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OPRESSÕES

Manifesto nacional #JustiçaPorMariFerrer: Mexeu com uma mexeu com todas!

Movimento Mari Ferrer
Reprodução / instagram

Ato em Brasília, no dia 04 de novembro

Desejamos viver em um mundo no qual mulheres e meninas não são violentadas e estupradas diariamente; e quem não desejaria isso? Mas a realidade é que em nosso país, a cada 8 minutos uma de nós sofre violência sexual. Para isso não importa a idade, nem a religião, nem o lugar onde estamos, nem a hora ou a roupa que vestimos, nem o que fazemos. Infelizmente ao expor a violência sofrida, não é assim que o Estado, os juízes, a polícia e muitas vezes a própria família da vítima tratam os crimes e é por isso que a maioria das mulheres e meninas estupradas não consegue sequer denunciar. Fragilizadas, com sua intimidade invadida e corpos violados, são constantemente desencorajadas e desmoralizadas por um sistema que desqualifica e desacredita a palavra da vítima. Pior, culpando a própria vítima pelo crime que sofreu. 

Felizmente existe o feminismo para denunciar e impedir que a justiça desmoralize mulheres e meninas vitimas de estupro! A culpa nunca é da vítima! 

Mariana Ferrer foi dopada e estuprada por André Camargo Aranha, um homem jovem branco e rico, com influência e uma grande rede de suporte. Mesmo diante de todas as provas físicas do crime, como o sangue da vítima e sêmen do estuprador, a justiça inocentou e absolveu o acusado, alegando falta de provas para a condenação. Na ocasião do crime, Mariana afirma que foi dopada e por isso perdeu a memória por algumas horas, enquanto era estuprada por Aranha. A sentença foi definida porque para advogado, juiz e promotor, não foi possível concluir se Mariana estava ou não em condições de consentir a relação sexual, tanto quanto seu relato não fornece elementos suficientes para reconstruir o crime. Embora seu depoimento tenha sido confirmado por testemunhas e por provas em áudios e vídeos obtidos pela justiça. 

Felizmente existe o feminismo para que Mari Ferrer e tantas outras vítimas de estupro não sintam-se sozinhas, #NenhumaAMenos! 

A violência sofrida por Mari Ferrer e a decisão parcial e misógina da justiça não só abre precedente, como aprofunda a situação dolorosa em que vivem as mulheres no Brasil. Para as mulheres negras, a violência é muito pior. Como seria tratada uma mulher preta no tribunal que condenou Mari Ferrer? O horror do passado escravocrata em nosso país é muito mais sentido

pelas mulheres pretas. Foi nesse passado que o patriarcado diferenciou as mulheres “pra casar” e aquelas cujos corpos não merecem respeito. E em pleno 2020 há aqueles e aquelas que recorrem a desumanidade do patriarcado para proteger os da casa grande. 

Felizmente existe o feminismo para lutar contra o racismo e garantir que lugar de mulher é onde ela quiser! 

Infelizmente a Ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, Damares Alves, é inimiga declarada das mulheres e da real luta feminista! É Damares quem comanda uma verdadeira cruzada contra as feministas no Brasil. Quem entregou uma menina de 10 anos, vítima de estupro, ao ódio de fundamentalistas, vulnerabilizando, expondo e colocando sua vida em risco, quando na verdade deveria protege-la, inclusive de acordo com o direito constitucional da criança. Quem alimenta a farsa da ideologia de gênero e da mamadeira de piroca, distorcendo reivindicações e atacando o movimento LGBTQI+ e expondo crianças a abusos sexuais. Foi Damares quem articulou a tentativa de alteração da já restrita lei do aborto legal (lei 2848) em nosso país, que existe desde 1940, para criminalizar ainda mais mulheres e profissionais de saúde. Não nos representa! 

Felizmente existe o feminismo para defender e lutar por educação sexual nas escolas, pela vida das meninas e mulheres no Brasil! 

Em um país governado por um presidente que já ameaçou publicamente uma mulher parlamentar com: “só não te estupro porque você é muito feia”; que serve de escudo para que o jogador Robinho, condenado pela justiça italiana por estupro, se sinta protegido; que não destinou nenhum recurso para a Política de Igualdade e Enfrentamento à Violência contra as Mulheres em 2020; que na ONU se uniu a governos islâmicos ultraconservadores e misóginos para enfraquecer a resolução que condena a discriminação de gênero e tenta fortalecer direitos para as mulheres no mundo. Sabemos que para Bolsonaro a vida das mulheres não vale nada! 

Felizmente existe o feminismo para gritar #EleNão, #ForaBolsonaro, #NossasVidasImportam! 

Queremos politicas publicas eficazes no combate a violência contra a mulher!

Canais de denúncia funcionando de forma imparcial, atendimento e acompanhamento especializado, redes de acolhimento para garantir a segurança da mulher e suas crias. Queremos educação sexual nas escolas para para conscientizar e proteger crianças e adolescentes da violência sexual, combater e acabar com a cultura do estupro! Exigimos #JustiçaPorMariFerrer e por todas nós! Exigimos a anulação dessa sentença esdrúxula e punição a todos os agressores: o estuprador André Camargo Aranha, o juiz Rudson Marcos e o advogado Claudio Gastão da Costa Filho. 

Somos mulheres, a resistência de um Brasil sem machismo e sem horror! Estamos nas ruas por justiça para Mari Ferrer e para todas as outras vítimas de violência!
A culpa nunca é da vítima!
Mexeu com uma, mexeu com todas!
Não vão nos calar!
Estamos juntas e seguiremos em luta!
Felizmente existe o feminismo!

 

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