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MOVIMENTO

Privatização de serviços públicos: mais filas, ausência de atendimento e serviços mais caros

Trabalhadores do BB e da CAIXA serão obrigados a decretar greve?

Travessia Bancária
Marcelo Camargo / Agência Brasil

Brasília, DF, Brasil: Caixa Econômica Federal

Bancários, petroleiros, trabalhadores dos Correios tiveram que trabalhar durante toda a pandemia da Covid-19 e cumprem um papel fundamental para a sociedade. Os colegas da CEF fazem o máximo para garantir o pagamento do auxílio emergencial, dando conta de filas quilométricas. Agora, nas negociações salariais, o governo Bolsonaro e os banqueiros tentam atacar os direitos dos trabalhadores. A lista de ataques é tão grande, que não cabe num artigo só. Por não aceitar essa situação, os ecetistas estão realizando uma forte greve nacional. Chegou o momento da categoria bancária dar a resposta aos ataques. Já são quatro anos aceitando um disparate atrás do outro.

Na Caixa, a proposta para o Saúde Caixa está deixando o plano com valores proibitivos para os menores salários. Em plena pandemia. Em alguns casos, o aumento é de mais de 100%, mesmo depois de refazer a proposta três vezes.

O Banco do Brasil está propondo reduzir o prazo para utilização das faltas abonadas, com a perda do direito, caso não utilizada em um ano. Sabemos que, com o sufoco e a falta de funcionários, principalmente nas agências, a autorização da gerência para utilização destas faltas é cada vez mais difícil e, quando ocorre, se dá no dia que convém ao Banco. Agora, o funcionário corre o risco de perder, na prática, o direito à esse abono.

As direções da maioria dos sindicatos dos bancários, que até ontem diziam que estas propostas eram inaceitáveis, agora começam a enxergar “avanços”, ao saírem da sala alguns bodes. Agora já aceitam abono no lugar de reajuste acima da inflação e não se fala mais na transferência de custos dos bancos para os funcionários, ou da superexploração. Os banqueiros seguem assim radiantes, com o que ocorre através do home office ou do aumento de custo do plano de saúde, ou ainda de horas extras não remuneradas, nas várias formas de driblar a jornada de 6h.

O fato da CONTRAF aceitar a retirada de direitos dos últimos 4 anos sem promover greve, além de realizar acordos bienais, vem desativando a cultura de luta bancária. Uma categoria que luta há 100 anos, enfrentando o capital na sua forma mais crua. A única saída para dar um basta às pilhas de ataques, cada vez maiores a cada dissídio, é construir uma forte greve da categoria na próxima semana.

Não podemos permitir que os funcionários que são essenciais no atendimento da sociedade e constroem os lucros bilionários dos bancos públicos sejam os grandes sacrificados, para tornar as estatais mais atrativas aos bilionários que pretendem comprá-las. Vamos rejeitar o acordo nas assembleias e aprovar greve por prazo indeterminado. A direção sindical não pode fazer toda uma categoria baixar a cabeça. Vamos à luta. Vamos nos somar aos trabalhadores dos Correios e da Petrobras.