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Bancada Feminista do PSOL solicita investigação de Ricardo Nunes, candidato a vice de Bruno Covas

A candidatura coletiva protocolou no Ministério Público nesta quinta uma representação pedindo investigação sobre o envolvimento do vereador na “máfia das creches”

Divulgação

A Bancada Feminista do PSOL, candidatura coletiva à vereança em São Paulo, protocolou nesta quinta-feira (22), uma representação ao Ministério Público Estadual solicitando que o candidato a vice-prefeito de Bruno Covas (PSDB), o vereador Ricardo Nunes (MDB), seja investigado por possíveis benefícios recebidos na chamada “máfia das creches”.

Conforme revelou a Folha de S.Paulo e outros veículos de comunicação repercutiram, Nunes mantém uma teia de conexões com indicados políticos, empresas e parentes na gestão de creches contratadas pelo município. Segundo o jornal, o grupo de Nunes fatura pelo menos R$ 1,4 milhão com aluguel de creches.

A representação protocolada no Ministério Público foi direcionada ao Núcleo Especializado de Patrimônio Público e Social. Segundo a peça, “Tal medida é não só imperiosa como também URGENTE, visto que, a pouco menos de um mês para o pleito eleitoral do qual o Representado concorre a cargo de Vice-Prefeito, e, caso esta “máfia das creches” se prove verdadeira assim como o envolvimento do ora Representado, alça-lo a tal cargo seria permitir que tal máfia se aprofunde e se enraíze ainda mais na malha da administração pública, o que é inadmissível a toda Sociedade que clama pelo fim destes esquemas, mas em especial, aos diretamente tutelados pela política pública, os filhos e filhas dos trabalhadores e trabalhadoras paulistanos que apenas desejam a segurança, conforto e pleno desenvolvimento de suas proles enquanto trabalham na e para nossa Cidade”.

A representação ainda solicita, com base na Lei de Acesso à Informação, dados sobre a investigação aberta pelo Ministério Público em 2019, que até hoje não foi concluída e nenhum procedimento judicial foi instaurado. A peça é assinada pelas cinco cocandidatas da Bancada Feminista do PSOL.

Na opinião de Silvia Ferraro, uma das cocandidatas da Bancada Feminista do PSOL, “é uma ingenuidade imaginar que o candidato a vice-prefeito de Bruno Covas tenha uma rede imensa ligada à ‘máfia das creches’ e não tenha nenhum favorecimento com isso”.

Para Ferraro, que é professora da rede municipal de ensino, o caso é ainda mais alarmante diante das baixas condições de trabalho dos professores. “Esse é um sintoma nítido da privatização do ensino: a educação deixa de ser voltada para os interesses da sociedade para atender os lucros de empresários e favorecer esquemas de corrupção”.

E conclui afirmando que “a máfia da creche ganha dinheiro e influência política às custas das crianças, mães e pais, que já penam muito para conseguir vagas neste serviço”.

Ricardo Nunes também ficou conhecido por envolvimento em outras polêmicas, como a denúncia de violência doméstica cometida contra a esposa e as modificações que retiraram menções à diversidade sexual no Plano Municipal de Educação em 2015.

O protocolo foi feito às 13h, na sede do Ministério Público Estadual, Rua Riachuelo, 115, centro de São Paulo.

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