Pular para o conteúdo
MOVIMENTO

Mexeu com uma, mexeu com todos! Em defesa de Thais Menezes, contra as práticas antissindicais do Banco do Brasil!

Por Coletivo Travessia Bancária

Em mais um exemplo de prática antissindical, o Banco do Brasil acaba de abrir um processo administrativo disciplinar contra a representante sindical de base, Thais Menezes. Thais trabalha no Complexo Verbo Divino, na zona Sul de São Paulo, onde foi eleita por seus colegas como representante sindical. É também militante da Intersindical Instrumento de Luta e Organização da Classe Trabalhadora e sempre esteve à frente das mais importantes lutas por direitos e melhores condições de trabalho.

O processo administrativo contra Thais acontece em um contexto grave de pandemia, no qual as vidas de milhões de trabalhadores estão em risco, exigindo medidas de prevenção por parte de governos e empresas para proteger a vida. No mesmo sentido, representantes sindicais em todo o país voltaram suas energias nos últimos meses para questionar e exigir providências por parte das empresas e governos para proteger a vida. Foi exatamente o que fez Thais Menezes, ao verificar que trabalhadores terceirizados, que inclusive faziam parte do grupo de risco, continuavam expostos, mesmo quando o próprio Banco do Brasil já havia orientado protocolos de segurança. Thais questionou a gestora que, além de não atender aos questionamentos da representante sindical, abriu um processo administrativo.

Acreditamos que o papel do representante sindical é exatamente lutar e organizar a luta em defesa dos trabalhadores. Diante de um governo negacionista e privatista como o de Bolsonaro, esta postura se faz ainda mais necessária, para defender a vida, os direitos e a empresa pública, contra a privatização. Por vezes, quando a direção da empresa se nega a tomar providências, é obrigação do representante sindical cobrar, divulgar e organizar os trabalhadores para lutarem, forçando o empregador a tomar providências. Além de pressuposto da liberdade de organização sindical, é pressuposto também da tão cara liberdade de expressão, que possamos levar a público situações e opiniões.

O Banco do Brasil quer nos proibir de divulgar o descaso com os trabalhadores. O mesmo Banco do Brasil nunca processou ninguém pelos vídeos vexatórios que rodam a internet, feitos por bancárias e bancários, dentro das dependências do Banco, com os tais “desafios” para cumprimentos de metas de vendas de produtos. Bancários cantando, dançando, fazendo acrobacias, tudo para impulsionar ou comemorar mais uma meta de vendas atingida. Fica nítido, portanto, que o problema para o Banco do Brasil são as críticas a políticas da direção da empresa, em uma nítida atitude de censura.

Além disso, é importante notar que o Banco do Brasil abre processo contra Thais após muitos embates que aconteceram entre a representante sindical e a gestora do seu setor, tendo sempre como tema a cobrança de medidas, por parte de Thais, para proteger a vida dos trabalhadores no contexto de pandemia, fossem eles trabalhadores diretos do Banco do Brasil ou trabalhadores terceirizados, que têm menos direitos e são invariavelmente negligenciados.

O “desvio comportamental” que o Banco do Brasil se propõe a apurar e punir não é um desvio. É simplesmente um representante sindical cumprindo sua obrigação, para a qual foi eleito: defender as trabalhadoras e trabalhadores. Por isso, não temos dúvida de que se trata de uma prática antissindical, que deve ser duramente repudiada e combatida por todo o movimento sindical e social e por todos os trabalhadores, sob pena de perdermos o direito de nos organizarmos para lutarmos por nossos direitos. Infelizmente, não é a primeira vez que o Banco do Brasil incorre em práticas deste tipo, tendo sido condenado por diversas vezes pela justiça do trabalho por práticas de assédio moral individual e coletivo e contra a liberdade de organização sindical. Não admitimos estas práticas contra os trabalhadores em nenhuma empresa, e muito menos em uma empresa pública, que é patrimônio também do povo brasileiro, como é o Banco do Brasil.

O Coletivo Travessia manifesta seu repúdio ao Banco do Brasil e se coloca na primeira linha da campanha em defesa de Thais Menezes e dos direitos dos trabalhadores. Mexeu com uma, mexeu com todos!