O presidente Jair Bolsonaro desembarcou em Manaus nesta sexta-feira (23), onde participou da cerimônia de inauguração da segunda etapa do Centro de Convenções do Amazonas Vasco Vasquez (CCAVV). Na chegada, o presidente cumprimentou apoiadores com apertos de mãos e tirou selfies em meio a aglomeração. Bolsonaro recebeu ainda uma homenagem da Assembleia Legislativa com o título de cidadão honorário amazonense, proposta pelo deputado estadual e delegado de polícia Péricles do Nascimento (PSL).
Além de Manaus, o presidente ainda visitou Belém, para a entrega de alimentos do Programa Brasil Fraterno e a formalização de convênio com o Ministério do Turismo (MTur). Em ambas as cidades Bolsonaro foi recebido sob protestos.
Manaus
Durante o discurso, o presidente agradeceu ao ex-ministro da Saúde, Eduardo Pazuello pelo serviço prestado. As ações do governo federal no combate à pandemia, em especial no Amazonas, são ponto central das investigações a serem feitas pela CPI da Covid.
Durante os protestos, segundo a professora Gleici Oliveira, os manifestantes foram impedidos de chegar até o centro de convenções com o carro de som, mas seguiram mesmo assim a pé até a frente do local, onde enfrentaram a comitiva. Lá houve uma guerra de claques entre bolsonaristas e opositores, e em determinado momento a polícia agrediu uma professora do sindicato da categoria. Clique aqui e veja o vídeo no facebook.
Além do ato, já estão sendo preparadas iniciativas jurídicas para tentar reverter a homenagem, que foi aprovada na assembleia legislativa e alguns deputados já “mudaram de ideia” sobre a homenagem, após notarem a péssima repercussão.
Ato em Manaus
Belém
O ato em Belém foi organizado pelo Fórum de Servidores Estaduais e Federais, Adufpa, Sindtifes, Sindju, além de partidos de esquerda, do mandato do vereador Fernando Carneiro (PSOL) e da bancada Mulheres Amazônidas e Resistência Feminista.
A manifestação ocorreu na tarde de hoje em frente a nova sede da Polícia Federal, em que o presidente resolveu participar da inauguração. Segundo os organizadores, o ato foi uma resposta simbólica de repúdio à visita do Bolsonaro à Belém, que é a capital da resistência e do povo cabano.
Na propaganda do governo dizia que o presidente iria entregar cestas básicas em um dos bairros periféricos da cidade, o que é um verdadeiro deboche, já que o governo aprovou uma miséria de auxílio emergencial, e só depois de muita pressão popular. Além disso, os manifestantes consideraram um escárnio que Bolsonaro tenha ido ao Norte e na Amazônia justamente quando o ministro Ricardo Salles está passando a boiada na Amazônia, que bateu recorde de desmatamento ilegal nos últimos meses. Dessa forma, o ato simbólico foi também em forma de protesto contra transformar a Amazônia em pasto, contra o genocídio e a fome.
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