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Especiais

Roda-viva da Bancada Feminista do PSOL com Guilherme Boulos: um encontro de mulheres de todas as lutas para revolucionar São Paulo

Bancada Femininista do PSOL
Guilherme Boulos está no centro de um anfiteatro. Ao lado, arquibancadas com mulheres, de máscara.
Larissa Bicelli

Nesta terça-feira, 22 de setembro, a Bancada Feminista do PSOL organizou um Roda-Viva com Guilherme Boulos, na presença de mulheres de muitas lutas de São Paulo. A atividade, que aconteceu no Galpão Folias, teatro da resistência no centro da cidade, foi um verdadeiro encontro: ativistas que fizeram história no feminismo no passado e no presente refletindo sobre os dilemas de um programa feito por e para trabalhadoras, negras, trans, periféricas, mães, a partir de suas próprias trajetórias. 

Tivemos a honra de ouvir as ideias de Simony dos Anjos, das Evangélicas pela Igualdade de Gênero e pré candidata à prefeitura de Osasco pelo PSOL; Débora Diniz, antropóloga feminista e professora licenciada da Universidade de Brasília; Carolina Iara, pré-cocandidata da Bancada Feminista e ativista do movimento LGBTQIA+; Amelinha Teles, da União de Mulheres de São Paulo, Promotoras Legais Populares e da Comissão de Mortos e Desaparecidos Políticos; Camila Lisboa, coordenadora geral do Sindicato dos Metroviários; Michelle Dias Silva, assistente social da Casa Viviane dos Santos em Guaianases; Margareth Rago, historiadora e ativista histórica do movimento feminista; e Muna Zeyn, grande assistente social e assessora de Luiza Erundina. 

Guilherme Boulos, dialogando com as questões apresentadas pelas convidadas, enfatizou a necessidade de um programa socialista para São Paulo formulado a partir do olhar das mulheres negras, mães e periféricas, que são a maioria da população sem direitos sociais básicos, como trabalho e moradia, que vivem situação de violência doméstica e de violência institucional, e também o luto de seus filhos assassinados pelo Estado. 

A troca de ideias reforçou a luta urgente contra a incidência do fundamentalismo religioso nas políticas públicas, como no caso da menina de 10 anos no Espírito Santo, perseguida barbaramente pelo Ministério de Damares Alves, e da publicação da Portaria n. 2.282 pelo MInistério da Saúde do governo Bolsonaro. Lembramos que foi no governo de Erundina que o serviço especializado para aborto legal foi implementado em São Paulo e que é necessário valorizar e qualificar os serviços que fazem esse atendimento na cidade, como o Hospital Pérola Byington.

Durante o debate, Boulos também destacou a proposta de investir e melhorar a integração da rede de atendimento às mulheres em situação de violência, em especial dos espaços de acolhimento, abrigamento e atendimento em delegacias que funcionem 24 horas. Ele ressaltou o compromisso da pré-candidatura com um outro modelo de segurança pública municipal, que proteja, e não trate como inimigas, as vidas negras e periféricas, com a desmilitarização e reformulação das funções da guarda municipal.

Foi discutida a bandeira urgente de uma renda básica na cidade, com prioridade às mães solos nas periferias e a criação de frentes de trabalho com carteira assinada em todas as subprefeituras. Outros programas de emprego, como cooperativas de costura para produção dos uniformes das escolas municipais, de produção orgânica de alimentos e de criação de restaurantes populares e sacolões nas periferias também entraram na pauta. Boulos afirmou que no programa da pré-candidatura também está prevista a fiscalização com criação de lista pública das empresas que pagarem desigualmente mulheres e homens, negros e brancos, LGBTIs e cishéteros, por trabalho igual. 

Em relação à realidade do transporte público, Boulos apresentou que é preciso mudar a lógica de pêndulo que a maioria da população em São Paulo faz, por morar na periferia e trabalhar nos bairros mais centrais, para superar o problema da superlotação. Criar empregos nas regiões periféricas, diminuindo a necessidade de deslocamento, é fundamental, assim como rever todos os contratos públicos com as empresas de ônibus e pavimentar o caminho da municipalização, com a criação de uma empresa pública de transporte. 

As inversões de prioridade, colocando a periferia no centro, não pararam por aí. O orçamento participativo, o saneamento básico, a criação de concursos públicos com cotas para pessoas negras e trans nas áreas sociais, como saúde, a criação de centros de cidadania à população imigrante, a moradia popular também foram alguns dos vários temas tratados ao longo da noite. 

Todas nós saímos da atividade com mais esperança, com vontade de defender nosso projeto nas ruas e nas redes, entendendo que juntas, nós, mulheres de todas as lutas com Boulos e Erundina, vamos construir um outro caminho, de justiça, liberdade e diversidade, para a cidade. Vamos, rumo à revolução solidária para transformar São Paulo!

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