O início da vacinação no Brasil, resultado do trabalho dedicado e competente de servidores públicos em instituições estatais, como o Butantã e a Fiocruz, é um feito a ser comemorado. Traz a esperança de dias melhores. Porém, os obstáculos colocados por Bolsonaro estão atrasando criminosamente a imunização da população.
O Governo Federal não garantiu, com antecedência necessária, a compra de vacinas e matérias primas para a produção de imunizantes em grande escala no país. Além disso, os recorrentes cortes de investimentos públicos nas universidades e institutos científicos, nos últimos anos, comprometem a capacidade da produção nacional. Por isso, o Brasil tem um estoque pequeno de vacinas, muito aquém da necessidade imediata.
Ademais, a família Bolsonaro comprou brigas diplomáticas desnecessárias com a China e a Índia, o que vem travando a entrega de vacinas e insumos já contratados. A política externa brasileira é tão nociva que o país se alinhou com os Estados Unidos contra a quebra das patentes das vacinas. O resultado é que os países mais ricos compraram quase todo estoque de imunizantes do mundo; e seus laboratórios, que detêm a propriedade das vacinas e insumos, estão ganhando rios de dinheiro com a venda caríssima para os países mais pobres.
Por essas e outras razões, Bolsonaro sabotou a proteção da vida do seu próprio povo. Sem a vacinação em massa no curto prazo, levará muitos meses para começar o efetivo controle da pandemia, que segue se agravando dia após dia. O cenário de momento é alarmante. O SUS está quase no limite em muitos estados e municípios, sendo que em vários deles já há colapso na capacidade de atendimento hospitalar, inclusive na rede privada. O número de novos casos, internações e mortes não para de crescer. Nada indica melhora ou estabilização da pandemia nos próximos meses.
As medidas sanitárias de distanciamento social, que foram quase todas suprimidas ou flexibilizadas pelos governantes, são insuficientes perante à velocidade da propagação da Covid-19. Para piorar, há em circulação no país, com maior incidência na região Norte, uma nova variante mais contagiosa da doença.
Assim, o Brasil se depara com um cenário crítico. Se o sistema de saúde colapsar, novas tragédias, como a de Manaus, serão inevitáveis. Poderá haver em diversos municípios escassez de insumos médicos (como oxigênio e medicamentos) e de profissionais de saúde, saturação completa do sistema funerário, grande número de pessoas morrendo em filas de hospitais e em casa por falta de atendimento médico, ou vaga em leito hospitalar.
Nesse contexto terrível, em que pesam também o desemprego elevado, a alta da inflação dos alimentos e o fim do auxílio emergencial, o mal estar social e a raiva contra o governo Bolsonaro crescem rapidamente. Cada vez mais brasileiros e brasileiras entendem que é preciso remover o genocida do poder para que se possa iniciar o controle da pandemia e a saída dessa dolorosa crise nacional.
É hora de transformar a indignação em ação. Nesse sentido, as frentes Povo Sem Medo e a Brasil Popular definiram um calendário de luta que começa com a convocação de carreatas no sábado (23) pela manhã, sendo que algumas acontecerão já na sexta (22). Haverá também uma Plenária Nacional de Organização das Lutas Populares, no dia 26, que está sendo convocada pelas frentes.
Outras carreatas e ações estão sendo convocadas até o dia 01 de fevereiro, como as chamadas pelas entidades do serviço público federal (FONASEFE). Entre as principais reivindicações das carreatas está o impeachment de Bolsonaro, a continuidade do auxilio emergencial, a vacina para toda população brasileira o quanto antes, a defesa do emprego e a luta contra a reforma administrativa e as privatizações.
Fora Bolsonaro! Impeachment, já!
Vacinação gratuita para todos, já!
Ampliação das medidas de distanciamento social e proteção sanitária! Pela testagem em massa!
Auxílio emergencial até que toda população esteja vacinada!
Proibição das demissões e ajuda aos pequenos negócios até o fim da pandemia!
Congelamento dos preços dos alimentos!
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