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MUNDO

Cordel sobre o 11 de setembro chileno

Jorge Garrido

Vamos voltar no tempo?
Breve recuo, um pouco
Até meados do Século XX
Pós-guerra, aquele sufoco
Aí teríamos a Guerra Fria
Um confronto de louco

Com tudo que tinha direito
Espionagem, concorrência
Deslealdade, vários conflitos
O mundo em efervescência
Cada um puxando pra um lado
Para ser a maior potencia

De um lado a URSS, isso aí
Do outro os Estados Unidos
“Socialismo” x capitalismo
Era o teórico confundido
Falava-se em ideologias
O mundo estava dividido

Nos países alinhados com os EUA
Temia-se o dito “Perigo Vermelho”
Portanto, é essa a nossa pegada
Da cartola, sairá esse coelho
Medo dos comunistas, foi a deixa
Estadunidenses meteram o bedelho

Em 1959, os Cubanos, lutaram forte
Fizeram, com garra, a Revolução
Os estadunidenses não gostaram
Viram o risco de vir uma expansão
O avanço do pensamento socialista
Nas Américas, logo na “sua” região

Começou a se articular, se movimentar
Iriam ter início os golpes bem localizados
Cada país era muito bem escolhido
Patrocinava o golpe, país era dominado
O tal “perigo comunista” era a alegação
Dessa forma o continente foi controlado

Durante os anos das décadas de 60 e de 70
Os golpes foram acontecendo, um a um
Os Estados Unidos por detrás, no patrocínio
Era a face da Guerra Fria, sem pudor algum
No Brasil, foi 1964 e no Chile, em 1973
Chegamos ao objetivo depois desse Zoom

É o nosso 11 de setembro, é esse do Chile
Em 1973, foi aí que ocorreu o golpe lá
Ataques violentos ao Palácio La Moneda
Bombardearam, atiravam sem parar
O Presidente Salvador Allende acuado
Acabará morrendo, morto é como sairá

Havia 33 caças dos Estados Unidos
Prontos para realizar uma invasão
Caso houvesse resistência ao ato
Tudo para se dar a dominação
O General Augusto Pinochet
É quem comanda toda a traição

Depois veio o discurso oficial
De que o presidente se suicidou
Mas tem quem não acredite nisso
E sim que alguém foi que o matou
Numa  execução impiedosa, cruel!
E assim o destino do Chile selou

Pinochet governou de 1973 a 1990
Mais de 40 mil mortes, a ele creditadas
E ainda há quem o admire e elogie
Foram muitas vidas, no Chile, ceifadas
Imaginem aí, os “defensores da liberdade”
Cúmplices por tanta gente exterminada

Lá se vão 47 anos, desse 11 de setembro
Em que a democracia foi desrespeitada
Por quem diz que a defende, vive a bradar!
A vontade popular foi também massacrada
Pelo medo de um regime mais justo, só isso
Mais uma vez, a democracia foi violentada

E assim concluo esse cordel, com simplicidade
Discorrendo aqui, com tristeza, mas sereno
Sobre o 11 de setembro de 1973, no Chile
Um golpe duríssimo na democracia, obsceno
Desferido pelo imperialismo estadunidense
No país vizinho, no valoroso povo chileno

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chile / cordel