Pular para o conteúdo
BRASIL

25 anos do massacre de Eldorado dos Carajás: nosso dever é manter viva a luta dos Mártires de Abril!

Will Mota, de Belém, PA
Divulgação/Andes

Neste dia 17/04/21 completa-se um quarto de século do assassinato a sangue-frio de 21 trabalhadores sem-terra a mando do governo do Estado do Pará.

O massacre de Eldorado dos Carajás é uma das maiores vergonhas da nossa história, pois expõe a nu o caráter perverso e violento do Estado capitalista em um país profundamente desigual como o Brasil.

No final das contas, todos os responsáveis pelo massacre se livraram da cadeia. Os 143 policiais envolvidos no massacre foram absolvidos, o governador Almir Gabriel (PSDB) e o secretário de segurança pública (Paulo Sette Câmara) à época foram excluídos do processo e os únicos 2 condenados em um segundo julgamento (coronel Mário Pantoja e Major José Maria Oliveira) ficaram pouco tempo na cadeia e passaram a responder em liberdade.

3 dos 4 comandantes da ação já faleceram e não chegaram a pagar pelos seus crimes.

A impunidade desse episódio é escandalosa e revela a conivência da Justiça burguesa com a violência e o autoritarismo do Estado. Dos 21 assassinados, 10 foram executados sem chance de defesa, com tiros acima do tórax e vários trabalhadores tinham sinais de tortura em seus corpos com seus próprios instrumentos de trabalho.

A causa pela qual morreram, a luta pela reforma agrária, também retrocedeu nos últimos anos no país, sobretudo após o golpe e a chegada ao poder da extrema-direita, aliada de primeira ordem do latifúndio, do agronegócio e das milícias. A reforma agrária é uma medida básica pra garantir o direito à terra, ao trabalho e soberania alimentar ao povo brasileiro. Sem reforma agrária jamais iremos avançar na superação das desigualdades sociais que marcam o país.

A 25 anos do massacre de Eldorado dos Carajás, nossa melhor homenagem aos mártires de abril é manter viva a memória dos que tombaram na luta por reforma agrária e justiça aos 21 trabalhadores que foram covardemente assassinados pelo Estado, com a cumplicidade da justiça brasileira.