A pandemia de Coronavírus nos impossibilita de ter aulas presenciais na Faculdade de Educação da USP desde março de 2020. Com a urgência de se criar condições mínimas para o acompanhamento das aulas em meio ao caos social, sanitário e humanitário em que vivemos, a direção da FEUSP, ainda no início do período de suspensão das aulas presenciais, orientou docentes e estudantes sobre medidas que seriam adotadas pela instituição para minimizar o impacto que este período sombrio nos impunha. Dentre as orientações, vale destacar:
– Flexibilização da cobrança de presença nas aulas
– Maior tolerância nos prazos para entrega de provas e trabalhos
– Gravação das aulas e sua disponibilização para que os estudantes pudessem assistir em outros horários
– Distribuição de modens de internet para estudantes com dificuldade de acesso
No entanto, ainda na pandemia e agora já em 2021, temos atravessado um ano intenso, com perdas, instabilidade mental e financeira, entre outras questões que dificultam a permanência na Universidade. Tivemos o ingresso de novos estudantes, que certamente trilharam caminhos duros para alcançar a vaga em uma instituição de ensino superior pública em meio a uma pandemia e hoje vemos muitas dessas conquistas relacionadas à permanência sendo perdidas.
Gravar as aulas é uma das estratégias que visam a maior acessibilidade dos conteúdos aos estudantes com dificuldade de acesso à internet ou que tiveram mudanças de rotina que impossibilitam sua participação síncrona. Grande parte das estudantes da FEUSP já atuam como professoras e com o retorno das aulas presenciais nas escolas, se encontram numa situação de maior exposição, além de enfrentarem, muitas vezes, o desafio das aulas híbridas. A gravação permite o acesso ao conteúdo em um horário mais flexível, assim como sua revisão.
As gravações não suprem a interação entre os estudantes e entre estudantes e professores, mas são um recurso capaz de reduzir a pressão e ansiedade causadas pelo distanciamento social e permitem um maior engajamento principalmente daqueles com piores condições econômicas ou em situação precária de moradia, como os moradores do CRUSP que estão sendo negligenciados pela administração da USP desde o início da pandemia.
Os professores não são nossos inimigos. Estamos passando por um momento muito difícil. A política genocida de Bolsonaro e Dória todos os dias mata milhares de brasileiros e coloca os profissionais da educação em risco, é impossível passar por tudo isso intocado, a rotina e prática de todos nós foi afetada e devemos juntos buscar formas para que a educação nesses tempos de isolamento social não só seja possível, mas saudável tanto para educadores quanto educandos.
Que sejam gravadas as aulas de todas as disciplinas! Que sejam seguidas as orientações apresentadas pela direção da faculdade!
Reivindicamos que seja convocada uma assembleia dos 3 setores (professores, estudantes e funcionários) da FEUSP!
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