A deputada federal Talíria Petrone acionou a Organização das Nações Unidas (ONU) diante das ameaças de morte que vem sofrendo e pede que as relatoras de direitos humanos da entidade cobrem explicações do governo brasileiro.
“Como se as ameaças anteriores à minha vida não fossem suficientes, alguns dias após o nascimento de minha filha, recebi novas ameaças. Em junho de 2020, a linha telefônica “Disque Denúncia”, da Polícia do Rio de Janeiro, noticiou à Câmara dos Deputados que havia mais de cinco gravações de pessoas falando sobre a minha morte”, declarou Talíria.
Em carta, a deputada fez a denúncia à relatora da ONU sobre execuções sumárias, Agnes Callamard. Foi ela quem liderou a investigação sobre o assassinato do jornalista saudita Jamal Khashoggi. Também receberam a denúncia a relatora sobre racismo da ONU, Tendayi Achiume, e a relatora sobre a situação de defensores de direitos humanos, Mary Lawlor.
“Somos o país que mais mata defensores e defensoras de direitos humanos no mundo e, sem dúvida, a violência política é uma expressão do tamanho da fragilidade da democracia brasileira”, afirmou. “É muito grave o que ocorre no Brasil neste momento”, disse a parlamentar.
“Tenho recebido ameaças contra minha vida desde minha primeira eleição em 2016 para a Câmara Municipal de Niterói, no estado do Rio de Janeiro”, contou. “No início, não percebi como este tipo de intimidação poderia ser grave. Entretanto, após o assassinato de minha companheira e amiga Marielle Franco, eleita no mesmo ano, percebi o perigo real”, diz.
Na carta, Talíria Petrone faz três pedidos às relatoras da ONU:
– Exigir respostas do Estado brasileiro sobre quem ordenou a morte de Marielle Franco;
– Condenar as ameaças contra sua vida e exigir explicações sobre à missão do Brasil na ONU sobre as investigações em andamento a seu respeito;
– Instar o Estado brasileiro a apresentar um plano para proteger as mulheres, especialmente as mulheres negras por sofrer violência política”.
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