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BRASIL

Conheça a única mulher de esquerda que vai enfrentar os poderosos no debate da Band hoje, em São José dos Campos

Carol Burgos, da Redação

Nesta quinta-feira (01), acontece o primeiro e talvez último debate na televisão até o primeiro turno das eleições municipais, em São José dos Campos. O programa, organizado pela Band, vai ser transmitido ao vivo também pelas redes sociais, às 22h30. E entre todos os candidatos a participar, há apenas uma mulher de esquerda, a Marina do PSOL. Aqui, trazemos um pouco da história dela, apresentada em suas redes através de um vídeo biografia, para que todos possam conhecer e, óbvio, acompanhar ao vivo o debate junto conosco, que também será transmitido pelas redes do Esquerda Online.

Marina começou a trabalhar nova, ainda com 15 anos. Aos 20, se tornou metalúrgica. Em 2013, se tornou eletricista na Embraer, empresa na qual trabalha até hoje. Atualmente, ela é diretora licenciada do Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos. “Não foi fácil entrar para o movimento sindical, por ser mulher, jovem, mãe”, explica.

A licença veio após ter decidido concorrer a um cargo político pela primeira vez, agora nas eleições 2020. Como é exigência do TSE, teve que se licenciar até o final do período eleitoral. “Nunca pensei em me candidatar a um cargo político”, explica. Mas, apesar de não estar em seus planos, Marina explica os motivos pelos quais tomou a decisão: “Não é exatamente isso que os donos do poder querem? Nos convencer de que esse não é o nosso lugar?”, questiona.

Mãe da Elis, Marina não esconde os desejos para o futuro: “Minha luta é para que ela seja exatamente aquilo que deseja ser”, completa. Estes desejos se confundem com uma perspectiva transformadora também para sua cidade: “Que São José seja acolhedora, justa e tolerante, onde o lucro de uma minoria não tenha mais valor do que nossos direitos e nossas vidas”.

Entre outras pautas, a candidatura de Marina traz o direito das mulheres como central na sua campanha. Aguerrida no movimento feminista, participou de várias lutas, como as passeatas do #EleNão, em oposição ao Bolsonaro e, atualmente, integra o movimento Resistência Feminista, em São José dos Campos.

Entre outras coisas, questiona a representação de mulheres nessas eleições. “Das 203 candidaturas à Prefeitura, no Vale do Paraíba, apenas 22 serão de mulheres. Somos mais de 50% da população, mas na disputa majoritária apenas 10%”, questiona, ao mesmo tempo em que tem uma visão crítica sobre a atuação de mulheres a serviço de uma minoria. “As candidatas devem ser comprometidas com as causas do feminismo e das trabalhadoras. Não queremos mais Damares nos representando”, completa.

Marina também vem questionando as desigualdades sociais presentes em São José dos Campos. “Quem vive no Banhado, Santa Cruz, ou Campo dos Alemães precisa ter o mesmo acesso à cidade do que quem nasce em Esplanada, Aquarius, ou Urbanova”.

Entre suas propostas estão: renda básica no período da pandemia do novo coronavírus; defesa de uma empresa pública de transporte; programa de educação sexual adequado aos diferentes níveis e idades nas escolas; atuação junto aos sindicatos na fiscalização das empresas, para coibir demissões e redução de direitos; programas destinados às atividades culturais, esporte e integração social nos bairros; programa de renda emergencial às mulheres vítimas de violência doméstica e sem renda; implementação do Ambulátório Trans, para atendimento da saúde integral da população trans; abastecimento da merenda de escolas municipais com alimentos orgânicos e provenientes da agricultura familiar; desmilitarização da GCM e criação de departamento específico treinado para o combate à violência racial e formação de guardas para atendimento humanizado; transporte gratuito para acesso a eventos culturais, nos finais de semana, entre outras.

 

Para saber mais: linktr.ee/Marinadopsol