Vacina no braço e de comida no prato. Com esse lema, as centrais sindicais e movimentos sociais realizaram um ato nacional, de forma unitária, em Brasília, em frente ao Congresso Nacional, na manhã desta quarta-feira (26). O ato, sem aglomeração e sob todos os protocolos sanitários, também foi transmitido pela internet e faz parte da jornada de luta do comitê Fora Bolsonaro, até os atos do dia 29.
A principal reivindicação é a correção do valor do auxílio emergencial, retornando aos R$ 600, chegando até 1,2 mil para mães chefes de família com filhos menores. Por decisão do governo, após três meses sem receber nada, o valor do auxílio foi reduzido, de R$ 150 a R$ 375, no máximo. A última parcela será paga em julho.
No ato de hoje, as centrais levaram carrinhos de mercado, com compras feitas com R$ 300, R$ 600 e R$ 1.200, para mostrar o que uma família consegue comprar com esses valores. Há uma pressão para que o Congresso aprove uma extensão do auxílio e corrija o valor, inclusive diante da inflação dos alimentos e agora, com a alta das contas de luz e água e os preços dos medicamentos.
Em 2020, 68 milhões de brasileiros tinham direito ao auxílio por conta da pandemia. Neste ano, esse número, segundo o DIEESE (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos), baixou para 38,6 milhões de beneficiados. Em consequência das novas regras impostas pelo governo, quase 30 milhões de brasileiros passaram a viver em insegurança alimentar.
Foto: Scarlett Rocha
Três tonelada de alimentos doados
Ao final do ato, foram doadas cestas de alimentos, cultivados sem agrotóxicos, pela agricultura familiar em áreas da CONTAG e do MST, comprados pelas centrais sindicais, para catadores de material reciclável cooperativados, da periferia do DF.
Foram cerca de 600 cestas, somando três toneladas de alimentos, com itens colhidos na véspera do ato e transportados em quatro caminhões até a Esplanada dos Ministérios. Parte das cestas formaram um mosaico no gramado, com o valor de R$ 600,00, para simbolicamente, pressionar pelo auxílio.
Ao final, dirigentes das centrais entregaram no Congresso Nacional uma Agenda Legislativa das Centrais Sindicais para a Classe Trabalhadora, com propostas sobre os principais temas. Ao longo do dia, ocorreram atos em diversas cidades, como Porto Alegre (RS) e no Cabo (PE), preparando o dia 29.
*Com informações da organização do ato.
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