Passamos uma virada/início de ano bastante difícil e angustiante. A segunda onda da pandemia de Covid-19 tem aumentado o número de mortes. Foi anunciado o fechamento de agências do Banco do Brasil e da Ford com milhares de demissões. O auxílio emergencial acabou e acompanhamos com tristeza e indignação o caso de Manaus em que nosso povo está morrendo sem oxigênio. É um genocídio planejado e friamente executado pelo governo federal. Por outro lado, graças ao SUS e à ciência brasileira, conseguimos a liberação da Anvisa e iniciamos a vacinação no país. Uma derrota importante de Bolsonaro e uma vitória do povo trabalhador em meio ao caos.
Apesar de todo desgaste e queda de popularidade, o governo Bolsonaro continua com índices de aprovação na casa dos 30% e não temos ainda como fazer grandes ações por conta do momento delicado da pandemia. Mesmo com essas limitações, é importante reforçar a participação da militância (com todos os cuidados necessários, excluindo-se o grupo de risco) nas manifestações a favor da vacinação para toda população, retorno do auxílio/renda emergencial e pelo impeachment do governo, a exemplo dos panelaços e carreatas unitárias que estão sendo organizadas por todo o país.
A luta prioritária nas ruas também reverbera dentro das instituições. Justamente por essa razão foi importantíssima a iniciativa do PSOL em disputar a presidência da câmara dos deputados indicando o nome da companheira Luiza Erundina. Uma candidatura em sintonia com as lutas, que expressa um programa popular para superarmos a crise sanitária, econômica e política.
Sergipe sem rumo: terrível aliança de Belivaldo e dep. federais com o desgoverno Bolsonaro
Infelizmente, dentro desse cenário nacional, temos um governo de Sergipe e uma bancada federal covarde, que tem se aliado ao governo Bolsonaro. Belivaldo segue com o discurso manso de elogiar e esperar o Governo Federal conduzir o processo da vacina, quando todos sabemos que o Bolsonaro trabalha para boicotar a vacinação. Para completar, Belivaldo, em conjunto com sete deputados federais – com exceção de João Daniel – apoiam Arthur Lira, candidato de Bolsonaro na Câmara.
Por um lado, o governo estadual se omite, pois assiste paralisado à crise do setor operário sergipano – agora foi a vez da Yazaki anunciar centenas de demissões como efeito dominó do fechamento da Ford. Por outro, atua reduzindo a cobertura do auxílio emergencial estadual que, de 25 mil pessoas atendidas em 2020, passou para somente 6 mil em 2021, no valor de R$100, conforme anunciado na imprensa. Um governo submisso ao setor industrial, setor de serviços e agronegócio, que vem destruindo o meio ambiente e retirando direitos dos servidores e da classe trabalhadora. Diante desse quadro, é lamentável que PT e PCdoB continuem sustentando o projeto neoliberal de Belivaldo, Láercio e Mitidieri. Uma política contraditória, que dificulta a construção de um bloco político de esquerda com um programa de mudanças estruturais para o desenvolvimento social e econômico do estado de Sergipe.
Renda básica em Aracaju e municípios sergipanos; não ao aumento da passagem de ônibus!
Em Aracaju, assim como nos demais municípios sergipanos, é fundamental a criação de uma renda básica emergencial para a população mais carente. O mesmo auxílio criado pelo governo federal pode e deve ser criado também nos municípios. Durante a pandemia diversas capitais criaram esse auxílio municipal. Foi inclusive a primeira medida da prefeitura de Belém em 2021, que criou o programa Bora Belém, com um valor mensal de R$450,00 para a população carente da cidade. Isso é possível e necessário. Em Aracaju, apesar do discurso oficial de Edvaldo, a pobreza aumentou no município entre os anos de 2018 e 2019. As gestões municipais podem fazer muito mais. Falta vontade política para atender o povo e sobra desrespeito como no caso do prefeito de Itabi que furou a fila da vacina.
Além disso, retornaram as aulas das escolas particulares na capital, o que consideramos uma medida equivocada diante do aumento do número de casos. As aulas das escolas públicas estão planejadas para retornar em março. Compreendemos as dificuldades dos pais e mães que nunca pararam ou voltaram a trabalhar recentemente, como também entendemos a importância do cotidiano escolar para a vida das crianças, mas os protocolos de saúde não recomendam a volta às aulas nesse momento. Entendemos que seja mais prudente esperar a vacina e uma diminuição de casos.
Finalmente, desde já nos posicionamos contra qualquer aumento de passagem. Esse assunto está rondando a imprensa e o prefeito disse que está em discussão. Se os rodoviários e a população usuária não forem consultados, esse aumento não tem legitimidade. Em plena pandemia o nosso povo precisa de vacina, emprego e direitos sociais, não mais um aumento abusivo na passagem de ônibus.
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