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BRASIL

Com graves sequelas, professora de Guarulhos grava vídeo-denúncia sobre a Covid-19

Fabiana de Abreu, de Guarulhos, SP
Reprodução

Professora há 18 anos da Rede Estadual, Elaine da Silva Souza, de Guarulhos, relata em um vídeo todas as dificuldades enfrentadas após a contaminação por Covid19. Com os hospitais lotados na cidade, perambulou em busca de atendimento e chegou a ser orientada por médicos a tomar azitromicina, remédio comprovadamente ineficaz no tratamento das consequências da infecção pelo vírus.

Com 38 anos, Elaine foi internada no Hospital do Servidor Público em junho de 2020, por vários dias. Após a alta, e o retorno ao trabalho de forma remota, se manifestaram várias sequelas, como asma e trombose. A professora sentia muitas dores de cabeça e amnésia. “Percebi que estava com uma certa dificuldade cognitiva. Não conseguia escrever a palavra abrigo. Não sabia qual a palavra que vinha depois do a. Esquecia números de documentos…” Após vários exames, ela foi diagnosticada com uma perda de memória decorrente de fístula liquórica (vazamento do líquor, pelo nariz). Elaine foi submetida a uma cirurgia, com enxertos retirados da perna e segue em tratamento doloroso, acamada e com dificuldades motoras.

Diferentemente do que fala o negacionista Bolsonaro, não se trata de uma gripezinha. A pandemia deixa um rastro de mortos e feridos como numa verdadeira guerra, onde os principais atingidos são os que têm dificuldade de acesso a uma saúde de qualidade pública e gratuita perto de suas casas.

Elaine alerta ainda para o perigo da abertura das escolas e faz um apelo para que as pessoas entendam o significado da doença, demonstrando a preocupação com a comunidade escolar com a circulação do vírus. “Era para estar no mínimo em lockdown. Eu passei, hoje estou com sequelas e não quero que ninguém passe por isso”, afirma Elaine.

Infelizmente, o governo de São Paulo, João Doria e seu secretário de Educação, Rossielli Soares, determinados em ceder às pressões da rede privada e com apoio da mídia, abrem as escolas e transmitem um falso clima de segurança, que seguem sem funcionários, desestruturadas e sem nenhuma fiscalização. Pior: mantêm abertas as escolas com casos de covid, sem orientação categórica de mapeamento dos contatos que os contaminados tiveram com os demais membros da comunidade escolar.

Esta chamada segunda onda de contaminação, agora com uma nova variante do vírus, a brasileira, tem sufocado os sistemas de saúde.

A greve sanitária aprovada na Apeoesp, sindicato dos professores da rede oficial de ensino do Estado de São Paulo, não é uma medida extrema. Os professores defendem que neste momento as escolas devem estar fechadas e com aulas remotas como única forma de preservação de vidas.

Elaine e todas as vítimas têm nossa solidariedade e apoio ativo. Sua denúncia será levada pelos parlamentares do PSOL, Edmilson Souza, vereador de Guarulhos, e Carlos Giannazi, deputado estadual, ecoando a necessidade de medidas concretas para conter a doença e garantir tratamento digno aos contaminados.

É necessário unirmos forças em solidariedade a todos as famílias que enfrentam a doença, com sequelas e mortes. Mas para dar um basta a esta guerra, sabemos que é necessário cortar o mal pela raiz.

Defendemos o impeachment de Bolsonaro e Mourão; Vacinas para todos, já e pelo SUS; Volta às aulas só com vacina e Auxílio Emergencial para os trabalhadores conseguirem sobreviver e enfrentar a crise sanitária e econômica.

É por esta situação que chamamos o apoio a todas as greves da educação em curso e a participação em todas as manifestações que expressem a unidade para lutar pela vida, pela vacina, pelo auxílio emergencial e pela educação. Nos dias 20 e 21 acontecerão manifestações em todo o país, com carreatas e manifestações. Participe.

#GrevePelaVida
#ForaBolsonaro #ImpeachmentJá
#VacinasParaTodosPeloSus
#EscolasFechadasVidasPreservadas
#RossielliInimigoDaEducação