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OPRESSÕES

Trabalhadoras do mundo, uni-vos!, resenha sobre o novo livro de Silvia Federici: O patriarcado do salário: notas sobre Marx, gênero e feminismo (v. 1)

Raíssa Teixeira Almeida de Souza*, do Rio de Janeiro, RJ
Divulgação / Boitempo

A caça às bruxas nunca terminou,
e as mulheres nunca deixaram de resistir
Silvia Federici

 Vivemos a maior pandemia dos últimos cem anos e junto desta está em curso uma crise estrutural do capitalismo que nos últimos vinte anos tem se intensificado. Essa crise faz parte do processo de acumulação de capital na qual é necessário intensificar a exploração da classe trabalhadora e do meio ambiente para a manutenção do sistema capitalista. A caça às bruxas dos séculos XVI e XVII foi fundamental para a construção do capitalismo e até os dias de hoje a perseguição dos corpos femininos faz parte da lógica do capital. O papel da mulher no capitalismo é tema central do trabalho da historiadora, filósofa e ativista italiana Silvia Federici.

Silvia Federici, considerada a mais importante feminista marxista de nosso tempo, cresceu no pós-Segunda Guerra Mundial e na convivência da mãe, dona de casa que via seu trabalho desvalorizado, notou que a posição das mulheres na sociedade capitalista cria um sentimento em suas vidas de insatisfação e insuficiência. Esses momentos em sua formação foram marcantes para que Federici se interessasse pelas questões do capitalismo, feminismo e trabalho doméstico não pago. Na década de 1970, participou da fundação do International Feminist Collective [Coletivo Feminista Internacional], coletivo responsável pela organização do Wages for Housework [Salários para o Trabalho Doméstico], que promoveu manifestações contundentes a favor da remuneração para o trabalho de reprodução feito pelas mulheres em seus lares arredor do mundo. Esse espaço influenciou a autora a desenvolver a maior parte de suas teorias e pensamentos que carrega até hoje em suas obras e debates.

Federici tem uma escrita afiada e aprofundada sobre os assuntos que aborda, porém é de fácil compreensão, além de se preocupar sempre com a importância da divulgação de seus escritos e de sua causa para além dos muros das universidades, inclusive no Brasil, onde participou de diversos eventos sobre feminismo, anticapitalismo e meio ambiente, apresentando sua perspectiva teórica e política para um grande público, principalmente composto por mulheres.

Sua icônica obra Calibã e a bruxa: mulheres, corpo e acumulação primitiva, publicado no Brasil pela Editora Elefante em 2017 e disponível online no site do Coletivo Sycorax, faz uma análise minuciosa do processo de perseguição dos corpos femininos no fim da Idade Média e início da Idade Moderna e argumenta que a caça às bruxas foi um dos pilares para a construção do capitalismo. Ela aponta que essa perseguição jamais terminou, apenas se transformou através do tempo, compreendendo que a subalternização das mulheres, juntamente com a escravização e subjugação dos negros, indígenas e todos os povos não brancos é fundamental para o sistema capitalista, juntamente com a dominação dos recursos naturais e de toda a produção.

Federici declara constantemente que o trabalho doméstico e o trabalho de cuidados fazem parte da lógica do capitalismo, não são apenas uma assistência pessoal, sendo contundente quando afirma “o que eles chamam de amor, nós chamamos de trabalho não pago”1, do qual o sistema capitalista necessita para continuar se reproduzindo. A autora busca teorizar e politizar sobre a questão do trabalho doméstico, pois entende que a luta por visibilidade para esta categoria faz toda a diferença no entendimento das mulheres sobre seus corpos, suas decisões e seus lares, mas também traz luz a uma causa que a classe trabalhadora como um todo precisa levar em consideração ao se posicionar em um embate anticapitalista.

Publicado em 12 de março de 2021, pela editora Boitempo, com tradução de Heci Regina Candiani, o livro O patriarcado do salário: notas sobre Marx, gênero e feminismo (v.1) traz uma série de artigos com uma importante discussão sobre a relação entre marxismo e feminismo escritos entre os anos de 1970 e 2020. Este debate tem grande relevância no momento em que vivemos, no qual perdemos direitos como classe trabalhadora, mas que também marca uma série de desmontes relacionados à luta das mulheres. Para tal, a autora revisita as críticas que o feminismo elabora em relação ao pensamento de Marx, como a questão do trabalho, as esferas sexual e racial dentro da luta de classes, e o caráter emancipatório da ciência e da indústria como missão do capitalismo. Os artigos permeiam esses três pontos de discussão para debater os pontos principais do pensamento marxiano que ainda são fundamentais para o debate sobre sistema capitalista, mas também apontando para os limites da construção teórica e metodológica de Marx que precisam ser atualizados e repensados para que seja construída uma análise histórica e teórica mais condizente com os dias atuais.

A esquerda como movimento definiu historicamente algumas prioridades nas lutas contra o capitalismo e delegou menor atenção às demandas feministas por não considerar o trabalho doméstico parte da exploração capitalista, como um aparente estágio pré-capitalista, porém o trabalho doméstico e de cuidados e a família são partes fundamentais para a manutenção da produção do capital. “(…) Dessa forma, a esquerda reproduziu, em seus objetivos organizacionais e estratégicos, a mesma desunião da classe trabalhadora que caracteriza a divisão capitalista do trabalho. (…)”2

A formação do conceito de família proletária como conhecemos começou a ocorrer entre 1860 e a Primeira Guerra Mundial, iniciando a exclusão de mulheres e crianças dos trabalhos assalariados, introduzindo o “salário familiar”, que era pago para os homens sustentarem suas famílias, e criando a ideia de dona de casa e o trabalho doméstico para a reprodução da mão de obra, fazendo parte do processo de exploração e de disciplinamento da classe trabalhadora, instituindo o trabalho não pago feminino e de sua dependência perante os homens, produzindo assim uma divisão da classe trabalhadora. Ademais, a condição das operárias fabris que foram mandadas de volta para casa e se tornaram não assalariadas é um ponto de fragilidade no mercado de trabalho e também dentro de seus lares, trazendo mudanças nas relações de classe e instituindo um novo regime do patriarcado, chamado por Federici de “patriarcado do salário”.

A partir da análise das relações de gênero do capital perante as mulheres e também dentro da classe trabalhadora, a autora propõe revisitar Marx abrindo a possibilidade de repensar a posição do capital e da esquerda em relação ao patriarcado e construir possíveis formas cooperativas entre marxismo e feminismo, utilizando suas categorias de análise, mas colocando em foco o trabalho doméstico e de reprodução da classe trabalhadora, assim como a participação das mulheres nos trabalhos fabris com profundidade maior profundidade.

Segundo a autora, o capital organiza a classe trabalhadora em diferentes mercados de trabalho, contrapondo negros, brancos, mulheres, homens, jovens e velhos, mas também contrapõe os trabalhadores aos “não trabalhadores”, como se os trabalhadores que não recebem um salário fossem parasitas dos que recebem, no entanto, mais da metade da população mundial não é assalariada. Essa condição de metade dos trabalhadores do mundo fragiliza toda a classe trabalhadora, pois o capital se aproveita disso para se deslocar para lugares onde a mão de obra é menos organizada e mais barata.

A exigência de pagamento de salários pelo trabalho doméstico faz parte da conscientização de que este não é biológico e sim uma construção social que é parte da exploração da classe trabalhadora, principalmente das mulheres, pelo sistema capitalista desde seu desenvolvimento. Portanto, a luta das mulheres não deve ser para entrar no mercado de trabalho assalariado, porque por mais que não sejam assalariadas, o trabalho não remunerado faz parte desta lógica, a luta deve ser pelo fim da exploração de toda classe trabalhadora.

É preciso compreender que a luta pela libertação das mulheres não é subalterna ou complementar à luta de classes, ela é central para que seja possível acabar com o sistema capitalista. A proposta de Federici não é separar as mulheres dos homens, e sim apresentar uma saída para além do que a esquerda propõe sobre necessidade das mulheres trabalharem fora de seus lares, pois as mulheres não precisam de mais trabalho, precisam que seu trabalho seja valorizado, precisam que elas e toda a classe trabalhadora sejam libertas das amarras do capitalismo, pois a condição de subjugação feminina é diretamente relacionada ao sistema capitalista.

A teoria marxiana tem grande relevância na construção da teoria feminista. O materialismo histórico evidencia que a “natureza humana” é fruto das relações sociais e sua análise auxilia na construção da relação entre sexo, raça e classe.

(…) Em seus escritos e suas intervenções na Primeira Internacional, Marx denunciou tanto as relações patriarcais quanto o racismo. No entanto, não temos em sua obra uma análise da função dos diferentes regimes laborais e hierarquias criados pelo desenvolvimento capitalista, ao longo da história, com base nas relações raciais e de gênero. (…)3

Federici portanto, propõe o trabalho de Marx como ponto de partida sobre a análise sobre o capitalismo e também em relação ao seu método que compreende a importância das relações sociais no processo histórico, e a partir disso adaptá-lo às diferenças históricas e espaciais e que deve ser superado em partes que são encontradas limitações. A questão de gênero faz parte desse grupo de assuntos que deve e está sendo melhor desenvolvido, e a partir do momento que mais mulheres conseguem se inserir na discussão, mais seremos consideradas um tema relevante a ser pesquisado. Por isso é fundamental que ocupemos os espaços, mas além disso, precisamos iluminar os espaços que já são ocupados por nós.

Federici afirma que o método de Marx e sua análise sobre mais-valor, dinheiro e forma-mercadoria são indispensáveis para pensarmos o capitalismo, porém não são suficientes para analisarmos o sistema capitalista contemporâneo, é preciso fazer adaptações e novas interpretações sobre a realidade, pois a relevância de uma obra não a torna absoluta. Enquanto Marx não reconhece o trabalho doméstico como essencial para a produção e a reprodução da força de trabalho, as autoras feministas marxistas das últimas décadas vêem o trabalho doméstico como indispensável. Desta forma, junto das críticas feitas sobre as limitações de Marx, é fundamental considerar suas obras e análises sobre a realidade do sistema capitalista para a construção de um feminismo anticapitalista.

A autora sugere adaptar as categorias de Marx para compreender a importância da produção e reprodução da força de trabalho e o papel das mulheres nesse processo. Essa mudança de foco torna evidente a dependência do capital deste trabalho não remunerado, enfatizando a reprodução da força de trabalho e as relações sociais permeadas por ela. Essa visibilidade da reprodução social é imprescindível para entender o domínio indireto do capitalismo, utilizando o salário como forma de divisão dentro da classe trabalhadora, criando hierarquias de domínio dentro desta, como o controle dos homens sobre as mulheres, e o controle dos brancos sobre os negros. Por isso, o recorte de gênero e raça é necessário para que haja um real entendimento da complexidade dos processos de dominação a fim de se chegar a libertação.

Escrever sobre gênero em Marx, portanto, é reconciliar dois pontos de vista sobre o tema. Por um lado, há os comentários de Marx dispersos por suas primeiras obras e pelo Livro I de O capital. Por outro, há as visões de feministas que utilizaram as teorias dele sobre a exploração capitalista e as aplicaram a uma análise do trabalho das mulheres e da organização da reprodução, buscando enraizar o feminismo em uma perspectiva anticapitalista/de classe.4

O capitalismo em seu acirramento não desenvolve as capacidades humanas e a cooperação social, na verdade, ele desenvolve relações desiguais e hierárquicas, constituindo uma força social que destrói, gerando divisões de raça, gênero e idade, e portanto, nosso papel como feministas e militantes da justiça social é reconstituir os interesses coletivos e reunir o que o sistema capitalista separou. Os comuns5 são uma proposta de recuperação das relações sociais mais comunitárias e coletivas, buscando reorganizar o trabalho de cuidado de forma mais cooperativa e criando outras possibilidades para o sustento das comunidades que seja alternativo ao sistema capitalista.

 Fazer uma crítica a Marx não deve ser considerada um não reconhecimento de sua contribuição, pois ele deve ser tomado como análise para entender movimentos do capital e para compreender o seu futuro. Temas como valor-trabalho e lucro ainda são importantes para explicar a política econômica atual, assim como o era na época de Marx, além disso, seus conceitos de mercantilização, alienação e exploração são fundamentais para se pensar as relações sociais e políticas contemporâneas. Outra questão fundamental é a construção histórica da realidade social, que fortalece a teoria feminista e quebra o entendimento de naturalização do papel feminino como mãe, esposa e trabalhadora doméstica como destino fadado a ser cumprido. A teoria marxiana também nos instrumentaliza para observar como o capital se insere nas esferas afetivas e domésticas.

Como reafirmo do começo ao fim deste trabalho, assumir uma postura crítica em relação a aspectos da teoria política de Marx não significa rejeitar sua obra nem deixar de reconhecer sua importância única. Marx nos deu a linguagem e as categorias necessárias para pensar o sistema capitalista e compreender a lógica que impulsiona sua reprodução crescente. (…)6

Federici também traz à luz a questão de ecologia em Marx, demonstrando uma base consistente para compreender a perspectiva ecológica, a partir da análise do livro de John Bellamy Foster e Brett Clark, intitulado The Robbery of Nature: Capitalism and the Ecological Rift [O roubo da natureza: capitalismo e ruptura ecológica]. Marx sabia da centralidade da natureza para a vida e para o capital, entendendo que a agricultura capitalista não é sustentável e também abordando a crueldade do trato dos animais de abate pelo capitalismo. Entretanto, a autora afirma “(…) Três pressupostos de Marx são inconsistentes com uma postura ecológica e particularmente problemáticos para serem avaliados de um ponto de vista histórico posterior a mais de 150 anos de devastação capitalista da terra”7

Federici aponta para algumas questões na obra de Marx que são importantes para consideração. A primeira é o entendimento do autor sobre a importância histórica do advento do capitalismo como precondição para o processo revolucionário e da instauração do comunismo, pois para ela, não é condizente postular sobre o processo da acumulação primitiva e detalhar o trabalho industrial e continuar sustentando o argumento de que o desenvolvimento capitalista é caminho para um mundo melhor. Federici também sublinha a perda dos saberes milenares que ocorreram por conta do avanço do capitalismo. Outro ponto importante para a autora é que Marx entende que o desenvolvimento tecnológico e científico e a completa automatização da produção capitalista levaria a diminuição significativa de trabalho social necessário, aumentando o tempo livre da classe trabalhadora, porém ela critica esse entendimento, pois afirma que se houvesse essa conquista, seria masculina, pois o trabalho de cuidados e de afeto, exercido em sua maioria por mulheres, ainda continuaria existindo. Também critica a ideia de plena automatização, pois isso transformaria a terra em deserto, por conta da necessidade de recursos naturais para que isso possa acontecer.

O capitalismo e a industrialização não são processos para uma sociedade comunista, e sim para a destruição da Terra. A autora igualmente critica a posição de Marx sobre os efeitos positivos do fim de pequenas propriedades fundiárias, pois acreditava que o desenvolvimento de uma agricultura mais avançada seria vantajoso para uma sociedade mais desenvolvida. O autor desvalorizava a vida camponesa, e influenciado pelo pensamento iluminista, compreendendo a vida investida em cuidado da terra e de lavouras como uma vida limitada, além de subestimar os saberes do campesinato. Federici enfatiza a importância desses saberes que foram capazes de domésticas a maior parte dos alimentos que consumimos hoje e de criar sistemas sofisticados para o cultivo desses alimentos, além disso, essas comunidades criavam relações comunais em volta de seus saberes e trabalhos, construindo conhecimentos primordiais para o desenvolvimento da humanidade. Além disso, Marx sugeriu que a agricultura em pequena escala acarretaria em escassez de alimentos, porém são elas que alimentam grande parte da população.

As mulheres são as lideranças que trabalham a favor de um ambiente mais ecológico, principalmente na América Latina. Sendo responsáveis pela reprodução de suas comunidades, também se preocupam com a manutenção saudável de suas terras, indo na contra-mão de empresas de monocultura e de sementes estéreis, como a Monsanto, cultivam as chamadas sementes crioulas, criando bancos de sementes, e recuperando saberes ancestrais de cultivo das terras, para melhorá-las e mantê-las vivas para as próximas gerações.

O livro de Silvia Federici, e sua obra como um todo, traz uma grande contribuição para a compreensão da realidade em que vivemos, e nos direciona para questões que devem ser discutidas e por muitas vezes são deixadas de lado, como a relação gênero, raça e classe dentro da esfera do sistema capitalista, mas que também pensa a questão ecológica como primordial, pois vivemos a iminência da destruição da natureza, onde nós estamos incluídos, por conta de um sistema que não se sustenta. Precisamos correr contra o tempo, e repensar todas essas questões é fundamental para que possamos construir novas relações que matem menos as pessoas e o planeta.

No momento que vos escrevo, completa-se três anos da morte de Marielle Franco, temos em média mais de duas mil mortes por covid-19 por dia e uma mulher é morta a cada nove horas durante a pandemia no Brasil. Por isso, discutir marxismo, feminismo e ecologia é discutir a possibilidade de continuar vivendo, hoje mais do que nunca.


*Mestranda em Filosofia e História Social – Universidade Federal Fluminense (UFF).
E-mail: [email protected] 

 

Referências

FEDERICI, Silvia. O patriarcado do salário: notas sobre Marx, gênero e feminismo (v.1). Tradução: Heci Regina Candiani. São Paulo: Boitempo, 2021.

________. Calibã e a bruxa: mulheres, corpo e acumulação primitiva. Tradução: Coletivo Sycorax. São Paulo: Elefante, 2019a.

________. O ponto zero da revolução: trabalho doméstico, reprodução e luta feminista. Tradução: Coletivo Sycorax. São Paulo: Elefante, 2019b.

________. Mulheres e caça às bruxas: da Idade Média aos dias atuais. Tradução: Heci Regina Candiani. São Paulo: Boitempo, 2019c.

OLIVEIRA, Sheila. Uma mulher é morta a cada nove horas durante a pandemia no Brasil. Brasil de Fato, 2020. Disponível em: https://www.brasildefato.com.br/2020/10/10/uma-mulher-e-morta-a-cada-nove-horas-durante-a-pandemia-no-brasil. Acesso em: 14 mar. 2021.

PASSOS, Úrsula. O que eles chamam de amor, nós chamamos de trabalho não pago, diz Silvia Federici. Folha de São Paulo, 2019. Disponível em: https://www1.folha.uol.com.br/ilustrada/2019/10/o-que-eles-chamam-de-amor-nos-chamamos-de-trabalho-nao-pago-diz-silvia-federici.shtml. Acesso em: 13 mar. 2021.


Notas

1  PASSOS, Úrsula. O que eles chamam de amor, nós chamamos de trabalho não pago, diz Silvia Federici. Folha de São Paulo, 2019. Disponível em: https://www1.folha.uol.com.br/ilustrada/2019/10/o-que-eles-chamam-de-amor-nos-chamamos-de-trabalho-nao-pago-diz-silvia-federici.shtml. Acesso em: 13 mar. 2021.

2  FEDERICI, Silvia. O patriarcado do salário: notas sobre Marx, gênero e feminismo (v.1). Tradução: Heci Regina Candiani. São Paulo: Boitempo, 2021. p. 24.

3  FEDERICI, Silvia. O patriarcado do salário: notas sobre Marx, gênero e feminismo (v.1). Tradução: Heci Regina Candiani. São Paulo: Boitempo, 2021, p. 17.

4  FEDERICI, Silvia. O patriarcado do salário: notas sobre Marx, gênero e feminismo (v.1). Tradução: Heci Regina Candiani. São Paulo: Boitempo, 2021, p. 63.

5  Do inglês “commons”, quer dizer “bens comuns”, e defende uma proposta ética e prática de cooperação e o uso coletivo dos espaços e da produção, em contraposição ao capitalismo neoliberal.

6  FEDERICI, Silvia. O patriarcado do salário: notas sobre Marx, gênero e feminismo (v.1). Tradução: Heci Regina Candiani. São Paulo: Boitempo, 2021, p. 19.

7  FEDERICI, Silvia. O patriarcado do salário: notas sobre Marx, gênero e feminismo (v.1). Tradução: Heci Regina Candiani. São Paulo: Boitempo, 2021, p. 177.