsonaro ganhar ainda mais forças nas ruas.

O ato teve a presença de cerca de 45 companheir@s, entre os quais estudantes, professores, sindicalistas, camelôs, trabalhadores autônomos e também a organização e a participação da Frente Ampla Suburbana, Frente Brasil Popular, Centro Cultural Octavio Brandão, Centro Socialista da Penha; de partidos políticos como PT (núcleos Leopoldina e Madureira), PSOL (carioca, núcleo Leopoldina, Vila da Penha e Região), juventude do PCB (Zona Norte) e de movimentos sociais como o Movimento Negro Unificado, a Coalizão Negra por Direitos.

Com cartazes que diziam “o povo quer vacina, Bolsonaro quer propina”, “vacina no braço e comida no prato” e “Bolsonaro genocida” e com cruzes que simbolizavam as mais de 520 mil vidas perdidas pela política de morte de Bolsonaro, os manifestantes também fizeram uso de falas (com cuidados sanitários, usando máscaras e limpando o microfone com álcool cada vez que alguém o utilizava) onde denunciavam os esquemas de corrupção do Ministério da Saúde na negociação de contratos para a compra da vacina Covaxim em que o Presidente sabia e não fez nada. Também era lembrado a enorme crise social que estamos vivendo com a volta da fome no país (19 milhões), as altas nos preços (15%) de alimentos básicos da população, além do desemprego histórico, com mais de 14 milhões de brasileiros, fora os outros 6 milhões de desalentados (que desistiram de procurar emprego).

Num momento em que o Governo Bolsonaro tem recorde de rejeição, atingindo a média de 51% de reprovação (o pior cenário desde o início de seu mandato) e que temos visto uma resposta de luta de massas vindo das ruas com três atos nacionais multitudinários – em mais de 400 cidades – em maio, junho e no início desse mês, nas quais foram levantadas as bandeiras mais sentidas pelo povo: vacina no braço, comida no prato e Fora Bolsonaro. É preciso, portanto, derrotar Bolsonaro nas ruas e não esperar para 2022.

Por fim vale dizer que a recepção que tivemos hoje na Vila Cruzeiro foi muito boa. Muitas pessoas que passavam pela Praça José Rucas pegaram os materiais, as máscaras distribuídas pelos organizadores e se somavam, muitas vezes, no coro de “Fora Bolsonaro, genocida!”. Mototaxistas que trabalham no local, também aplaudiam e gritavam junto conosco. Ou seja, foi um grande acerto estarmos nesse território tão abandonado pelo poder público e criminalizado por sucessivos governos, disputando corações e mentes.

É necessário seguir construindo e participando de novos atos da Campanha Nacional pelo Fora Bolsonaro (como o do próximo 24 de julho) além de seguir fortalecendo os atos territoriais. Aliás, o próximo que ocorrerá no subúrbio já tem data: o dia 01 de agosto, às 10h no Mercadão de Madureira. Agora é construí-lo com o mesmo empenho militante desse importante ato que ocorreu hoje.

Fora Bolsonaro, genocida!

Por uma Frente de Esquerda nas lutas e nas urnas, sem alianças com a direita golpista e com um programa de transformações estruturais!

*Roberto Masilla é professor de História da rede municipal do Rio de Janeiro e militante da Resistência/PSOL