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BRASIL

I Congresso Mundial da Educação: um caminho em busca da unidade da classe trabalhadora

David Lobão, Coordenador Geral do SINASEFE, e Eblin Farage, Secretária Geral do ANDES-SN

Será realizado nos dias 25, 26 e 27 de setembro, próximo final de semana, o Iº Congresso Mundial em Defesa da Educação Pública e contra o Neoliberalismo. O evento ocorrerá de forma remota e as inscrições estão abertas e são gratuitas.

A organização do Congresso Mundial tem origem com a insatisfação das entidades do(a)s trabalhadore(a)s em educação com a realização do Fórum Mundial da Educação de 2015, na Coréia do Sul, quando as organizações privadas transnacionais do setor da educação dominaram o evento e pautaram as novas tecnologias de ensino à distância, a defesa da privatização da educação e não deram espaço para os representantes do(a)s trabalhadore(a)s se posicionarem.

Passados cinco anos e com o espraiamento do projeto do capital para a educação, como se evidencia no governo Bolsonaro e em outros da América Latina, entidades do(a)s trabalhadore(a)s, de diferentes partes do mundo, se desafiam a construir uma espaço classista de defesa da educação pública, de qualidade e antineoliberal em todos os níveis para todos os continentes. 

Os defensores da educação pública sentiram a necessidade de organizar a resistência à ofensiva neoliberal e para isso iniciaram contatos buscando organizar em um só espaço entidades que tenham os seguintes princípios:

  1. Lutar em defesa da Educação Pública e contra o neoliberalismo;
  2. Lutar de forma unitária em defesa da educação pública;
  3. Independência dos partidos políticos e dos governos de seus países.

A expressão dessa articulação mundial, que tem foco central nos países da América Latina, são os mais de 10 mil inscrito(a)s  no I Congresso Mundial da Educação, que explicita o acerto que essa iniciativa já sinaliza. As inscrições já chegaram a todos os continentes, apesar da maioria ser do(a)s trabalhadores e trabalhadoras da educação da América Latina.

A construção desse movimento foi acelerada com a pandemia, pois, se por um lado ficou evidente a desigualdade, a privatização e a precarização do processo educacional, por outro lado tivemos a oportunidade de demonstrar a função social da educação pública no combate a pandemia, na produção de pesquisas e na defesa da vida.

Ainda em março, início do isolamento social, foi construído um grupo internacional de contatos constituído por trabalhadore(a)s  da educação de todo mundo, que tem  demonstrado que é possível intervir coletivamente na defesa da educação pública e contra o neoliberalismo.

Neste período, podemos destacar algumas batalhas importantes do(a)s trabalhadore(a)s em educação, como: manifestações no Panamá e Porto Rico brutalmente reprimidas; a greve de fome na Bolívia; a luta pela não demissão das 43 normalistas do estado de Oxaca (México); a denúncia da chacina na Colômbia; o desaparecimento no dia 08 de agosto do militante Carlos Lans, professor da Venezuela; dentre outras.

Essa participação conjunta de várias entidades de diferentes países em ações de solidariedade à luta concreta que estava ocorrendo despertou, no grupo internacional de contatos, a possibilidade de aumentar nossa unidade construindo ações coletivas, resistindo ao processo de privatizações da educação, lutando contra a precarização do ensino remoto etc.

Neste processo surgiu a proposta de realizar o Iº Congresso Mundial da Educação e diversas entidades de trabalhadores e trabalhadoras em educação assumiram a tarefa de organizar em seu país a Conferência preparatória. No Brasil coube ao Fórum Sindical, Popular e de Juventudes de luta por Direitos e Liberdades Democráticas realizar a etapa brasileira, que aconteceu no dia 05 de setembro, com a participação de mais de 200 militantes.

O Iº Congresso Mundial em Defesa da Educação Pública e contra o Neoliberalismo tem como tarefa apontar a necessidade de constituição de uma organização internacional ampla do(a)s trabalhadore(a)s da Educação, que possibilite a articulação entre organizações sindicais, associações, grupos de educação popular e profissionais comprometidos com a luta da nossa classe.

Esse Congresso será um importante passo para a articulação mundial, mas essencialmente latino-americana, para reunir lutadore(a)s, por isso nossa participação é fundamental. A partir desse I Congresso teremos o desafio de avançar na luta e na organização, para construir um grande evento mundial, presencial, tão logo tenhamos condições sanitárias. 

Convidamos todos e todas a participar desse I Congresso Mundial, trocar experiências e analisar como o projeto do capital para a educação tem avançado em todas as partes do mundo, o que exige de nós, trabalhadores e trabalhadoras, também uma reação internacional.

 

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SAIBA MAIS

https://congresomundialdeeducacion2020.wordpress.com/

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