As carreatas de ontem foram um sucesso. Foi empolgante. Quem participou saiu fortalecido. De Belém a Porto Alegre, passando por Salvador a São Paulo o que se viu foi uma importante animação para mudar os rumos do pais. Foi o ponta pé inicial para a jornada de lutas que precisaremos construir esse ano.
O mais importante é que a oposição saiu novamente as ruas. A vacinação contra o covid-19 e o impedimento do presidente foram os elementos centrais que moveram milhares de pessoas neste 23J.
O presidente Jair Bolsonaro vive um momento ruim: seu ídolo e guia ideológico foi derrotado nos EUA e deixou a presidência; a primeira vacina que os brasileiros tem acesso foi produzida pelo Estado de São Paulo/Instituto Butantã apesar de Bolsonaro e do Ministério da Saúde; o Brasil vive um novo pico pandêmico e seu epicentro foi o drama da falta de oxigênio para pacientes em Manaus.
Estes fatores combinados fizeram ruir a popularidade do presidente como registrado pelos diversos institutos de pesquisa. Bolsonaro vive um péssimo momento e a pauta do impedimendo entrou com tudo no debate público. Este é um elemento que devemos olhar com atenção. O impedimento já não é uma bandeira levantada apenas pelas esquerdas e movimentos sociais, a falta de projeto para combater a proliferação do vírus assim como de um plano robusto de vacinação fez com que setores da elite comecem a defender a saída imediata de Bolsonaro da presidência da república.
Para esquerda ser protagonista de um grande movimento que culmine com a deposição de Bolsonaro, precisará ter capacidade de mobilizar o povo trabalhador com um programa que combine saídas para o desemprego, carestia de vida, crise da saúde e a necessidade de tirar Bolsonaro.
Em 2020 tivemos uma disputa intensa pelas ruas mesmo com a Pandemia e a necessidade de distanciamento social. A Pandemia não acabou, mas a necessidade de tomarmos as ruas imediatamente para tirar Bolsonaro, e mudar os rumos do Brasil, é a ação necessária mais importante para salvar vidas. Por isso, foi tão importante usarmos a carreata com forma de mobilização para garantir condições sanitárias adequadas para o protesto. Porém, não podemos perder de vista que precisaremos utilizar todos os meios para termos maioria social engajada para livrarmos o Brasil de Bolsonaro.
No cabo de guerra da luta contra o bolsonarismo no poder temos agora mais mãos para puxar a corda do nosso lado do que tivemos no ano passado. Precisamos agora ter capacidade política para combinar as pautas imediatas que nos atinge para um forte processo de mobilização popular e ao mesmo tempo com capacidade de ampliar os aliados. A luta apenas começou, mas saímos na frente.
Comentários