CONTRA A VIOLÊNCIA POLÍTICA SEXUAL
Mexeu com uma, mexeu com todas! Levantamo-nos todas! Declaração transfronteiriça contra a violência política sexual!
Nos últimos anos nos chamamos a sair para a rua, para as praças, para ocupar colégios e universidades, para fazer greve e não ficar na segunda fileira. Fomos milhões e a nossa força coletiva permitiu nos encontrarmos a partir de nossas várias trajetórias e experiências e não nos soltarmos mais.
Hoje somos um grito comum contra a impunidade, contra a brutalidade policial, contra o terrorismo de Estado e particularmente contra a violência política sexual que temos vivido centenas de meninas, mulheres e dissidentes sexuais e de gênero por parte de agentes do Estado. Violência que ficou impune desde a ditadura cívico-militar, por mais de 30 anos e nos meses de revolta. Desde o levantamento, temos sofrido estupro, nudez forçada, abuso sexual, exposição a toques e agressões verbais com insinuações sexuais que procuram subjugar, humilhar, amedrontar e depreciar. Mas não esquecemos. Mexe com uma, mexe com todas! Nós levantamos todas!
Vimos a denunciar e pedir solidariedade internacional diante da repressão que vivemos durante a Greve Geral Feminista na segunda-feira, 8 de março
Somos um corpo coletivo de indignação e resistência, vimos a denunciar e pedir solidariedade internacional diante da repressão que vivemos durante a Greve Geral Feminista na segunda-feira, 8 de março. Naquele dia que é nosso, que não é uma festa, mas sim um protesto, fizemos valer o nosso direito de nos manifestarmos, através de várias formas de mobilização, com os cuidados entre todas. Nesse contexto, a polícia respondeu mais uma vez, envenenando-nos com gás, reprimindo-nos, prendendo-nos e exercendo violência sexual política.
Como feministas, sabemos que a polícia nunca cuidou de nós. Pelo contrário, representa uma ameaça às nossas vidas. Exigimos a dissolução dos Carabineros do Chile, instituição que nos mata, mutila e abusa de nós. Não são fatos isolados, temos visto a violência sexual praticada por diversos agentes do Estado de forma generalizada e sistemática. Ressaltamos a responsabilidade do Estado do Chile e a absoluta impunidade por esses atos que devem ser julgados pelas autoridades internacionais. Insistimos mais uma vez na cumplicidade do Ministério da Mulher e da Equidade de Gênero com esta política de repressão e impunidade, transgredindo as obrigações consagradas em marcos internacionais como a Convenção para a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra a Mulher (CEDAW) e a Convenção interamericana para Prevenir, Punir e Erradicar a Violência contra a Mulher. Não temos ministra!
Apelamos à criação de uma rede plurinacional de atendimento comunitário, contenção, tratamento terapêutico e ação judicial para o atendimento desses casos e denúncias.
Diante da injustiça, respondemos com uma organização feminista! Nunca mais sozinhas!
O terrorismo de Estado usa nossos corpos para mostrar poder e brutalidade, para nos disciplinar e negar o direito de protestar. O dano gerado não é apenas um dano físico e psicológico, mas também um dano ao tecido social. Isso não significa que nossas colegas afetadas devam falar se não o desejarem, pelo contrário, devemos respeitar a sua posição e protegê-las de novas situações de vulnerabilidade.
NÃO mais impunidade do terrorismo de Estado!
NÃO mais políticas de medo e a massacre deste governo!
NÃO mais práticas coloniais com as quais buscam a submissão sexual de meninas, mulheres e dissidentes como arma de controle e disciplina!
NÃO mais à violência sexual política!
#NaoMaisViolenciaPoliticaSexual
#DisoluçãoDeCarabinerosYA
# Fora Piñera
Assinaturas
1. Red Chilena Contra la Violencia Hacia las Mujeres
2. Coordinadora Feminista 8M, Santiago
3. Asociación de Abogadas Feministas de Chile, ABOFEM
4. Asociación Nacional de Funcionarias-os del MinmujeryEG ANFUMMEG
5. Red de Feministas Territoriales RM
6. “MALAS JUNTAS” Colectiva de Mujeres y Disidencias, Santiago
7. BICIDENCIAS, Santiago
8. Comisión de Género Articulación Ciudadana La Reina
9. Kblido Cooperativa Juntxs Compremos
10. Colectivo Perro Negro
11. Flamencas Feministas
12. Mujeres Autoconvocadas de Macul
13. Asamblea feminista de La Reina
14. Cabildo Amado Nervo
15. Agrupación de Mujeres Democráticas
16. La Morada
17. Red de agrupaciones feministas provincia de Talagante
18. Feministas Acción Provincial Talagante
19. Observatorio de Género y Equidad
20. Flamencas Feministas
21. Revolución ciclistas FEM
22. Coordinadora Feminista 8M Valparaiso
23. Colectiva la pólvora
24. Mesa de Mujeres de La Reina
25. Red de Periodistas y Comunicadoras de Chile
26. Revista Emancipa
27. Red de Abastecimiento Maipu
28. Feministas Articuladas en Movimiento FAEM
29. Grupa Teresa Flores
30. Juntas y Revueltas
31. Fundación escuela Habladurías
31. Federación Trabajadoras y Trabajadores a Honorarios del Estado UNTTHE
32. Cut Zonal Poniente
33. Colectivo de Mujeres Peñalolén
34. AFUSAP-Asociación de Funcionarias y Funcionarios de Atención Primaria del Servicio de Salud Metropolitano Central
35. Red de Bibliotecas Populares del Gran Valparaíso
36. Uni Mujeres Chile
37. Mujeres Autoconvocadas Rengo
38. Acción EcoFeminista
39. Colegio de Trabajador@s Socials, Provincial Santiago
40. Fundación Margen de Apoyo y Promoción de la Mujer
41. Escuela de Español para migrantes La Legua
42. Corporación Chile Escucha
43. Coordinadora Transversal de Mujeres Organizadas
44. Mujeres Memoria y Derechos Humanos Arica
45. Mujeres de Plaza Ñuñoa
46. Colectiva de cantoras cuequeras, La Sihembra
48. Rach, Red de Actrices de Chile
49. Circulo Ancestral
50. Opinión Socialista
51. RED DE MUJERES MAPUCHE
52. FixieGirlsValpo
55. Asamblea Barrio Brasil
56. Colectiva Sin Derechos
57. Coordinación de mujeres de aconcagua
58. Minervas Colectivo Feminista (UY)
59. Collectief 8 maars (Bélgica)
60. Coordinadora Feminista de San Felipe
61. Isadora- Mujeres en Lucha
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