Pelo segundo ano consecutivo passaremos o dia 07 de abril, Dia Mundial da Saúde, em meio a pandemia da Covid-19. Nesta data, em 2020, as secretarias estaduais de saúde contabilizam 14.049 infectados em todos os estados e 688 mortos. Já entendíamos ali a gravidade da pandemia e avaliávamos ser aquele o pior momento histórico da saúde pública nacional, mas infelizmente, estávamos enganados. Passado um ano o Brasil ultrapassou a marca de 13 milhões de infectados e os 330 mil mortos, devendo alcançar no dia 07 a inaceitável casa das 340 mil mortes. Não devemos ter dúvidas sobre as responsabilidades por termos chegado a tal situação.
LEIA MAIS
Confira os mais de 50 atos simbólicos marcados para esta quarta-feira
Os maiores responsáveis por esse genocídio são o presidente Jair Messias Bolsonaro e seu governo. Desde o início o presidente negou a gravidade da situação em que estávamos, dificultando ou impedindo que as medidas necessárias ao combate da doença e a proteção da população fossem empregadas. Foram falas e ações concretas recorrentes que minimizavam os riscos da doença e que negavam a necessidade de medidas de proteção individual e do distanciamento social. Sempre se mostrou contrário ao necessário fechamento das atividades não essenciais e a destinação de um auxílio emergencial necessário e suficiente para parcela da classe trabalhadora mais impactada pela doença e pelas ações de distanciamento: desempregadas e desempregados, precarizadas e precarizados, população das favelas e periferias, negras e negros, mulheres e todos os segmentos historicamente oprimidos.
Não devemos esquecer dos diversos governadores e prefeitos que seguiram a cartilha do presidente e não fizeram sua parte controlar a situação crítica que vivíamos, muitas vezes ampliando e reforçando as falas irresponsáveis do presidente Bolsonaro. Em sua maioria, pouco ou nada fizeram para ajudar financeiramente as camadas mais pobres e investiram de forma insuficiente no SUS para que tivéssemos uma rede capaz de dar conta da demanda por atendimentos e leitos.
Lembremos também dos parlamentares, federais em especial, que sustentaram a farsa que é o governo Bolsonaro, aprovando medidas que, na maioria das vezes, foram e são insuficientes diante as necessidades da classe trabalhadora, mas estiveram sempre preocupados em atender aos interesses da burguesia nacional. É nessa relação que se explica o não avanço no parlamento dos mais de 60 pedidos de impeachment contra o presidente, em sua maioria pelos crimes de responsabilidade cometidos na condução da pandemia. Cabe destacar a parcela de responsabilidade por essa tragédia que cabem a Rodrigo Maia e Davi Alcolumbre, presidentes da Câmara e do Senado até janeiro de 2021, e agora Arthur Lira e Rodrigo Pacheco, atuais ocupantes destes respectivos cargos, desde fevereiro.
No rol das responsabilidades tem papel especial a chucra burguesia nacional, sempre ávida por manter seus privilégios de classe e sua subserviência e subalternidade em relação aos interesses do grande capital internacional. Sem o apoio desse segmento social, o governo Bolsonaro não teria se sustentado até aqui. Das frações que seguem cegamente o negacionismo e obscurantismo bolsonarista aos grupos supostamente mais esclarecidos, passando pela grande mídia empresarial, todos tem responsabilidade. Seu interesse em sustentar Paulo Guedes e toda sua política de desmonte e ataques aos direitos sociais impede que enxerguem e defendam a necessidade de ações que freiem o acelerado ritmo de destruição provocado pela Covid-19 e, com isso, seguem na prática ao lado desse desgoverno comandado por Bolsonaro. E agora tentam aprovar uma lei para legalizar a compra direta de vacinas, tornando legal o vergonha de furar a fila da vacina.
Nesse dia 07 de abril de 2021 devemos, mais do nunca, lutar intransigentemente por medidas que freiem o ritmo em que se encontra a pandemia no Brasil e que garantam direitos e proteção para classe trabalhadora: pelo impeachment de Bolsonaro e Mourão; por um SUS 100% público e estatal, voltado aos interesses de toda a população; por um lockdown nacional que ajude a desacelerar o ritmo de contágio da Covid-19, que já levou nosso sistema de saúde a uma situação de colapso; pela vacinação em massa da população, toda feita pelo SUS e sem privilégios à burguesia; pela quebra de patentes das vacinas contra Covid-19, para garantir a ampla vacinação; e, por fim, mas não menos importante, por um auxílio emergencial que garanta condições de vida digna para os todos e todas que necessitem.
Comentários