O ato deste sábado, 19 de junho, no Recife, mostrou a força do movimento Fora Bolsonaro. Apesar da forte chuva, milhares de pessoas saíram novamente às ruas em um número muito maior – estimativas variam de 10 a 15 mil pessoas nas ruas, mas, com certeza, o ato deste sábado teve o dobro do tamanho do anterior, tomando o bairro da Boa Vista e determinados a colocar para Fora Bolsonaro e exigir Vida, Pão, Vacina e Educação!
Contribuiu para esse número a indignação que se abateu após a repressão absurda contra os manifestantes após o último ato e a solidariedade com as duas pessoas que perderam um olho – Daniel e Jonatan – após serem atingidos por balas de borracha à queima-roupa. A revolta e a solidariedade saíram às ruas!
Desta vez não houve a caça aos manifestantes e a manifestação ocorreu tranquilamente, com os manifestantes podendo caminhar da concentração ao final do ato e subindo a ponte Duarte Coelho, sem colocar seus olhos e visão em risco. O aparato policial mobilizado pelo governo do PSB não chegou nem perto da metade do efetivo usado em maio e o governo do estado – que até agora não revelou de onde veio a ordem – acompanhou diretamente a ação da polícia, inclusive com a presença do secretário de Segurança, observando o ato. Isso só foi possível após a repercussão nacional que o caso alcançou, pela pressão de movimentos sociais e parlamentares e pela ação da imprensa independente, como a agência Marco Zero, que divulgou imagens da ação policial de todos os ângulos possíveis. Ainda assim, o ato contou com uma banca de advogados populares voluntários, para possíveis ocorrências.
A força do movimento foi tão grande que obrigou o bolsonarismo a recuar de uma “Motociata da Morte” que estava marcada para este domingo na capital pernambucana, mas foi cancelada. O desfile da morte seria um desrespeito completo a todas as vítimas da covid-19 e a seus familiares, como Dona Eulália, 90 anos, que esteve no ato com um pôster com a foto da filha, uma das 500 mil vítimas do vírus e do governo genocida.
Um 19J grandioso
Desde a Praça do Derby, tradicional ponto de concentração das grandes passeatas da capital pernambucana, saíram pela Avenida Conde da Boa Vista até a Ponte Duarte Coelho, na Av. Guararapes, em diversas colunas, organizadas em forma de 3 filas indianas para garantir o distanciamento orientado pela Coordenação do Ato. Além do uso de máscaras, exigência básica, amplamente utilizada. Ao final, fizeram um abraço simbólico, em torno do local onde a repressão policial ocorreu.
O ato contou com participação de toda a esquerda e movimentos sociais. Militantes dos partidos PSOL, PCB, PT, PCO e PSTU desfilaram com suas bandeiras, e o PSOL atuou com uma coluna organizada, com faixas e bandeiras. Parlamentares de esquerda também compareceram, além das centrais sindicais CUT, CSP e Intersindical, e diversos coletivos de juventude, antirracistas, de mulheres, como a Resistência Feminista, MTST, MST, MUST, sindicatos de rodoviários, professores e servidores públicos.
Recife, Pernambuco e o Brasil estão no caminho certo e seguem a fórmula para colocar fim ao governo Bolsonaro e deter o fascismo: máxima unidade política entre os trabalhadores e suas organizações.
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Por Taty Quintero
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