Na tarde do dia 10 de maio, mulheres da cidade de Paraty organizaram uma manifestação, contra a violência machista e a impunidade. O ato exigia a punição de um homem que havia tentado estuprar e matar duas mulheres na semana anterior, na Praia do Sono, e defendia políticas públicas em defesa das mulheres, como a aprovação do Observatório do Feminicídio da cidade. Estavam exigindo o direito de viver. Mas, na Delegacia Policial, mesmo com crianças presentes, foram recebidas com tiros de fuzil. Confira as imagens no vídeo abaixo e leia a nota do Fórum de Mulheres de Paraty, que pede a mais ampla solidariedade.
Confira no vídeo:
No dia 10/5, as mulheres de Paraty se levantaram para dar basta aos estupros, agressões e ao medo. Em manifestação pacífica fomos à Câmara Municipal de Vereadores denunciar a omissão da Prefeitura e do Estado em garantir segurança das mulheres em Paraty, bem como lutar para que fosse votado o Observatório do Feminicídio. Na Câmara, parlamentares nos ouviram e acolheram às denúncias, se comprometendo a avançar na defesa das paratienses e o vereador Sanica propôs que fossemos a 167ª Delegacia para sermos ouvidas também.
Quando chegamos à delegacia para denunciar o desrespeito e negação em registrar Boletins de Ocorrência, por parte da Polícia, entre outras arbitrariedades, fomos recebidas a bala.
Uma atitude que desnuda a realidade das vítimas de violência em Paraty que não têm sequer espaço seguro para denunciar e buscar abrigo quanto mais garantir a sua integridade física e justiça.
Nós do Fórum de Mulheres de Paraty seguiremos nas ruas em defesa do direito das mulheres e repudiamos a atitude truculenta da polícia que fere o nosso direito de nos manifestar, firmado no art. V da Constituição Federal de 1988 depois de muita luta.
O abuso de poder que ocorreu em frente à 167ª Delegacia não passará! A necessidade de chamar atenção à violência sofrida pelas mulheres na nossa cidade só ficou mais urgente quando ao denunciá-la fomos vítimas da violência e nos fez ter mais certeza que não daremos nenhum passo atrás.
Para seguir na luta pedimos aos vereadores e Prefeitura de Paraty, à Comissão de Direitos Humanos da ALERJ, aos Deputados Estaduais, Federais e Senadores, bem como à todas as organizações sociais democráticas que não deixem passar o absurdo que ocorreu em Paraty e nos cerquem de solidariedade para potencializar o nosso grito e garantir justiça à todas as mulheres vítimas de violência que com uma Delegacia como essas não têm a quem recorrer.
Fórum de Mulheres de Paraty em 11 de maio de 2021
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