Acontecerá neste sábado (03/10), às 15h, o ato político e cultural “Pela soberania nacional, em defesa do povo brasileiro”, através das redes sociais. O evento tem o objetivo de apresentar um contraponto à agenda econômica de privatizações do governo federal e fortalecer uma articulação nacional em defesa das empresas públicas e estatais em todo o Brasil. O ato poderá ser acompanhado em uma rede que está sendo formada, com páginas de sindicatos, entidades, partidos e veículos como a TVT, o Brasil de Fato e o Esquerda Online.
Haverá atos presenciais em todo o Brasil, com todos os protocolos recomendados pela Organização Mundial da Saúde. No Rio de Janeiro, acontecerá, às 10h, um abraço ao edifício sede da Petrobras, localizado na Avenida Chile, 65, Centro, em alusão aos 67 anos da empresa.
Já estão confirmadas várias personalidades, entre elas o teólogo Leonardo Boff, os ex-presidentes do Brasil Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff, o ex-ministro das Relações Exteriores e da Defesa, Celso Amorim, o presidente da CNBB, Dom Walmor Oliveira de Azevedo, lideranças indígenas, sindicais e de movimentos populares. Parlamentares de diversos partidos de esquerda e da oposição estarão presentes, como o deputado Glauber Braga (PSOL-RJ), um dos principais impulsionadores. As Frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo divulgaram uma nota com orientações, na qual conclamam a população brasileira para uma série de iniciativas no sentido de fortalecer as ações deste dia de lutas e a se manifestar nas redes contra o imperialismo. Também chama a atos políticos simbólicos e inclusive o uso de faixas com mensagens em inglês e espanhol, apoiando a luta anti-imperialista no continente.
O ato é organizado por dezenas de entidades, como o Comitê de Luta Contra as Privatizações, Comitê Nacional em Defesa das Empresas Públicas, Frente Brasil Popular, Frente Povo Sem Medo, Fórum das Entidades Nacionais dos Servidores Públicos Federais (Fonasefe) e Plataforma Operária e Camponesa da Água e da Energia. O manifesto do ato foi assinado por dezenas de organizações, sindicatos e movimentos sociais que integram o Comitê de Luta Contra as Privatizações. Leia abaixo, na íntegra, com parte das assinaturas:
Ato e manifesto pela soberania
A soberania de uma nação se traduz não só pela manutenção de seu território, vigilância de suas fronteiras, mas também pelo cuidado com seu povo, preservação de seus bens e riquezas e construção de seu futuro.
Porém, quando tratamos de nosso território, assistimos aos incêndios de nossas florestas, poluição de nosso litoral, ameaças a nossos mananciais aquíferos entre tantos outros ataques a nossa terra. Assistimos aos desmandos na área da saúde, em momento tão delicado de pandemia, com agravamento das condições de pobreza e distorção perversa ou supressão de direitos sociais tão duramente conquistados ao longo de mais de um século no Brasil. Os bens mais valiosos da nossa soberania são transferidos para a iniciativa privada, ávida de lucros, como no caso da telefonia no Brasil, com serviços caros e limitados, e pronta a sacrificar até mesmo vidas, como nas recentes tragédias de Mariana e Brumadinho. Para fazer frente ao desastre social que mais privatizações podem trazer, as entidades e organizações que subscrevem este manifesto uniram-se para lutar e resistir.
O Ato Nacional do dia 03 de outubro será o palco de luta em defesa da integridade nacional. Defenderemos as empresas públicas de todos setores e suas histórias que se entrelaçam com o desenvolvimento e fortalecimento da soberania brasileira. Não podemos permitir que as empresas de prospecção, exploração e refino de petróleo, bancos públicos seculares, correios com honrosa tradição de serviços, portos e serviços portuários, empresas de eletricidade, de saneamento, transporte público, serviços públicos de todas as esferas tenham de viver a ameaça de extinção ou de privatização total ou parcial. Essas empresas atuam em setores estratégicos para a soberania nacional. Desfazer-se delas significa deixar o Brasil à mercê dos interesses de outras nações. Para lutar contra esse desmonte faz-se imperativa a integração de todos os movimentos mobilizados para resistir pelo Brasil. O futuro do nosso povo também passa pelo desenvolvimento dessas empresas, essenciais para a distribuição da riqueza gerada por e para brasileiros.
Nosso ato também representará a luta dos trabalhadores do Brasil. Os instrumentos legais conquistados a duras penas ao longo de um século de lutas vêm sendo atacados em nome de uma modernidade e novidade que funcionam como cantos de sereia, como engodos para suprimir direitos e a dignidade da classe trabalhadora. Levantamos nossa voz num protesto contra as reformas do trabalho e a reforma da previdência que já vem piorando as condições de vida de homens e mulheres que constituem e constroem o país. O número de desempregados aumenta assustadoramente com a instabilidade econômica e a fome volta a atormentar parte considerável da população. Entre os mais afetados, atingidos de forma específica estão os servidores públicos. Contra eles vociferam-se insultos, como se essa força de trabalho não servisse à nação na administração das tarefas públicas, organização, tratamento, controle e divulgação de dados públicos, manufatura de cédulas da moeda nacional, controle do patrimônio natural do pais, preservação de suas espécies no mar, nos rios, nos lagos, nas florestas e nas matas, implantação e manutenção de serviços básicos como suprimento de água, saneamento, entre tantos outros serviços de interesse público. Não se pode deixar de enfatizar a importância da educação pública, negligenciada por cortes no orçamento federal e ressaltar também o relevante papel da ciência brasileira, desenvolvida nas universidades e centros públicos de pesquisa. Lançam mão de toda e qualquer mentira para conspurcar a imagem do funcionário público e agora propõe uma reforma administrativa como se fosse a solução das desigualdades sociais. No entanto protegem àqueles que mais têm privilégios e vantagens. É uma falácia, um engodo, uma história muito mal contada que ameaça a estabilidade dos funcionários públicos, por muitos falsamente apontada como um privilégio, mas que na realidade é uma garantia de preservação do que é público, do que é de todos. O interesse público é lesado. Lutaremos contra isso.
Defendemos um Brasil para o povo brasileiro. Lutamos pela defesa das minorias, contra o racismo, contra o feminicídio, pela igualdade de gênero, pelos Sem Terra, pelos Sem Teto, pelas comunidades Quilombolas, pelos Povos Originários do Brasil, pelos direitos da comunidade LGBTQIA+, pelos plenos direitos dos oprimidos. O sentido da palavra nação para nós é a união de todos e autodeterminação em torno do interesse comum que nos traga paz, prosperidade, segurança jurídica, justiça social. Não faz sentido fomentar a miséria, o empobrecimento, a guerra, a fome e as doenças em nome de um pretenso progresso, que certamente não é para todos.
Nosso ato denunciará a naturalização dessa falta de sentido e defenderá o verdadeiro sentido de soberania que desejamos para nós e para as próximas gerações: democracia, trabalho, educação, saúde, ciência, cultura, segurança, paz, respeito, dignidade para todos e todas.
PARLAMENTARES SIGNATÁRIOS
1. Glauber Braga Deputado Federal – PSOL – RJ
2. Paulo Ramos Deputado Federal – PDT – RJ
ENTIDADES SIGNATÁRIAS
1. Associação de Empregados da Eletrobras – AEEL
2. Associação dos Profissionais Universitários da Sabesp- APU
3. Associação dos Aposentados e Pensionistas da Sabesp – AAPS
4. Associação do pessoal da caixa econômica federal
5. Associação dos Empregados do Cepel – ASEC
6. Associação dos Servidores do Ministério Público do Trabalho e Militar ASEMPT
7. Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil – CTB/RJ
8. Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil – CTB/SP
9. Central Única dos Trabalhadores- CUT Nacional
10.Central Única dos trabalhadores – CUT RJ
11.Central Nacional do Urbanitários- CNU
12.Coletivo Nacional dos Eletricitários- CNE
13.Confederação Nacional dos Urbanitários – CNU
14.Federação Nacional dos Portuários – FNP
15.Federação Nacional dos Estivadores- FNE
16.Federação Nacional dos Conferentes e Consertadores de Carga e Descarga, Vigias Portuário Trabalhadores de Bloco, Arrumadores e Amarradores de Navios, nas Atividades Portuárias EmbrapaFENCCOVIB
17.Fórum das Entidades Nacionais dos Servidores Públicos FederaisFonasefe
18.Federação Única dos Petroleiros -FUP
19.Federação Nacional dos Metro ferroviários
20.Federação Nacional dos Urbanitários – FNU 4 Se é público, é todos e todas
21.Federação Nacional dos Petroleiros- FNP
22.Federação dos Engenheiros – Fisenge
23.Federação dos Servidores Públicos Municipais no Estado do Rio de Janeiro – FESEP- RJ
24.Instituto de Economia – IE/UFRJ
25. Sindicato dos Trabalhadores nas Empresas de Energia do Rio de Janeiro e Região SINTERGIA
26.Sindicato dos Trabalhadores da Empresa Brasileira de Correios Telégrafos e Similares do Rio de Janeiro- SINTEC RJ
27.Movimento Acorda Sociedade- MAS
28.MOVRIO Contra as Reformas
29.Núcleo dos Movimentos Populares de Angra dos Reis
30.Plataforma Operária e Camponesa de Água e Energia – POCAE.
31.Sepe Magé Guapimirim
32.Sindicatos dos Engenheiros do Rio de Janeiro – Senge/RJ
33.Sindicato dos advogados de São Paulo – SASP
34.Sindicato dos Administradores do Estado do Rio de Janeiro – SINAERJ,
35.Sindicato dos Funcionários Públicos do Município de Resende
36.Sindicato dos trabalhadores em Água, Esgoto e Meio Ambiente do Estado de São Paulo- SINTAEMA.
37.Sindicato dos Energéticos de Santa Catarina- SINERGIA SC
38.Sindicato dos Energéticos do Rio de Janeiro- SINERGIA RJ
39.Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de GuapimirimSINDGUAPI
40.Sindicato dos Servidores Públicos Federais – SINDSEP
41.Sindicato dos Servidores Públicos Federai do Rio de Janeiro – SINDISEP-RJ
42.Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Purificação e Distribuição de Água e em Serviços de Esgotos do Estado de Minas Gerais – SINDAGUA MS
43.Sindicato dos Servidores Públicos de Nova Iguaçu e MesquitaSINDSMUNI
44.Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Valença RJ
45.Sindicato dos Energéticos – SINERGIA Bahia
46.Sindicato dos Rodoviários 5 Se é público, é todos e todas
47.Sindicato dos Engenheiros- SENGE/RJ
48.Sindicato dos Servidores do Ministério Público da União, do Conselho Superior do Ministério Público e da Escola Superior do Ministério Público da União- SindMPU
49.Seção SP do Sindmpu – Sindicato Nacional dos Servidores do Ministério Público da União
50.Associação dos Servidores do Ministério Público do Trabalho e MilitarASEMPT
51.Frente Nacional Pelo Saneamento Ambiental- FNSA
52.sindicato dos Urbanitarios do Para
53.Sindicato dos Urbanitarios do Amapá
54.Sindicato dos Urbanitarios do Acre
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