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BRASIL

Universidade Estadual do Ceará desenvolve vacina contra a covid-19

Bruno Rodrigues* e Thiago Baraúna*, de Fortaleza, CE

Apesar dos frequentes cortes e ataques que vem sofrendo, a educação brasileira tem cumprido um papel protagonista na luta contra Bolsonaro. E mais uma vez a Universidade Estadual do Ceará (UECE) é resistência na luta e referência em suas pesquisas científicas. Desde abril de 2020 a UECE está desenvolvendo uma vacina contra o coronavírus, a HH-120-Defenser. 

A pesquisa está sendo liderada pela professora imunologista Izabel Florindo Guedes e  os estudos estão sendo desenvolvidos no Laboratório de Biotecnologia e Biologia Molecular da universidade (LBBM).

Isso mostra o quanto é necessário e vale a pena investir no ensino de qualidade público. A Vacina produzida pela UECE vem recebendo ótimos olhares de todo o Nordeste e do Brasil. Além de estar sendo feita em solo cearense, ela tem a vantagem de utilizar insumos nacionais, o que barateia o seu custo e pode garantir vacina para toda população. Além disso, caso seja concretizada, ela se tornará a vacina mais barata do Brasil, com seu custo saindo a R$0,044 centavos cada dose. Atualmente a vacina mais barata é a CoronaVac com um custo de R$16 cada dose.

Para que o desenvolvimento da vacina tenha continuidade, a UECE busca apoio financeiro junto aos órgãos vinculados ao Governo do Estado do Ceará, após aprovação da Anvisa. A equipe de pesquisa conta, ainda, com o docente do Renorbio/Uece, Mauricio Fraga van Tilburg, e contará, durante a fase clínica, com a parceria da UFC e do Labluz/Iprede. O Laboratório de Biotecnologia e Biologia Molecular possui, atualmente, o apoio da Fundação Cearense de Apoio ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico (Funcap), da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) e da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).

Vale destacar a bravura desses profissionais que fazem parte da Universidade Pública. Precisamos valorizar nossas Universidades e defendê-las; para isso é necessário maior investimento dos órgãos responsáveis. O que o ex-ministro da educação Abraham Weintraub chamou de balbúrdia vem causando efeito nas Universidades públicas, alcançando resultados cada vez mais positivos e mostrando a importância de se investir na ciência e nas pessoas. Não podemos deixar que discursos negacionistas tomem conta das universidades e do país. 

As universidades públicas são patrimônio de toda a classe trabalhadora. Conquistamos nosso espaço lá dentro depois de décadas de lutas através da ampliação do acesso para a classe trabalhadora e para pretos e pretas. Defender a universidade e a ciência é mais do que defender uma universidade pública, gratuita e de qualidade, é também defender a construção da autonomia intelectual e política da nossa classe. 

É somente através do isolamento social e da vacina que poderemos sair dessa crise sanitária e consequentemente poderemos voltar ao nosso cotidiano sem riscos. Enquanto o Jair Bolsonaro nega a compra de vacinas e diminui investimentos para pesquisas, precisamos nos unir e lutar pela vida. 

Negacionistas não passarão!

VIVA O SUS
VIVA A CIÊNCIA
VIVA AS UNIVERSIDADES PÚBLICAS.

 

*Estudantes da UECE e militantes do Afronte!