Entre 4 mil a 5 mil manifestantes tomaram as ruas de Belém do Pará na manhã do dia 19 de junho, no percurso que saiu do mercado de São Brás rumo à Praça da República, centro da cidade. Coletivos estudantis, sindicatos, partidos de esquerda e movimentos sociais desta vez ampliaram os cuidados sanitários: organizaram-se em três fileiras, buscando garantir ao menos 1 metro de distanciamento entre as pessoas, além da distribuição de máscaras e álcool em gel a todos os manifestantes.
Exatamente o oposto do que fez o presidente genocida Jair Bolsonaro, no dia 18, no Pará, nas cidades de Marabá e Belém, por ocasião da antecipação da campanha eleitoral que o faz percorrer o país inaugurando obras inacabadas e buscando fortalecer suas articulações com setores empresariais, religiosos e do agronegócio. A exemplo do que fez, ontem, em Marabá, dialogando com ruralistas que estão atacando os povos indígenas e os servidores que atuam na fiscalização ambiental, e, em Belém, em cerimônia por ocasião dos 110 anos da Igreja Assembleia de Deus. Em todos esses atos, Bolsonaro e seus asseclas não usavam máscaras e faziam questão de aglomerar e disseminar ideias e práticas negacionistas. A presença do Bolsonaro promovendo atos negacionistas no Pará foi algo que impulsionou a presença nas manifestações de hoje.
Em Belém, o destaque do ato foi a juventude. As colunas dos coletivos de juventude foram as maiores, com bastante animação. Mas o ato foi bem diverso, com muitas pessoas com mais idade e já vacinadas. Também ocorreram atos em outras cidades do estado: Altamira, Bragança, Breves, Castanhal, Marabá, Paragominas, Parauapebas e Santarém.
O 19J representou mais uma importante vitória dos movimentos sociais em sua luta pelo impeachment, pela aceleração da campanha de vacinação, por emprego e auxílio emergencial digno. A esquerda e os movimentos sociais deram um passo adiante na luta pela derrubada desse governo genocida e ecocida. Seguimos acumulando forças nas ruas, que já não são hegemonizadas pela direita. Porém, é preciso avançar mais em nossa capacidade de organização e mobilização para que a CPI avance em direção ao impeachment. Não podemos esperar as eleições de outubro de 2022, sob pena de nossa tragédia se agravar qualitativamente, isto é, o número de mortes, a quantidade de desempregados, a destruição ambiental, a perda de direitos e os ataques à democracia. Precisamos de um novo calendário de lutas unitário para as próximas semanas.
VEJA FOTOS DO ATO EM BELÉM (Por Marco Biaggi)
Comentários