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MOVIMENTO

Todas as lutas se encontram no ato do dia 29 no Rio de Janeiro

Manifestação na capital promete ser grande. No interior, outras 15 cidades agendaram protestos. Chacina do Jacarezinho, cortes de verbas e privatizações ampliam indignação e fortalecem o protesto no Rio

Da redação*
Montagem com fotos do coletivo Fotografia 75 e Carol Burgos/EOL

O ato do 29M no Rio de Janeiro promete ser grande. A cada dia, a campanha e a adesão crescem nas redes sociais. A plenária estadual que organizou a atividade reuniu mais de 150 pessoas, de sindicatos, entidades e do movimento estudantil, centrais, com um papel importante das Frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo e do Fórum Estadual por Direitos e Liberdades Democráticas. A plenária contou com um painel de conjuntura, com o deputado Glauber Braga (PSOL), o vereador Lindbergh Farias (PT) e o presidente da UNE, Iago Montalvão (PCdoB), unânimes em conclamar os ativistas para tomar as ruas no dia 29 sob a bandeira do Fora Bolsonaro.

O ato está marcado para às 10h no Monumento à Zumbi dos Palmares, na Av. Presidente Vargas, de onde seguirá pela Av. Senhor dos Passos, encerrando no Largo da Carioca. Outros atos ocorrerão em 15 cidades (veja lista abaixo). Em Niterói, o ato ocorrerá das 08h às 09h, nas Barcas, seguindo para se unir ao ato principal.

O protesto carioca ganha importância, por ser ponto de encontro para várias lutas. A primeira, a luta contra o genocídio do povo negro e das favelas, que se refletiu nos atos no dia seguinte à chacina do Jacarezinho, em 06 de maio, e no dia 13, nos atos no dia da Abolição. Essa é uma luta central para o Rio de Janeiro, que assiste a escalada da violência da PM, cada vez mais contaminada pela ideologia bolsonarista. Por isso também a importância da construção do ato junto com a Coalizão Negra por Direitos.

A outra luta que irá desaguar nos atos é contra os cortes na educação pública superior, que ameaçam as principais universidades públicas do estado, como a UFRJ e a intensificação das ameaças contra a UERJ. No dia 19, foi realizado um primeiro protesto, com a juventude à frente, seguido de assembleias comunitárias nas universidades. “O ato está sendo preparado com cuidado e esforço de unidade. O ritmo é de grandes atos, como os que já ajudamos a construir, como o Tsunami da Educação”, conta Sônia Lucio, professora aposentada da UFF e dirigente da Resistência/PSOL.

Fotografia 75

Manifestação no Rio de Janeiro, em 19 de maio. Foto: Coletivo Fotografia 75

O ato expressará ainda a solidariedade com a luta dos petroleiros da Petrobras Biocombustíveis (PBio), em greve há uma semana por empregos e contra a venda da empresa. Mesmo com os cuidados, há a certeza que esse ato é necessário. “Até aqui fizemos carreatas e buscamos de alguma forma protestar, agora chegou ao limite e precisamos ir para a rua com mais força. Exigir vacina, emprego, auxílio emergencial e lutar contra a privatização das estatais: Correios, Eletrobras, Petrobrás Biocombustível. Mais um ano e meio sem vacina e sem uma resposta à altura e não restará país. É hora de dar um basta”, afirma Natália Russo, diretora do Sindipetro RJ e da Federação Nacional de Petroleiros.

Ato será resposta ao desfile de motos, mas com cuidados sanitários

Na plenária, muitas falas expressavam a revolta com a chacina do Jacarezinho e também com o escárnio do desfile das motos do fascismo na Zona Sul, com Bolsonaro e Pazuello à frente. A aglomeração ocorreu poucos dias antes do Rio de Janeiro atingir 50 mil mortes, número superior ao de muitos países.

Ao contrário do ato bolsonarista, há uma grande preocupação e iniciativas por parte da coordenação do ato com a segurança sanitária. Foi formada uma brigada de saúde, que estará identificada no ato com lenços vermelhos no braço ou com coletes brancos. Eles farão a orientação aos manifestantes, distribuirão 2 mil máscaras no início do ato irão monitorar o distanciamento. Ao longo do ato, será orientado a que as pessoas permaneçam em fileiras, a 1,5 metros de distância. Até os microfones serão higienizados. Na parte final da passeata, um caminhão de som estará recebendo alimentos não perecíveis para serem distribuídos aos moradores de comunidades, em campanhas de solidariedade.

ATOS NO ESTADO DO RIO DE JANEIRO

RJ – Angra dos Reis – Praça do Papão (Centro) | 9h
RJ – Barra Mansa – Rua do Lazer | 9h
RJ – Belford Roxo – Praça do Centro | 9h
RJ – Campos – Praça São Salvador | 10h
RJ – Macaé – Praça Veríssimo de Melo | 9h30
RJ – Miracema – Posto Confiança | 15h
RJ – Nova Iguaçu – Praça Direitos Humanos/ Via Light | 9h
RJ – Nova Friburgo – Centro de Turismo na Praça Getúlio Vargas | 16h
RJ – Niterói | Ato na Estação das Barcas | 08h
RJ – Osório – Praça da Matriz | 15h
RJ – Petrópolis – Praça da Inconfidência | 11h
RJ – Rio das Ostras – Feira Livre da Ânconra | 9h
RJ – Rio de Janeiro – Monumento Zumbi dos Palmares | 10h
RJ – Santo Antônio de Pádua – Centro | 10h
RJ – Teresópolis – Escola Sakura Ermitage | 9h30
RJ – Volta Redonda – Praça Juarez Antunes | 16h30