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OPRESSÕES

Coalizão Negra por Direitos denuncia governo Bolsonaro por censura a indicadores de raça/cor da covid-19

Leia abaixo a nota pública do movimento

Jefferson Rudy/Agência Senado

O epidemiologista e pesquisador da Universidade Federal de Pelotas (UFPel), Pedro Hallal, em sessão da CPI da Covid-19

Bolsonaro promove gestão eugênica, supremacista branca e genocida na pandemia de Covid-19

Em sua participação na CPI da Covid-19,  o professor Pedro Rodrigues Curi Hallal, epidemiologista e ex-reitor da UFPel, revelou que, em Julho de 2020, participou de uma reunião no Palácio do Planalto, onde apresentou para uma equipe do ministério da saúde os resultados da EPICOVID – 19, uma pesquisa desenvolvida pela universidade em que trabalhava. Esse estudo trazia informações de como a Covid-19 se espraiava pela população brasileira durante o primeiro quadrimestre da pandemia. Ocorre que, segundo Hallal, os dados referentes à raça/cor etnia de seus slides foram censurados pela equipe de comunicação do governo Bolsonaro e, logo em seguida ao fato, o governo federal encerrou  as relações e investimentos  destinados à continuidade da referida pesquisa.

O episódio narrado pelo professor Hallal no plenário da CPI é apenas mais uma prova de como o governo Bolsonaro se especializou em fazer a gestão das mortes não brancas pelo estado brasileiro. É a prova também de que a pandemia da Covid-19 tem sido utilizada como mais uma oportunidade para o exercício do genocídio negro, não apenas por deixar morrer, mas também pela promoção deliberada de políticas que geram a morte de pessoas não brancas.

O slide preparado pela equipe de pesquisa do professor Hallal e censurado pelo governo Bolsonaro, apresentava a necessidade de o governo desenvolver ações coordenadas pelo princípio da equidade para proteger a vida da população negra e dos povos indígenas, que segundo os dados do estudo EPICOVID-19, estavam sob maior risco.

Essas informações explicitam uma vez mais que Jair Messias Bolsonaro lidera um projeto de poder supremacista branco e genocida, e que não poupou esforços para colocar em prática os princípios da eugenia no exercício da gestão da pandemia no Brasil. Para isso, se valeu da censura, do negacionismo científico, da proliferação de desinformação, do boicote à medidas sanitárias, da negação à  compra de vacinas e por fim, da sua própria autoridade e prerrogativas de Presidente da República, com a intenção de vulnerabilizar, colocar em risco e levar milhares de pessoas negras e indígenas à morte.

Por todo o denunciado, acusamos o estado brasileiro e o atual presidente da República: genocídio!

Leia a nota no site da Coalizão Negra por Direitos