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MOVIMENTO

Em greve há um mês, trabalhadores dos Correios vão a Brasília nesta segunda, acompanhar julgamento do dissídio

Da redação*
Imagem de manifestação da greve, com centenas de pessoas. uma faixa está na frente do ato, com os dizeres. Greve dos Correios: é para defender você
FENTECT/Divulgação

Na manhã desta segunda-feira, 21, trabalhadores dos Correios de todo o país estarão em Brasília para participar de um grande ato público e pressionar por um julgamento favorável  por parte de ministros(as) do Tribunal Superior do Trabalho (TST). Neste momento, centenas de trabalhadores(as) preparam-se para embarcar em caravanas em direção à capital federal, para se somar aos atos. Alguns, como grevistas do Rio Grande do Sul, já estão na estrada desde sexta-feira.

A manifestação é um momento decisivo da greve, que foi iniciada há um mês, em 18 de agosto, e que já é uma das mais longas e fortes da categoria, com paralisações de centros de distribuição e fortes atos de rua. A greve se enfrenta com a tentativa acelerada de privatização da empresa por parte dos militares que estão no comando dos Correios, nomeados pelo general Floriano Peixoto, por Paulo Guedes e Jair Bolsonaro. O governo já admite que está em fase final de preparação de um Projeto de Lei para ser enviado ao Congresso Nacional e que já negocia com ao menos cinco empresas a privatização do setor. Antes da venda, pretende atacar duramente direitos históricos dos trabalhadores, com a retirada de 70 dos 79 itens do último acordo coletivo, incluindo a licença-maternidade de 180 dias.

O que o governo pretende é reduzir os custos com a força de trabalho, preparando um cenário de pouquíssimos direitos e de precarização, que permitiria que as empresas que assumissem os Correios (Fedex, Amazon, DHL, etc) atuassem com um modelo de uberização e precarização da força de obra. Desta forma, os trabalhadores dos Correios, que já recebem pouco – o salário inicial é de R$ 1.700,00, aproximadamente – seriam ainda mais explorados. Este é um ataque histórico a uma categoria essencial, que arriscou – e arrisca – a vida durante a pandemia.

INTRANSIGÊNCIA

No dia 11 de setembro, a reunião de conciliação convocada pela ministra do TST Kátia Arruda terminou sem nenhum avanço. A ministra fez um resgate das negociações dos Correios e questionou a direção da empresa sobre a retirada de cláusulas sociais previstas em acordos e que não teriam sequer impacto econômico. A direção dos Correios afirmou que não tinha interesse em manter essas cláusulas, demonstrando arrogância e a alinhamento com a política de Jair Bolsonaro e Paulo Guedes, ou seja, nenhum escrúpulo com a retirada de direitos dos trabalhadores.

Representantes dos trabalhadores e advogados mostraram que os Correios vêm tendo lucros em anos sucessivos e que já no primeiro semestre de 2020 obteve mais de R$ 600 milhões de lucro. No segundo semestre, a tendência é dobrar esse valor. Ou seja, as alegações da ECT de que passaria por dificuldades financeiras não são verdadeiras e se pautam no único objetivo de destruir direitos.

O procurador geral do Trabalho, Luiz Flores, também apelou aos representantes da empresa para que fizessem uma proposta de acordo. Mas, a direção da ECT afirmou que a única proposta era a já conhecida, com apenas 9 cláusulas. Sem negociação por parte da empresa, a ministra Kátia Arruda encerrou a reunião e marcou o julgamento do dissídio coletivo para o dia 21/09.

A greve dos Correios necessita de toda a solidariedade possível, pois trata-se não apenas de uma luta por direitos e dignidade, mas em defesa da soberania nacional, uma luta de resistência contra a política entreguista do governo federal, de Bolsonaro e Paulo Guedes, que são lacaios do governo de Donald Trump e de seus interesses no continente.

*Com informações da Fentect e sindicatos

 

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